Modelo de organização – Burocracia Profissional
Jorge Barros
Pós-graduado e Mestre em Administração e Gestão Escolar, Doutor em Administração e Gestão Educativa e Escolar, Professor no 2.º Ciclo do Ensino Básico no Agrupamento de Escolas Dra. Laura Ayres (ESLA), Quarteira
A burocracia profissional é também uma estrutura burocrática, mas que se apoia na estandardização das qualificações para coordenar as suas atividades. Este tipo de estrutura recruta especialistas devidamente formados e socializados - que são profissionais - para o seu centro operacional, dando-lhes uma latitude considerável no controlo do seu próprio trabalho. O trabalho dos operacionais é então especializado na dimensão horizontal mas alargado na dimensão vertical.
O componente fulcral da burocracia profissional é o núcleo operacional, na medida em que este tipo de organizações complexas como, por exemplo, os hospitais, as universidades, os tribunais e os laboratórios de pesquisa e investigação, necessitam de profissionais operacionais altamente especializados e com elevado controlo sobre o seu próprio trabalho.
A coordenação desta estrutura é assegurada por padrões que pré-determinam o que deve ser feito.
Este tipo de burocracia representa uma estrutura muito descentralizada, tanto na dimensão vertical como na dimensão horizontal.
A burocracia profissional realça a importância do poder da competência que é de natureza profissional. Uma grande parte deste poder que é exercido sobre o trabalho operacional está situado na base da estrutura e é partilhado com os profissionais do centro operacional.
Este tipo de estrutura também apresenta vantagens e desvantagens, inconvenientes ou problemas.
No que às vantagens diz respeito salientam-se: dar atenção ao produto na perspetiva da qualidade e cliente; colocar responsabilidade em níveis mais baixos; exigir muita formação e qualificações; e melhorar a coordenação das atividades funcionais dentro de cada departamento autónomo.
Os principais problemas da burocracia profissional referem-se aos problemas de coordenação, de autonomia e de inovação. Também se invocam outras desvantagens, tais como: poder levar a que o centro operacional perca o sentido da organização e se centre demasiadamente na profissão; ser propensa a conflitos por via da descentralização e profissionalização e dificuldade na articulação de funções centrais; e ter dificuldade no controlo por parte dos gestores de topo ao nível do recrutamento e seleção de pessoal pela elevada exigência requerida.
Este modelo é altamente eficiente em organizações de grande dimensão com um ambiente simples e estável e com um tipo de trabalho rotinizado e estandardizado.