08/03/2021

Nunca é Tarde para Aprender

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

 

A aprendizagem é algo que faz parte da vida do indivíduo, pois estamos sempre aprendendo e dito isso, Neiva em seu livro Lições Aprendidas, publicado pela Editora Universidade em 2006, cita Peter Senge quando este elucida que o cérebro está sempre aprendendo.

Tais falas são corroboradas por Piletti em seu livro Psicologia Educacional, publicado pela Ática em 2003, ao esclarecer que continuamente estamos aprendendo novos comportamentos ou modificações de comportamentos, e esta aprendizagem pode ocorrer tanto em uma instituição educacional ou não, e a mesma pode se dar de forma sistemática e também assistemática.

Oliveira e Simoneau no artigo: Os programas universitários para pessoas idosas (UnATIs): um estudo de representação social, publicado por Estud. pesqui. psicol., em 2012[1] citam Cachioni quando este elucida que a atividade de aprender promove a saúde, o bem estar psicológico e social, bem como a cidadania.

Para Cachioni, as universidades por estarem cientes destas falas, perceberam um nicho, e desta forma, ofereceram estudo universitário e multidisciplinar voltado para o público adulto e sênior, e neste, são oferecidos " oportunidades para participação em atividades intelectuais, físicas, sociais, culturais, artísticas e de lazer".

As falas acima, são complementadas por Campos no livro Psicologia da Educação, publicado pela Vozes e em 1987, ao ressaltar que toda aprendizagem resulta da procura do restabelecimento de um equilíbrio vital, que está sendo imposto por um desconforto que acaba se transformando para muitos em uma situação estimuladora fazendo com que o indivíduo busque resposta adequada.

Para Oliveira e Simoneau, os programas universitários para terceira idade além de ter uma função educativa, eles também partem da "premissa de que o idoso precisa melhorar sua qualidade de vida, sua saúde e o seu bem-estar".

As informações acima são tão levadas a sério que Avancine em seu artigo publicado pela Revista Ensino Superior, destaca que entre 2013 e 2017 o número de idosos matriculados em cursos de graduação aumentou 46,3%, e esta presença está se tornando comum principalmente nas graduações a distância.

De Paula em seu texto Universidade Aberta à Terceira Idade e o Espaço de Sociabilidade, publicado pela CELACC/ECA-USP em 2009[2] enfatiza que em toda história da humanidade, a população de idosos jamais foi tão numerosa como hoje, e a autora complementa ao afirmar que tal envelhecimento da população é visto como um fenômeno mundial.

A autora supracitada fez uma projeção de que existirá 1 idoso para cada 13 brasileiros em nossa atualidade e reforça o que consta no texto da Política Nacional do Idoso (Lei 8842, de 4 de janeiro de 1994) a participação social do idoso, e esta política visa assegurar os direitos sociais do idosos e oferecer "condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade", e com base nisso, Souza relata em sua reportagem intitulada Educação aprova reserva de vagas ociosas para idosos em universidades[3]., que a proposta aprovada pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, reserva aos idosos de 5% a 20% das vagas não preenchidas nas Instituições de Ensino Superior.

Assim sendo, envelhecer deixa de ser um motivo para não querer aprender, já que estamos sempre aprendendo, então, porque não aumentarmos nossos conhecimentos e permitirmos a permuta em áreas que contribuirão com o nosso desenvolvimento intelectual e social?

De certa forma, para que estes experientes cidadãos possam se manter nas universidades, as mesmas precisarão rever seu modelo pedagógico, reforçando assim a importância de andragogos[4], já que estes profissionais buscarão formas para a efetivação do sucesso acadêmico destes "novos" estudantes.

 

[1] Para mais informações vide OLIVEIRA, Denize Cristina de; SIMONEAU, Adriana Sancho. Os programas universitários para pessoas idosas (UnATIs): um estudo de representação social. Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro , v. 12, n. 2, p. 446-461, ago. 2012 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812012000200008&lng=pt&nrm=iso>

[2] Para mais informações vide https://paineira.usp.br/celacc/sites/default/files/media/tcc/151-505-1-PB.pdf

[3] https://www.camara.leg.br/noticias/601360-educacao-aprova-reserva-de-vagas-ociosas-para-idosos-em-universidades/

[4] Para mais informações vide http://gestaouniversitaria.com.br/artigos/andragogia

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