O CENÁRIO DO PROCESSO DE INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: REVISÃO DA LITERATURA
O CENÁRIO DO PROCESSO DE INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: REVISÃO DA LITERATURA
1AMANDA NOBERTO CAVALETI; 1ANDRÉA ALMEIDA DE ARAÚJO BATISTA; 1CAMILA GALI FERNANDES; 1TAMIRES PEREIRA DOS SANTOS; 2RAFAEL JULIO DE PAULO.
1 Discentes do curso de Educação Física Licenciatura do Centro Universitário Ítalo Brasileiro.
2 Docente do curso de Educação Física Licenciatura do Centro Universitário Ítalo Brasileiro.
RESUMO
O autismo como tema discutido na atualidade, tem gerado debates de maneira superficial nas devidas discussões entre profissionais e leigos. O objetivo descrever qual o cenário do processo de inclusão do aluno autista nas aulas de Educação Física. A pesquisa teve como base materiais de informações, livros, materiais eletrônicos, artigos científicos e revistas científicas especializadas. Através dos argumentos apresentados na pesquisa, foi possível perceber que ainda ocorre dificuldade em incluir as crianças autistas nas escolas de ensino regular, e quando acontece a inclusão da mesma no ambiente escolar, o professor nem sempre está preparado para incluir este aluno em suas aulas. O que a literatura aponta é que as escolas precisam de mais qualificados para atender as necessidades desses alunos, proporcionar a oportunidade de ter um ensino-aprendizagem de caráter evolutivo e inclusivo.
Palavras Chaves: Autismo, aulas de Educação Física e inclusão.
ABSTRACT
Autism as a topic discussed today, has generated debates in a superficial way in the due discussions between professionals and lay people. The objective was to describe the scenario of the process of inclusion of the autistic student in Physical Education classes. The research was based on information materials, books,
electronic materials, scientific articles and specialized scientific journals. Through the arguments presented in the research, it was possible to perceive that there is still difficulty in including autistic children in regular schools, and when the inclusion occurs in the school environment, the teacher is not always prepared to include this student in their classes. What the literature points out is that schools need more qualified to meet the needs of these students, provide the opportunity to have an evolutionary and inclusive teaching-learning.
Keywords:autism, Physical Education classes and inclusion.
1. INTRODUÇÃO
Segundo Copetti (2012), o autismo é uma desordem na qual uma criança não pode desenvolver relações sociais normais, se comporta de modo compulsivo e ritualista e geralmente não desenvolve inteligência normal. As pessoas com deficiência, até bem pouco tempo, não tinham acesso às escolas de ensino regular, tanto nas públicas quanto nas particulares, eram somente atendidas em entidades específicas, com pessoas habilitadas – preparadas para lidar com as dificuldades específicas.
No dia 6 de Julho de 2015 foi sancionada a Lei nº 13.146 art. 1ºque foi instituído a Inclusão da Pessoa com Deficiência, destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania (Presidência da República, Casa Civil, 2015).
Em pesquisa realizada com 16 professores de Educação Física da rede pública e particular, o que se percebe é que a criança com deficiência, na escola inclusiva hoje denuncia a falência do sistema escolar, e má gestão escolar. O estudo aponta que os professores não sabem o que fazer, o que denuncia uma formação continuada, inadequada ou inexistente do professor. Analisando-se o discurso desses informantes observou-se uma dificuldade dos mesmos que embora tenham muita experiência na área escolar, ainda não estão demonstrando compreensão do conceito que se trabalha hoje sobre o que são de fato alunos com deficiência (OLIVEIRA, 2002).
Desta forma acredita-se que alunos que apresentam TEA, necessitam de métodos diferenciados para adquirirem um grau maior de participação nas aulas de Educação Física.
O objetivo do presente estudo é descrever qual o cenário do processo de inclusão do aluno autista nas aulas de Educação Física.
