Malandramente
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br
Malandramente as coisas vão acontecendo no Brasil fazendo chorar a nossa pátria mãe gentil, sendo que apenas os politizados conseguem perceber a manipulação política através de um desmanche de oposição, cujo poder judiciário encontra-se centrado em um só partido.
Por incrível que pareça, um dos partidos mais corruptos encontra-se totalmente blindado, diversas delações feitas, contas na Suíça descobertas e nada acontece, mostrando que isonomia é uma palavra sem significado para esta neoplasia maligna que é nossa política.
A manipulação realizada por este partido é tão forte que o mesmo, é um dos principais a defender a escola sem partido, isto é, uma escola neutra que tem a função de idiotizar ainda mais os seus jovens em relação as arbitrariedades políticas contra o povo.
É sabido que o Brasil está caminhando direto para o caos e, Neiva em seu livro Lições Aprendidas, publicado pela Editora Universidade em 2006, esclarece que uma estrutura que não interage com o ambiente, tende a um aumento de entropia que é tendência para o desgaste.
Com essa citação, percebe-se que não está havendo a interação com o povo, esta estrutura não está sendo dissipativa e as ações estão sendo tomadas nos bastidores a base de usurpações e legalizações de ações ilegais.
A nossa educação passou a ser um fator secundário e os investimentos passaram ser vistos como gastos, ou seja, a missão educacional não está embasada na vida, na capacidade do homem compreender a realidade e nela intervir.
Malandramente os políticos vão excluindo da educação os fenômenos humano, social, cultural e político, e com o tempo, restará apenas conteúdos estéreis, aumentando em forma de uma progressão geométrica a sua massa de manobra.
Dalben e Castro no livro a Relação Pedagógica no Processo Escolar: Sentidos e significados, publicado pela Editora UFMG em 2010, aduzem que se a “sociedade não oferece a todos os cidadãos condições equânimes de cidadania, a escola não pode ser uma instituição que legitime essa distorção produzida pela própria sociedade”, logo, a função vai contra as ideias da escola sem partido, vai contra o PEC 55 (antigo PEC 241), vai contra a alienação imposta pelas mídias e vai também, conraa esterilização do processo educativo imposto por estes representantes políticos usurpadores da dignidade do povo.
E assim, malandramente as coisas vão acontecendo no Brasil e o povo perdendo cada vez mais a sua cidadania e consequentemente a sua dignidade, enquanto os políticos vão suprimindo verdades como as ditas por Freire em seu livro Educação como Prática da Liberdade, publicado pela Editora Paz e Terra em 1980, quando este é enfático ao dizer que a educação é um fenômeno social e integra práticas sociais e políticas que compõem a dinâmica de funcionamento da sociedade, fazendo-nos perceber que toda educação é um ato político.