O Carnaval acabou e os problemas continuam
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br
O carnaval não foi uma invenção brasileira. Esta festividade teve sua origem em 520 a.C. na Grécia, deixou de ser uma festa pagã e passou a ser uma festa Cristã tradicionalmente ligada ao catolicismo.
Chegou ao Brasil no século XVII sendo influenciado pelas festas ocorridas na Europa, tendo o seu fulcro na França com direito a máscaras e fantasias.
Apesar de não ter sido uma invenção brasileira, o Brasil ficou conhecido como país do carnaval, tanto que o carnaval carioca já fez parte do Guinness de Recordes Mundiais. De acordo com as pesquisas, Rio de Janeiro apresenta o maior carnaval do mundo, ao qual impera a criatividade das escolas de samba a abrilhantar cada ano mais o carnaval carioca, tendo a participação de mais de dois milhões de foliões e tornando o país a vitrine do mundo.
Isso rendeu ao Brasil o título de pais do carnaval. São apenas quatro dias de hipocrisia e sofrendo a Síndrome da Dory, ou seja, perda de memória recente.
São quatro dias em que o Brasil age como se fosse um país de primeiro mundo como Canadá, Austrália, Japão, Suíça, dentre outros. Países estes que investem alto em desenvolvimento tecnológico e científico, tem modernos meios de transporte, alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) sendo a educação o seu carro forte, a saúde com tratamentos eficientes e/ou doenças já erradicadas e sua segurança, é apenas uma formalidade, pois o índice de violência é quase zero, visto que o povo educado é sinônimo de povo ético e gentil.
São dias em que quase todo país vive a sua quimera, ou seja, devaneio a base de um sonho infundado.
Neste país do carnaval a perfeição dura apenas 4 dias e a quarta feira de cinzas representa a ressaca moral e a cura da Síndrome da Dory, fazendo consequentemente que o povo perceba que os problemas simplesmente continuam, que a educação é sofrível, que a "saúde anda doente", que a corrupção é um mal que aflige toda a sociedade, que a segurança não passa de uma palavra polissílaba e que o povo, consegue mostrar realmente que é totalmente alienado, do jeito que os políticos esperam.
O golpe da previdência é mais um dos fortes golpes dado por um governo usurpador aos cidadãos e que a lei do pão e circo é fundamental para a soberania da corrupção.
São quatro dias que sobressaem sobre os outros 361 de lutas, desesperos, frustrações, desesperanças, desilusões e apatias por parte dos governos perante uma povo que abaixa a cabeça para tudo.
Não estamos aqui com o intuito de maldizer o carnaval, afinal de contas, é uma festa que acontece a mais de 2 mil anos, mas que façamos desta festividade uma forma também de protesto, pois dos milhões de foliões que participam em todas as cidades brasileiras, sejam a força para marchar em prol para as reformas políticas e as verdadeiras reformas na educação que acontecerão apenas com a participação dos verdadeiros envolvidos, investimentos e a valorização dos profissionais.