A metodologia caracteriza-se como revisão de literatura simples. Como material base de informação, foi utilizado livros, materiais eletrônicos e artigos científicos, através das bases de dados Scielo, Lilacs e revistas científicas especializadas, abrangendo o período de 2006 a 2013. As bases de dados escolhidas foram da área da saúde e educação, visto o objetivo do estudo. O levantamento das informações foi realizado utilizando como termos de busca as
palavras chave: autismo, aulas de Educação Física e inclusão. Após a identificação dos trabalhos, foi realizada a leitura dos resumos e aqueles com pertinência foram lidos na íntegra e fichados.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 INCLUSÃO
De acordo com Ramos (2008) a inclusão, em termos gerais, constitui uma ação ampla que, sobre tudo em países em que há diferenças sociais, propõe uma educação com qualidade para todos. Na idéia de “todos” incluem-se também as pessoas com deficiência.
A inclusão é a capacidade de entender e reconhecer o outro, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção (MANTOAN, 2005).
A inclusão tem um sentido muito distorcido e polemizado dos diferentes segmentos educacionais. É um movimento das pessoas com deficiência e de seus familiares pela busca dos direitos na sociedade. E esta ligada a todas as pessoas que não tem a mesma oportunidade dentro da sociedade (DELLANI, MORAES, 2012).
De acordo com Sassaki (2010), “é um processo que contribui para um novo tipo de sociedade através de transformações, nos ambientes físicos (...) e na mentalidade de todas as pessoas”.
O objetivo da integração é inserir um aluno ou um grupo de alunos que já foi anteriormente excluído. O objetivo da inclusão é não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo da vida escolar. As escolas inclusivas propõem um modo de organização do sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em função dessas necessidades (MANTOAN, 2006).
Desta forma podemos dizer que a inclusão é para todos, tendo como foco principal o aluno autista, pois a oportunidade de interação é a base para o seu desenvolvimento, como para o de qualquer outra criança. Acredita-se que a convivência compartilhada da criança com autismo na escola, a partir da sua inclusão no ensino comum, possa oportunizar os contatos sociais e favorecer não só o seu desenvolvimento, mas os das outras crianças, na medida em que estas últimas convivam e aprendam com as diferenças (CAMARGO E BOSA, 2009).
2.2 AUTISMO
Alves, Lisboa e Lisboa (2010) conceituam o autismo como um transtorno que causa atraso no desenvolvimento da criança e compromete principalmente sua comunicação, socialização, iniciativa, imaginação e criatividade.
De acordo com Castro (2005), o autismo trata-se de uma desordem no desenvolvimento do cérebro que pode ocorrer antes, durante ou após o nascimento. Etimologicamente, o autismo origina-se da palavra auto que significa eu, ou seja, introspecção. Assim, o termo está ligado à introversão, no qual o indivíduo constrói seu próprio mundo e acaba vivendo de uma maneira isolada.
As manifestações clínicas que caracterizam as pessoas com autismo, podem ser classificadas em: distúrbio de relacionamento inter pessoal e contato visual, distúrbios da fala e da linguagem, distúrbios do ritmo de desenvolvimento, dificuldades de locomoção e distúrbios da percepção (GUARDERER,1993).
O comportamento da pessoa com autismo varia de acordo com o grau que o indivíduo possui, os casos mais graves ocorrem devido à desinformação dos adultos, pais, profissionais da medicina e da educação, a criança se sente presa em mundo incompreensivo, crescendo muitas vezes sendo agressiva como forma de se libertar da frustação de viver sem ser compreendido (ALVES; LISBOA; LISBOA, 2010).
Segundo a fonoaudióloga Carla Ulliane (2016), o Transtorno do Espectro Autista (TEA), pode ser classificado em três diferentes graus: Grau leve (nível 1); Grau moderado (nível 2); Grau severo (nível 3).
O grau leve a criança necessita de apoio contínuo para que as dificuldades na comunicação social não causem maiores prejuízos, apresenta dificuldade em iniciar interações com outras pessoas, sejam adultos ou crianças, ocasionalmente oferecem respostas inconsistentes as tentativas de interação por parte do outro, e aparentemente demonstram não ter interesse em se relacionar com outras pessoas.
Os padrões de comportamento repetitivos e restritos ocasionam uma inflexibilidade comportamental na criança, gerando assim dificuldade em um ou mais ambientes. A criança fica por muito tempo em uma única atividade (hiperfoco) e apresenta resistência quando necessita mudar para outra, as alterações na organização e planejamento podem atrapalhar o trabalho pela busca da independência e autonomia da pessoa.
