Exibição completa a exposição temporária “Crise da Biodiversidade: a natureza ameaçada”, em cartaz até 17 de maio.
Diante da grave crise ambiental que ameaça o planeta, o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) - considerado uma das maiores instituições zoológicas do mundo, amplia as discussões sobre o futuro da Terra, com a exposição “Crise da Biodiversidade: a natureza ameaçada”.
Com curadoria de Hussam El Dine Zaher, a mostra reúne 30 fotografias inéditas de André Pessoa – um dos mais importantes fotógrafos brasileiros de meio-ambiente e vida selvagem da atualidade, que retratam desde a beleza dos biomas brasileiros até mudanças provocadas pelo homem na natureza - das quais não escapam queimadas e trabalho infantil.
Documentários de curta duração, produzidos pela DGT Filmes especialmente para a mostra, apresentam um exuberante e contundente passeio pelo Brasil e por sua diversidade natural. Em projeção contínua, revelam de detalhes de insetos à grandiosidade das matas, sem esquecer o caos urbano e a complicada relação entre o ser humano e a natureza.
E pela primeira vez, o Museu disponibiliza à visitação, 500 raros exemplares de sua coleção científica, espécies já extintas ou em vias de extinção, coletados na região de entorno ao Museu, no final do século XIX e começo do XX, entre moluscos, insetos, peixes, aves e mamíferos.
De acordo com o coordenador de Difusão Cultural do Museu de Zoologia e curador, Hussam El Dine Zaher, esta exposição tem o objetivo de contribuir efetivamente para o debate sobre a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável, uma vez que no Brasil a reação diante deste quadro alarmante ainda é incipiente, com poucas oportunidades oferecidas à população, para que se familiarize com a complexidade e urgência do tema.
Na mostra, o público é convidado à reflexão logo na entrada, graças a relatos em animação sobre o crescimento demográfico desde o século I até 2008, quando a população mundial atinge cerca de 6,7 bilhões de pessoas e hábitos de consumo ameaçam os biomas e colocam em risco a existência humana.
Programação de filmes
De 17 de janeiro até 17 de maio – data de encerramento da exposição, o Museu exibe todos os sábados e domingos, em sessões sempre às 14h30, um ciclo de filmes produzidos pela Scientific American Brasil, com duração de uma hora cada. Ingressos a R$ 4 e R$ 2, garantem também o acesso à exposição temporária sobre biodiversidade e à exposição permanente do acervo do Museu.
“Grandes mutações” – 17 e 18 de janeiro, 07 e 08 de março, 11 e 12 de abril
A história da diversidade da vida desde a mudança dos oceanos para a terra firme, seguida de alguns retornos para o mar, a emergência dos humanos e de outras criaturas que compõem a árvore da vida.
“Extinção” – 24 e 25 de janeiro, 14 e 15 março, 18 e 19 de abril
São cinco as extinções em massa ocorridas na Terra e elas exerceram enorme influência na evolução das espécies. Os humanos estariam provocando a próxima extinção?
“A corrida das espécies” – 31 de janeiro, 01 fevereiro, 21 e 22 de março, 25 e 26 de abril
Competição ou cooperação? A interação entre espécies é a mais poderosa força da evolução e compreender isso pode ser fundamental para a sobrevivência humana.
“O porquê do sexo” – 07 e 08 de fevereiro, 28 e 29 de março, 02 e 03 de maio
Compreenda o papel desempenhado pelo sexo para se dar conta do jogo das estratégias da vida, neste caso moldando variedade e diversidade genéticas.
“O bing bang da mente” – 14 e 15 de fevereiro, 04 e 05 abril, 09 e 10 de maio
Há 50 mil anos algo especial e único aconteceu. Isso fez emergir o humano moderno e com ele chegou uma explosão de criatividade, tecnologia - uma revolução social.
“Uma verdade inconveniente” - 28 de fevereiro, 01 de março e 16 e 17 de maio
O filme idealizado pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, revela como a emissão de poluentes e o mau uso dos recursos naturais tem impactado o aquecimento global e sugere medidas para que o planeta não passe por uma catástrofe climática nas próximas décadas.
Perda de biodiversidade pode causar danos irreversíveis ao planeta
Segundo Hussam, a desinformação que permeia o debate sobre a crise da biodiversidade não condiz com a sua relevância e atualidade, o que aponta para a necessidade de um esforço concentrado de divulgação por parte dos organismos especializados. Os países pertencentes às Nações Unidas e signatários da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), do qual o Brasil faz parte, reconhecem a necessidade de um plano de ações para reverter de forma emergencial os impactos nefastos produzidos pela perda global de biodiversidade. Entretanto, diz o curador, os esforços em torno destas ações globais revelaram a colossal desproporção entre o conhecimento adquirido e a real dimensão da trama biológica que constitui a biodiversidade. A simples tarefa de nomear as espécies existentes na Terra expõe o problema de forma vívida, gerando números literalmente estratosféricos: já foram descritas aproximadamente 1,4 milhões de espécies de organismos vivos, mas esse número representa apenas uma fração da biodiversidade real que está estimada entre 14 e 40 milhões de espécies. A título de exemplo, em um grupo já altamente conhecido como o dos mamíferos, cerca de 10 novas espécies são descritas a cada ano apenas para a América do Sul.
Museu de Zoologia é referência mundial
O Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo é uma referência mundial em zoologia e detentor do mais completo acervo da fauna da região Neotropical do planeta - que abrange da Patagônia ao México.
Entre as atrações fixas, sua “Exposição de Longa Duração” apresenta ao visitante parte do magnífico acervo da instituição, que possui mais de 8 milhões de exemplares de animais, e cuja organização foi iniciada há mais de 100 anos. Retratando a evolução, de eras remotas aos dias atuais, expõe réplicas em tamanho natural de animais extintos há milhares de anos, fósseis encontrados no Brasil ou na América do Sul, esqueletos de primatas (gorila, chimpanzé, humano e orangotango), modelos fiéis de dinossauros que antecederam as aves, entre infinidades de outros exemplares, ambientados de forma dinâmica, com recursos cenográficos, tecnologia, efeitos de iluminação, além de filmes de curta duração em projeção contínua.
A visita ao Museu de Zoologia é uma atividade cultural e de lazer muito proveitosa também por sua inserção em local histórico da capital paulista, o bairro do Ipiranga, e pela arquitetura ímpar de seu edifício inaugurado em 1941, projetado pelo arquiteto Christiano Stockler das Neves, autor do projeto da Estação Júlio Prestes. Representações de animais aparecem nas fachadas e nos belíssimos vitrais feitos em cristal belga, no interior do edifício. A origem do Museu está associada à Comissão Geográfica e Geológica da Província de São Paulo (CGG), criada em 1886 para organizar expedições de coletas de amostras de fauna e flora.
Serviço: Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo Avenida Nazaré, 481 – Ipiranga São Paulo – SP -Tel (0xx11) 2065 - 8100 - http://www.mz.usp.br Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 17h Ingresso: R$ 4,00 (grátis para visitantes menores de 6 anos e acima de 60; estudantes com carteira pagam meia-entrada) O último domingo do mês tem entrada franqueada para os visitantes. (Envolverde/Assessoria de Imprensa)
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