Inteligência Artificial e a Realidade da Educação Pública
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
O tema deste texto apesar de ter um toque futurista, tem sido a realidade vivenciada por algumas escolas e alunos que buscam o conhecimento de forma autônoma, todavia cabe uma ressalta contextual, isso porque a educação em si é pertencente a vários universos como mencionados nas obras Gestão Afetiva, Docência momento reflexivo, Educação um ato político, Educação uma questão de politizar e muitos outros que pontuam diferenças abismais em relação a educação pública e privada, e até mesmo a educação pública tem os seus diferenciais, visto que a pública ligada a uma Universidade Federal diferencia da pública ligada ao Estado ou ao Município.
Assim sendo, cabe pontuar que são vários desafios caso esta questão trilhe pela seara da educação pública municipalizada, dito isso, esta educação terá no momento, mais desafios para que sua real potencialidade seja efetivada.
A inteligência artificial para desenvolver no aluno certa criticidade, faz-se necessário que este aluno tenha desenvolvido em si conceitos como autonomia, ética, senso de pesquisa, dentre outras variáveis que hodiernamente um aluno de escola pública se demonstra apático.
É notório que muitas escolas públicas quando não sucateadas, tem em seu corpo docente profissionais desmotivados e com baixo autoestima, seja por motivo de falta de valorização, sobrecarga de trabalho, cobranças demasiadas dentre outros pontos que tira o brilho do professor em atuar realmente como verdadeiro protagonista deste processo ensino-aprendizagem e muitos simplesmente se deixam levar pelo sistema falho, sofrível e corruptível.
Sem adentrarmos na questão política do sistema educacional, e romantizando realmente a integração da tecnologia e da inteligência artificial, faz-se necessário que as escolas mudem suas metodologias e foquem realmente em outras áreas como inteligência emocional por meio de metodologias ativas e abandonem o processo de aprovação que a tornou em uma fábrica de analfabetos funcionais, pois a escola pública tem justamente criando uma sociedade de indivíduos alheios a realidade, domesticados e sem um protagonismo cognoscente como ressaltado nos livros Educação uma questão de politizar e Educação um ato político.
Quando se fala em inteligência artificial, existe neste termo um universo ainda a ser explorado quanto ao aprimoramento do aprendizado, suporte aos professores além de alavancar uma gestão mais focada.
Desta forma, a era digital tem o intuito de fomentar a busca pela pesquisa por meio da curiosidade e da busca pelo conhecimento, não um conhecimento estéril mas um conhecimento que instigará o discente a pleitear uma mudança de seu contexto, tornando-o um cidadão protagônico cognoscente, e o mais interessante que esta tecnologia sendo aplicada de forma correta, poderá ser estendida a todos ao alunos independente suas especificidades e assim desenvolver nestes educandos tudo que lhe for capaz, permitindo em concomitância mais e melhores acessibilidades educacionais.
Interessante pontuar que para que a educação não fique em suas quimeras, faz-se mister com que o sistema educacional repense seus métodos pedagógicos outrora arcaicos para algumas situações, e com isso, trabalhe metodologias ativas para o encantamento do aluno quanto ao universo digital, pois caso isso não ocorra, a educação pública relacionada com a educação privada terá um déficit ainda maior e será ela própria a fonte de exclusão social, já que seus educandos não se encontrarão neste mundo digital, pois faltarão nestes alunos o desenvolvimento de habilidades digitais.
Assim pode-se constatar que a inteligência artificial oferecerá forte influência tanto na vida do educador, quanto na gestão escolar e na própria política educacional.
É obvio que deverá existir um binômio entre inteligência artificia e ética, palavra esta que tem faltado muito nas escolas, nos processo-educacional e principalmente nos corpos discentes das escolas públicas, e sendo assim, as escolas precisarão ser mais ativas ao trabalhar com conteúdos voltados para inteligência emocional, soft skills dentre outras que pontuem humanização, respeito e discernimento.