01/12/2020

Mudança sem transformação

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

 

As eleições para prefeito acabaram e com isso algumas promessas de campanhas serão engavetadas para as próximas eleições e até melhoradas, enquanto uma minoria será efetivada.

A educação nestas eleições foi o carro chefe de inúmeros candidatos em campanhas, já que a mesma teve como contratempo o Covid-19 que acarretou no isolamento social, aumentando de forma gritante o abismo entre o ensino público e o ensino privado,.

Não obstante, o isolamento implicou as instituições de ensino publico e privado, reverem novas técnicas, metodologias de ensino e também infraestrutura.

Muitos projetos voltados para educação nestas campanhas para angariar votos foram demagógicos e por sorte muitos dos que fizeram uso da demagogia não se elegeram, cabendo agora, perceber se os eleitos e/ou reeleitos estão mesmo interessados a efetivarem o que foi proposto no projeto.

Uma educação de qualidade sem dúvida alguma tem que perpassar pela valorização do profissional. Por mais futurista que seja um projeto, se o professor não se sentir valorizado, o projeto estará fadado ao fracasso.

Interessante perceber que nesta mudança, a educação faz-se mister trabalhar memória histórica para que as pessoas possam aprender com erros passados e não repeti-los, interpretação de texto para que nossos educandos possam ver nas entrelinhas o que está sendo proposto e/ou escondido na subjetividade e consciência de classe para entender que infelizmente o Brasil apesar de ter um tamanho continental, ele é governado por uma elite que representa uma minoria e não ultrapassa as realizações de suas próprias vontades, manipulando, corrompendo e coagindo quem divergir da mesma.

Sabendo que muitos eleitos a prefeito propuseram mudanças, Aranha em seu livro Filosofia da Educação, publicado pela Moderna em 1996, elucida que é preciso aceitar o desafio da mudança, com coragem para enfrentar as formas estagnadas do poder que mantém o status quo.

Romanelli em sua obra História da Educação, publicado pela Vozes em 2003, ressalta que a mudança educacional esperada não se limita a obter maior número de oportunidades implicando em uma elasticidade de oferta, mas sobretudo no sentido de vislumbrar novos padrões de escola, trabalhando diversificações, especificidades de forma a qualificar mais eficazmente seus educandos para exercícios de atividades econômicas bem como capacidade de interferência mais adequada e objetiva na realidade, o que é denominado de protagonismo cognoscente.

O filósofo e educador colombiano Bernardo Toro é enfático ao esclarecer que a educação sozinha não faz grandes mudanças, mas nenhuma grande mudança se faz se a educação, assim, as mudanças precisam acontecer e ninguém melhor que o educador para norteá-las.

As falas acima convergem com as do sociólogo da educação Durkheim que com uma visão mais otimista acreditava que as mudanças mais desejadas se efetivam por meio da educação.

Dito isso, que os novos prefeitos com suas equipes em especial, da educação, possam fazer mudanças mas não só de pessoal como também de atitudes e comportamentos.

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