Montessori e a Educação
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Temos na educação a pedra angular para o desenvolvimento de uma nação, mas esta mesma educação deve respeitar as especificidades de seus educandos, pois cada um é impar naquilo que lhe é peculiar.
A educação pública pecava no quesito individualidade, já que a mesma tinha uma ação padronizadora, desrespeitando culturas, dificuldades e até mesmo as singularidades de seus alunos, ou seja, a escola era uma instituição excludente, isto implica em dizer que o aluno tinha que se adequar ao currículo totalmente engessado e caso não ocorresse, seria o marco de suas frustrações, insatisfações e até mesmo o fracasso na sociedade e consequentemente na vida.
Foram muitos os educadores que trabalharam em busca de uma educação mais inclusiva, que desenvolvesse o potencial daquele aluno.
Lakatos e Marconi em seu livro Sociologia Geral, publicado pela Atlas em 1999 são enfáticas quando afirmam que educação está relacionada a uma ação intencional e que tem como cerne suscitar e desenvolver certos números de estados físicos, intelectuais e morais no educando, mas como fazer isso ignorando culturas, sentimentos e padronizando os discentes?
Brandão em seu livro O que é educação, publicado pela Brasiliense em 1993, cita o filósofo Immanuel Kant (1724 – 1804) quando já afirmava que caberia à educação desenvolver em cada indivíduo toda a perfeição de que ele seja capaz, e com base neste pensamento que muitos educadores buscam dar o seu máximo, fugindo ao engessamento imposto por um currículo voltado para uma uniformização deste indivíduo..
Seguindo então este viés, encontramos na médica e educadora Maria Montessori (1870 – 1952) que estudou psicologia, pedagogia e antropologia, dando assim mais propriedade em seu trabalho de educar, para o ato de ensinar com amor, respeitando as limitações dos alunos que passavam por suas mãos.
Ela via uma educação para a vida e não apenas como acúmulo de informações, e sob este prisma, Pitombo em seu livro Conhecimento, valor e educação em John Dewey, publicado pela Pioneira em 1974 esclarece que a educação é uma reconstrução contínua de experiência, ela não pode ser vista como um preparo apenas para a vida futura e sim para a vida mesma, já que consiste no próprio processo vital.
É relatado na Revista Aventuras na História, na edição 199, dezembro 2019 que a aprendizagem montessoriana oferecia excelentes resultados nas crianças com Necessidades Especiais Educacionais (NEE).
A educadora Maria Montessori equilibrava disciplina com liberdade e isso permitia florescer a verdadeira natureza de cada aluno, respeitando sempre a sua individualidade através de metas alcançáveis.
Observe que a idéia da educação ter que partir da premissa de que todos são capazes de aprender já vem sendo trabalhada há séculos e os bons educadores fazem jus as falas de Confúcio (551 a.C. – 479 a.C.) quando afirmava que “não são as ervas más que sufocam a boa semente e sim a negligência do lavrador”
Educadores assim são excelentes lavradores que vêem no ato de educar uma forma de expressar o seu amor pelo ser humano.
Não precisamos de muito mais na educação, basta respeitarmos as individualidades e de forma concomitante as especificidades de cada aluno, fugindo a padronização de pensamentos e valorizando cada um como ser ímpar e singular, com amor, atenção, respeito e hombridade.