Já no grau moderado a criança apresenta um déficit notável nas habilidades de comunicação tanto verbais como não-verbais. Percebe-se acentuado prejuízo social devido pouca tentativa de iniciar uma interação social com outras pessoas, quando o outro inicia o diálogo as respostas, geralmente, mostram-se reduzidas ou atípicas. A criança apresenta inflexibilidade comportamental e evita mudanças na rotina, pois tem dificuldade em lidar com ela, essas características podem ser notadas por um parente ou amigo que raramente visita a casa da família. A criança se estressa com facilidade e tem dificuldade de modificar o foco e a atividade que realiza. No nível severo há severos prejuízos na comunicação verbal e não- verbal, apresenta grande limitação em iniciar uma interação com novas pessoas e quase nenhuma resposta as tentativas dos outros.
Há presença de inflexibilidade no comportamento, e extrema dificuldade em lidar com mudanças na rotina, apresentam comportamentos restritos e repetitivos que interferem diretamente em vários contextos. Possuem alto nível de estresse e resistência para mudar de foco ou atividade.
As principais características de uma criança com autismo são as suas dificuldades na socialização, nas relações sociais e na linguagem, possuem também uma grande resistência de mudanças no seu cotidiano. Algumas crianças podem apresentar algum grau de deficiência intelectual, já outras podem ter uma vida muito semelhante aos não autistas. (CASTRO, 2005).
Nilson (2003) caracteriza a interação social como sendo um prejuízo acentuado no uso múltiplo de comportamentos não verbais como, contato visual direto, expressão facial, postura corporal e gestos, falta-lhe tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações pessoais, por exemplo, não mostra prazer ou aponta objetos de interesses; falta de reciprocidade social ou emocional, alegria, tristeza, medo e dor.
2.3 ALUNO AUTISTA NA EDUCAÇÃO FÍSICA
O aluno autista apresenta um bom relacionamento com os colegas e a professora, ele participa de todas as aulas, sendo que no inicio o mesmo teve um período de adaptação. Possui o acompanhamento de uma educadora especial em momentos diferentes ao da educação física, os dias em que o aluno não participa da aula por vontade própria, são quando as aulas são mais direcionas para um esporte que este não gosta, ou quando ele está muito agitado e com dificuldade de concentração e quando o mesmo senti dificuldade os colegas o ajudam a superar o incluindo nas atividades e brincadeiras. (SCHALEMBERGUER, S/D).
De acordo com Tomé (2007), a implantação da educação física no ensino dos autistas, favorece o desenvolvimento de habilidades sociais e possibilita uma melhora na qualidade de vida desses sujeitos. No entanto, para uma atividade eficaz na aprendizagem do autista é necessário conhecer cada aluno de maneira individual, sabendo dos seus interesses, de suas habilidades motoras e de suas capacidades comunicativas.
Com o objetivo de investigar a participação dos alunos com autismo nas aulas de Educação Física. Por meio de uma entrevista com questionário 3 professores de Educação Física foram interrogados. Os professores foram classificados por P1, P2 e P3, o professor P1 trabalha com atividade que estão de acordo com as limitações dos alunos, o P2 geralmente adapta as atividades em forma de circuito onde se realiza individualmente e no dia a dia aplica jogos coletivos para os alunos possam interagir. Já o professor P3 aplicou atividades que possuíam regras e comandos, onde não adquiriu um bom resultado, pois os alunos com autismo não conseguem compreender o significado das mesmas. Apenas o professor P3 não conseguiu alcançar o objetivo de incluir o aluno autista nas aulas, sendo assim o mesmo sugeriu cursos específicos para adquirir conhecimento do comportamento e necessidades específicas sobre o autismo (LUIZ; MORAES, 2016).
Contudo o professor de Educação Física é um agente importante dentro de uma instituição, pois este em suas aulas precisa ser um agente criativo e transformador, para lidar com diferentes situações no dia a dia, principalmente em relação a crianças com deficiência que precisam e exigem mais atenção e dedicação do profissional, como é o caso das crianças com autismo que exigem do professor de Educação Física uma prática de diferentes pontos de vista e dentro de aspectos culturais, sociais e biológicos. Porém a Educação Física escolar para crianças com autismo ainda enfrenta grandes barreiras para poder ter uma boa qualidade de ensino (SOUZA, et al. 2014).
