Metodologias Ativas no Ensino Fundamental: Protagonismo, Colaboração e Aprendizagem Significativa
Rosângela Macedo de Aguiar
Licenciatura em Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia. Especialista em Docência para Educação Infantil. Primavera do Leste, MT.
Edinalva Rosa da Conceição
Licenciatura em Pedagogia. Especialista em Educação Infantil e Series Iniciais. Primavera do Leste, MT.
Regiane Aparecida Pinto Ramos
Licenciatura em Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia. Primavera do Leste, MT.
Rosane Lorilei Klein
Licenciatura em Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia. Especialista em Educação Infantil. Primavera do Leste, MT.
Elenilda Vieira da Silva
Licenciatura em Pedagogia. Primavera do Leste, MT.
As metodologias ativas no ensino fundamental têm se consolidado como alternativas inovadoras frente às práticas tradicionais de ensino, caracterizadas, em grande parte, pela centralidade do professor e pela ênfase na transmissão de conteúdos. Diferentemente desse modelo, as metodologias ativas colocam o estudante no centro do processo educativo, estimulando a participação, a autonomia e a construção colaborativa do conhecimento. Nesse cenário, o professor assume o papel de mediador, organizando situações de aprendizagem que desafiem os alunos a investigar, refletir e interagir, favorecendo o desenvolvimento de competências cognitivas, sociais e emocionais fundamentais para a formação integral.
O pressuposto central das metodologias ativas é a valorização do protagonismo do estudante. Mais do que receptores passivos de informações, os alunos tornam-se sujeitos ativos, capazes de levantar hipóteses, buscar soluções e aplicar os conhecimentos em situações reais. Conforme Moran (2015), aprender de forma ativa é experimentar, questionar e transformar a realidade, em um processo que mobiliza diferentes linguagens e recursos. No ensino fundamental, esse princípio dialoga diretamente com a curiosidade e o interesse das crianças, que aprendem de maneira mais significativa quando envolvidas em práticas concretas e desafiadoras.
Entre as metodologias ativas mais difundidas, destaca-se a aprendizagem baseada em projetos (ABP). Nessa abordagem, os alunos são convidados a investigar problemas ou temas relevantes para a comunidade escolar ou para o cotidiano, articulando diferentes áreas do conhecimento. Ao desenvolver um projeto, os estudantes aprendem a pesquisar, planejar, trabalhar em grupo e apresentar resultados, habilidades que transcendem os conteúdos disciplinares e fortalecem a autonomia. Outro exemplo é a aprendizagem baseada em problemas (PBL), em que os alunos enfrentam situações-problema abertas, estimulando o raciocínio crítico, a tomada de decisão e a busca por soluções criativas.
As metodologias ativas também podem incluir práticas como a sala de aula invertida, em que os conteúdos teóricos são explorados previamente pelos alunos, por meio de vídeos, textos ou outros recursos, e o tempo em sala é utilizado para discussões, atividades colaborativas e resolução de dúvidas. Essa estratégia valoriza o tempo coletivo e transforma o espaço da sala de aula em ambiente de troca e construção conjunta. Além disso, recursos tecnológicos, como plataformas digitais, jogos educativos e ambientes virtuais, podem potencializar a aplicação das metodologias ativas, tornando as práticas mais dinâmicas e interativas.
No ensino fundamental, a aplicação das metodologias ativas demanda sensibilidade pedagógica para adaptar as propostas às características das crianças. É preciso considerar que o protagonismo estudantil não significa ausência de orientação; pelo contrário, o papel do professor como mediador é fundamental para guiar os processos, organizar as etapas e oferecer suporte nas dificuldades. Como destaca Freire (1996), ensinar exige a criação de condições em que os alunos possam aprender com autonomia, mas sempre em diálogo com o conhecimento sistematizado.
Os benefícios das metodologias ativas são diversos. Elas favorecem aprendizagens mais significativas, pois os conteúdos deixam de ser abstrações distantes e passam a estar conectados com a realidade dos alunos. Promovem também o desenvolvimento de competências socioemocionais, como cooperação, empatia e responsabilidade, ao mesmo tempo em que estimulam habilidades cognitivas superiores, como análise, síntese e avaliação. Ao envolver os alunos em atividades práticas e colaborativas, a escola contribui para a formação de cidadãos críticos, criativos e capazes de lidar com os desafios do mundo contemporâneo.
Contudo, a adoção das metodologias ativas enfrenta desafios. Muitos professores ainda se sentem inseguros para modificar suas práticas, seja pela falta de formação continuada, seja pelas condições estruturais das escolas. Além disso, a cultura escolar, muitas vezes centrada em avaliações padronizadas, pode dificultar a valorização de práticas inovadoras. Para superar esses obstáculos, é necessário investir em políticas públicas que apoiem a formação docente e promovam condições adequadas para a implementação das metodologias ativas, garantindo que elas se tornem parte do cotidiano escolar e não apenas experiências pontuais.
Em síntese, as metodologias ativas no ensino fundamental representam um caminho promissor para tornar o processo educativo mais dinâmico, inclusivo e significativo. Ao valorizar o protagonismo do estudante, estimular a colaboração e aproximar os conteúdos da realidade, essas práticas contribuem para uma educação mais humanizada e transformadora. Cabe à escola, aos professores e à comunidade escolar assumir o compromisso de integrar essas metodologias, reconhecendo que a aprendizagem ativa é condição essencial para formar sujeitos críticos e participativos na sociedade contemporânea.