15/09/2021

Maioria aprova o home office, mas há preocupações com excesso de trabalho

Home-oficce

O home office virou rotina para muitos brasileiros, que há pouco mais de um ano nem sabiam o que era trabalhar de casa. As empresas, por seu lado, dificilmente permitiam esse tipo de modelo, tendo sido forçadas a implementá-lo para se manterem em atividade - especialmente nos setores operacionais e administrativos.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e pela Fundação Instituto de Administração (FIA), o trabalho remoto vem sendo apreciado por quem o pratica, e a intenção dos brasileiros em regime remoto é que continue assim, apesar declararem ter uma jornada de trabalho maior do que a acordada.

Dados do levantamento

André Fischer, professor da FEA e coordenador da pesquisa, comentou que “as pessoas estão muito satisfeitas. Esperávamos até um indicador um pouco abaixo, mas elas estão valorizando muito ficar em casa”. Isso porque o estudo descobriu que 73% dos entrevistados estão felizes com o home office - um número que sobe para 78% quando se considera a intenção de manter essa rotina remota após o isolamento social.

No ano passado, 19% dos trabalhadores queriam voltar aos escritórios. Neste ano, esse número caiu para 14%, o que indica que as pessoas estão se adaptando à rotina e apreciando o modelo. Um dado ainda mais impressionante é que 81% dos entrevistados afirmaram ser tão, ou até mais, produtivos trabalhando de casa do que presencialmente.

E é por isso que o home office parece ser uma inovação que veio para ficar, da mesma maneira que as facilidades que temos no dia-a-dia, como os assistentes virtuais, compras online, ítens para uma casa inteligente, e aplicativos de entretenimento, como por exemplo as plataformas de streaming e apostas esportivas grátis, que oferecem um ambiente para fãs de esportes que não se contentam em somente assistir aos jogos e partidas da sua modalidade favorita.

Mais conforto, mais trabalho

Mesmo que os números estejam tão positivos, é importante notar que muitos entrevistados declararam estar trabalhando mais horas em casa do que o fariam se estivessem no escritório. 45% deles afirmaram passar 45 horas semanais, ou até mais, trabalhando. Deste número, 23% declararam ter uma carga horária de 49 a 70 horas semanais, e 6% comentaram trabalhar por mais de 70 horas na semana.

Apesar de economizarem o tempo do deslocamento, muitos começam a rotina mais cedo e acabam mais tarde. É importante relembrar que, de acordo com a legislação trabalhista no Brasil, a jornada convencional de trabalho deve ser de até 44 horas semanais. Fischer comenta que a porcentagem de pessoas que trabalham mais do que o pré-determinado “é um dado impressionante e que pode interferir bastante na questão da saúde mental das pessoas. Eu mesmo estou trabalhando mais horas do que antes. Por estarem conectados o tempo inteiro, muitos acabam trabalhando também o dia inteiro.”

Quanto aos gastos, a pesquisa da FEA e FIA descobriu que, dentre os entrevistados, apenas 29% recebiam, das empresas onde trabalham, ajuda de custo com a internet e 13% com a conta de energia. Apesar de desanimador, este número é maior do que no ano passado, quando apenas 7% e 3% recebiam ajuda nas respectivas áreas.

Pesquisa da Microsoft

Já outro estudo, desta vez conduzido pela Microsoft, acompanhou mais de 61,000 funcionários da gigante da tecnologia entre dezembro de 2019, antes da pandemia, e junho de 2020. Nele, a Microsoft descobriu que os seus colaboradores viram uma redução na criatividade, comunicação e trabalho em equipe após a implementação do modelo remoto. De maneira semelhante à pesquisa mais atualizada da FEA e FIA, a empresa de tecnologia descobriu que as horas de trabalho aumentaram, além do volume de mensagens e e-mails enviados.

O estudo concluiu que a implementação de um modelo híbrido seria ideal - nele, cada funcionário passaria dois dias no escritório por semana, alternando com outros. Isso ajudaria com a comunicação e fluxo de informação repassada.

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