Sendo assim na presente revisão de literatura é apresentado no quadro 1, a sinopse dos estudos que apontam o cenário da inclusão do autista nas aulas de Educação Física.
Quadro 1: Sinopse dos estudos.
Fonte | Desempenho do Estudo | Aspectos Positivos | Aspectos Negativos |
Costa; Silva; Santos (2015) |
Amostra: mãe de aluno autista, professora de Educação Física e aluno autista. Local: instituição de ensino particular. Ferramenta de Avaliação: pesquisa de campo e estudo de caso de natureza qualitativa. |
↑ de desempenho e desenvolvimento em aula individual. |
↓ de conhecimento da professora. ↓ de capacitação por parte da escola.
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Souza; Assis (S/D) |
Amostra:5 professores de Educação Física e 5 coordenadores. Local: escolas municipais/ estaduais. Ferramenta de Avaliação: Entrevista semiestruturada. |
↑ aprendizagem pessoal e profissional.
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↓ conhecimento e orientação/autismo. ↓ apoio da família. ↓ interação e discussão entre os profissionais/tema (formação acadêmica). ↓ consideração da individualidade do aluno. ↓ metodologia específica. |
Catelli; Assis; D’Antino (2016) |
Amostra: 10 professores de Educação Física. Local: Escolas Estaduais de SP. Ferramenta de Avaliação: entrevista semi estruturada. |
↑ interação com atividades e objetos de aula. ↑ comunicação do aluno. |
↓ de informação/formação. ↓de apoio da gestão escolar e discussão multidisciplinar que afeta diretamente o aluno. |
Copetti; Jocieli (2012) |
Amostra: professora Ed. Física. Local: Instituto Municipal de Ensino Assis Brasil –RS. Ferramenta de Avaliação: entrevista semiestruturada e observação de aulas práticas. |
Educação Física contribui para o processo de evolução do aluno. Proposta positivas com jogos motores e esporte. |
↑ dificuldade de incluir. ↓ formação profissional. |
Vaz; Santos (2009) |
Amostra: Diretora, Coordenadora Pedagógica e Prof. de Ed. Física. Local: Escola da Rede regular de ensino – Cidade de Catalão – GO. Ferramenta de Avaliação: entrevista semiestruturada. |
↑ do desenvolvimento motor. ↑ socialização. ↑ desempenho em outras atividades de sala. |
↓ especificidade no processo de inclusão. ↓ metodologia específica. ↓ consideração da individualidade do aluno. |
3. DISCUSSÃO
Conforme o objetivo do presente estudo diante da revisão de literatura, o cenário do processo de inclusão do aluno autista nas aulas de educação física se apresenta com relevâncias positivas e negativas.
Positivamente os estudos apontam que a inclusão do aluno autista, eleva o desempenho e desenvolvimento do mesmo frente ao seu processo de participação nas aulas de educação física (VAZ; SANTOS, 2009; COPETTI; JOCIELI, 2012; COSTA; SILVA; SANTOS, 2015).
Segundo Karagiannis, Stainback e Stainback (1999) uma inclusão adequada, mesmo que uma criança apresente deficiências cognitivas importantes e apresente dificuldades em relação aos conteúdos do currículo da educação comum, ela pode beneficiar-se das experiências sociais. O objetivo do aprendizado de coisas simples do dia a dia seria o de as tornarem mais autônomas e independentes possíveis, podendo conquistar seu lugar na família, na escola e na sociedade.
A comunicação e a socialização são pontos positivos citados pelos autores (VAZ; SANTOS, 2009; COPETTI; JOCIELI, 2012; CATELLI; ASSIS; D’ANTINO 2016), desta forma ocorre a inclusão e interação do aluno nas aulas de educação física.
O aluno autista apresenta nas aulas de educação física um bom relacionamento com os colegas e a professora, ele participa de todas as aulas, exceto as que incluem esporte, pois o mesmo não apresenta interesse, para que o aluno supere suas dificuldades os colegas o ajudam incluindo-o nas atividades e brincadeiras (SCHALEMBERGUER, S/D).
