Libertado outros mil
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente– www.wolmer.pro.br
"libertei mil escravos, teria libertado outros mil se eles soubessem que eram escravos". Esta fala de Harriet Tubman, uma abolicionista e ativista americana; é refutada por alguns historiadores americanos em relação a autoria, todavia, o objetivo aqui não é buscar saber se é ou não desta mulher que muito fez pelo seu povo, mas perceber que ela é vista como um ícone que muito fez para engrandecer a história dos Estados Unidos da América.
Observe que o “teria libertado outros mil se soubessem que eram escravos” nos remete a nossa atual conjuntura política, em que muitos não conseguem enxergar o caos ao qual nos encontramos, ressaltando tanta ingovernabilidade, e acreditam estar vivendo o melhor governo que o Brasil já teve.
Pessoas mesmo “esclarecidas” não enxergam a triste situação em que o país encontra-se, peguemos como exemplo o ministro da economia afirmar em não ver problema a energia ficar um pouco mais cara[1]. Ele como economista não se importa que a conta de luz impulsione a inflação.
Outro ministro que converge com as mesmas estultices é o ministro da educação que disse que a universidade deveria ser para poucos, justificando que tem muito engenheiro dirigindo Uber, ou seja, ao invés de resolver o problema de economia do pais, tira justamente o que é mais importante para o desenvolvimento de uma nação, a sua educação.
Um povo com discernimento perceberia a imbecilidade dita nas falas destes ministros, principalmente quando oministro da economia sugere que os pobres tem que comer as sobras da classe média como forma de combater a fome, ou seja, não existe um plano de incentivo para que os menos privilegiados tenham dignidade, pois como dizia Luiz Gonzaga Do Nascimento em sua música um homem também chora: " O homem se humilha, Se castram seu sonho, Seu sonho é sua vida, E vida é trabalho; E sem o seu trabalho Um homem não tem honra E sem a sua honra Se morre, se marta".e com isso o Brasil ultrapassa os 17 milhões de desempregados[2], e vale lembrar que na época do Fernando Henrique, o número já era consideravelmente alarmante, porque chegava a 10,5 milhões[3].
Realmente, é difícil libertar pessoas que acreditam que este governo está fazendo algo pelo seu povo, e quem pensa assim, esteja certo que é um fanático imbecilizado.
Enfim, cabe ao professor trabalhar uma educação que tire o educando desta inércia e alienação, fazendo-o crítico e protagonista para que este, não se curve perante a nesciedade de nosso governo, pois é de responsabilidade do professor, desenvolver toda criticidade necessária em seu aluno, para que ele possa discernir a realidade em que se encontra, do mundo paralelo e imaginário que o governo mostra ao seu gado.
[1] Para mais informações vide:
https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2021/08/25/guedes-qual-o-problema-de-a-energia-ficar-um-pouco-mais-cara.htm
https://oglobo.globo.com/economia/qual-o-problema-que-energia-vai-ficar-um-pouco-mais-cara-analistas-explicam-fala-de-guedes-25171601
https://www.infomoney.com.br/economia/guedes-qual-o-problema-de-a-energia-ficar-um-pouco-mais-cara/
[2] https://exame.com/economia/pandemia-afetou-17-milhoes-na-busca-por-emprego-diz-pnad/
[3] https://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi31019919.htm