MEC – Secretaria de Inclusão que Exclui
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Interessante perceber que imbecilidades não são cometidas apenas por pessoas sem escolaridade, dito isso pode-se afirmar que temos especialistas, mestres e até doutores que por própria arrogância, as suas ações insanas são mais degradáveis e obtusas.
Existe um movimento de conscientização da inclusão realizado por educadores, mães de autistas e instituições que lidam com pessoas neuroatípicas, e o setor do Ministério da Educação MEC representado pela Secretaria de Inclusão, que deveria abraçar esta causa, simplesmente toma a decisão mais néscia e estapafúrdia que poderia ser tomada que é a de excluir mães autistas de opinar na intenção de contribuir sobre a educação inclusiva de seus filhos.
Observe a divergência em que se encontra a atual conjuntura, um país democrático que proíbe mães de filhos atípicos de participarem de qualquer ação relacionada ao autismo.
Essa é uma posição oficial da Secretaria de Inclusão totalmente excludente, ou seja, é o negacionismo e a hipocrisia tendo mais uma vez voz e força nas decisões.
Tais mães em circunstância alguma devem participar e para piorar, instituições que tiverem mães de autistas também não participarão, ou seja, calam-se as vozes e fazem o que acham que convém.
Infelizmente esta pessoa, apesar de ter seus títulos acadêmicos, explicita toda a sua nesciedade e falta de humanidade ao proibir as pessoas que mais podem contribuir com o processo de educação e autonomia de seus filhos, já que ninguém conhece mais as especificidades dos autistas que as próprias mães destes.
São doutores cheios de arrogâncias que ocupam lugares errados dentro de um Ministério que deveria sim, fomentar a democracia, ouvir todos os lados e com bom senso, tomar as decisões mais sensatas e corretas para que a educação inclusiva trabalhe a autonomia dos alunos com PCD (Pessoa com Deficiência, um termo que se refere a pessoas com limitações físicas, mentais, intelectuais ou sensoriais).
Atitudes como esta têm sido recorrentes também em outros setores, mas é inadmissível no MEC e principalmente no setor de inclusão, isso porque de inclusão tem-se apenas o nome.
Acreditava-se que o negacionismo tinha ficado na gestão anterior, todavia de tanto combaterem o negacionismo, estamos vendo as mesmas pessoas se tornando negacionistas fazendo valer as falas de Nietzsche quando afirmava que “aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro”, e é justamente isso que tem acontecido, estamos com muitos monstros em nossa Secretaria de Inclusão que poderia ser conhecida como a Secretaria de Inclusão que Exclui.
Assim sendo, que mães de filhos atípicos não se calem, que gritem aos quatro cantos até que seus gritos incomodem as pessoas que tiverem forças para somar esta luta que busca apenas respeito, dignidade e autonomia para nossos filhos autistas.