Outro ponto positivo é a aprendizagem pessoal e profissional do professor, que contribui para o processo de evolução do aluno com autismo (SOUZA; ASSIS, S/D; COPETTI; JOCIELI, 2012).
Os professores afirmam que o trabalho com os alunos autistas é tranquilo, bom para o crescimento profissional e pessoal e que a aproximação pode ser a garantia do sucesso neste processo de ensino-aprendizagem (SOUZA; ASSIS, S/D).
Negativamente as pesquisas apontam que ocorre uma falta de informação e formação dos professores para incluir os alunos com autismo nas
aulas de educação física (SOUZA; ASSIS, S/D; VAZ; SANTOS, 2009; COPETTI; JOCIELI, 2012; COSTA; SILVA; SANTOS, 2015).
Segundo Souza, Assis (S/D) pode-se perceber que a formação não contribui para uma prática inclusiva, observa-se que os profissionais que se formaram mais recentemente tiveram disciplinas na formação que aborda a inclusão de maneira geral, porém o pensamento dividido entre teoria e prática ainda prevalece, o que não contribui de nenhuma forma na realização do trabalho.
Segundo Costa; Silva; Santos (2015) e Catelli; Assis; D’Antino (2016) existe uma falta de capacitação e apoio da gestão escolar que afeta diretamente o aluno autista.
Para que a escola possa trabalhar com a inclusão de alunos com deficiência são necessárias modificações no currículo da mesma, pois, mesmo ela aceitando estes alunos e não se adaptando para sua recepção não pode ser conhecida como escola inclusiva (COSTA; SILVA; SANTOS, S/D).
De acordo com Souza; Assis (S/D) e Vaz; Santos (2009) ocorre com frequência a individualidade do aluno autista.
As dificuldades na interação social da criança com autismo podem manifestar-se como isolamento ou comportamento social impróprio, pobre contato visual, dificuldade em participar de atividades em grupo, indiferença afetiva ou demonstrações inapropriadas de afeto, ou como falta de empatia social ou emocional (VIEIRA; BALDIN; FREIRE, S/D).
Souza; Assis (S/D) e Catelli; Assis; D’Antino (2016) apontam que ocorre uma frustração profissional por falta de habilidade de relacionamento com o aluno.
Os autores Souza; Assis (S/D) e Vaz; Santos (2009) justificam que ocorre uma falta de metodologias específicas para incluir o aluno autista nas aulas de educação física.
As metodologias de ensino para crianças autistas podem variar com as necessidades e transtorno dos mesmos, cada criança precisa de um atendimento diferenciado com metodologias apropriadas a suas necessidades, onde o professor deve respeitar suas limitações (SANTOS, et al. S/D).
Ocorre uma falta de conhecimento, orientação e apoio da família diante o diagnóstico de uma pessoa autista (SOUZA; ASSIS, S/D).
Uma das maiores necessidades que a família sente é a falta de informação referente ao método de ensino, comportamento e serviços disponíveis (ULIAN; MAZO; DUENHAS, 2016).
4. CONCLUSÃO
Conforme a literatura investigada o cenário do processo de inclusão do aluno autista nas aulas de Educação Física ainda é um grande tabu a ser quebrado, pois as escolas precisam encontrar novos meios educacionais para conseguir incluir de fato o aluno com autismo.
O processo de formação do professore de Educação Física é um aspecto negativo para o sucesso da inclusão do aluno, devido a superficialidade de conhecimento do tema, bem como a falta de conhecimento de novas metodologias de ensino e novos conceitos para o ensino-aprendizagem desses alunos.
Ao adquirir tal conhecimento, o professor de educação física terá a capacidade de incluir a criança com autismo em suas aulas, fazendo com que ele participe das atividades juntamente com as outras crianças, desta forma trabalhara a inclusão, a socialização e a integração do mesmo no ambiente escolar, dando a ele a oportunidade de ter uma educação de qualidade igual ou semelhante ao das demais crianças.
Para que a inclusão tenha o seu verdadeiro sentido, é preciso uma boa formação acadêmica e que estes profissionais tenham experiências vividas com os mesmos, e com o passar do tempo, os mesmos vão conhecendo as capacidades de seus alunos para melhor adaptação nas aulas e no ambiente escolar.
REFERÊNCIAS
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