01/12/2020

Modelo orgânico de organização

Jorge Barros

Pós-graduado e Mestre em Administração e Gestão Escolar, Doutor em Administração e Gestão Educativa e Escolar, Professor no 2.º Ciclo do Ensino Básico no Agrupamento de Escolas Dra. Laura Ayres (ESLA), Quarteira

 

O que se verificava até uma determinada altura em relação ao modelo organizacional utilizado começou a ser alterado na era da informação. Esta incumbiu-se de transfigurar essa velha realidade, motivada pelas rápidas e profundas mudanças que trouxeram um cenário de negócios turbulentos e instáveis nos quais a imprevisibilidade se tornou num fator crítico. Nesta situação, o modelo mecanicista, caraterizado por ser centralizador, rígido e controlador, já não conseguia atender às novas necessidades de mudança e inovação organizacional e em particular empresarial, imprescindíveis para a sobrevivência num contexto altamente competitivo e globalizado, pelo que as organizações e as empresas começaram rapidamente a apelar para um novo modelo, o modelo orgânico, caraterizado por ser descentralizador, flexível e impulsionador, isto é, a antítese do modelo burocrático mecanicista.

Por esta altura, algumas empresas bem-sucedidas conseguiram rapidamente mover-se de um modelo para outro com a adoção de programas de mudança e inovação internas. Nestas, podem-se integrar, por exemplo, empresas cinematográficas que produzem filmes de avant-garde, fábricas que produzem protótipos complexos e empresas petroquímicas integradas, entre muitas outras.

As organizações do tipo orgânico adaptam-se a condições instáveis, a ambientes que oferecem problemas complexos e que não podem ser resolvidos por pessoas com especialidades tradicionais. Neste tipo de sistema ninguém é especialista, dado que ocorre uma contínua redefinição de tarefas e o que é enfatizado é a natureza cooperativa do conhecimento e não a especialização.

As organizções orgânicas são do tipo que se autorregulam em função do ambiente, daí adotarem a metáfora que se comportam como seres vivos. São flexíveis e moldam-se conforme as circunstâncias que se apresentam. Dessa forma, podem apresentar soluções inovadoras pelas ações mais eficazes e aperfeiçodas. Este tipo de organizações apresentam as seguintes caraterísticas: estruturas flexíveis e com pouca divisão do trabalho; cargos continuamente redefinidos resultantes da interação com outros participantes da tarefa; decisões relativamente descentralizadas, nomeadamente delegadas aos níveis inferiores; tarefas realizadas à luz do conhecimento que as pessoas têm da empresa ou da organização como um todo; predomínio da interação lateral sobre a vertical; maior amplitude de controlo do supervisor; maior confiabilidade nas comunicações informais; e ênfase nos princípios de relacionamento humano na Teoria das Relações Humanas.

A principal desvantagem do modelo orgânico prende-se com o facto de por vezes algumas organizações não se conseguirem adaptar rapidamente às mudanças, aos negócios turbulentos e instáveis e à imprevisibilidade do que as rodeia e dos mercados.

Já as vantagens dizem respeito precisamente àquelas organizações que conseguirem ultrapassar principalmente as desvantagens citadas e, deste forma, estarem aptas a sobreviver nos negócios, nos mercados, a continuar a atuar e a se desenvolverem num contexto competitivo e globalizado.

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