24/06/2025

Inteligência Artificial como Algoz da Educação de Qualidade

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

É comum a educação acompanhar as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) usando os recursos de hardware e software disponibilizados por elas para um melhor acompanhamento do processo ensino-aprendizagem, todavia, quando mal-usada tal tecnologia, ela passa a ser de fomentadora de um ensino de qualidade para a grande algoz.

Presenciamos o uso das TICs na educação de várias formas, mas cabe salientar que os celulares têm causado transtornos quanto ao processo ensino-aprendizagem devido ao seu mal uso, ao ponto criarem a Lei nº 15.100/2025, sancionada neste ano pelo Governo Federal, que regulamenta o uso de celulares e dispositivos eletrônicos pessoais em todas as etapas da educação básica, proibindo seu uso durante aulas, recreios e intervalos, claro que isso aconteceu pelo uso indevido desses aparelhos nas escolas com impacto negativo na aprendizagem, concentração e saúde mental dos jovens.

Com o uso da Inteligência Artificial (IA) na educação, os riscos são iminentes, como dependência excessiva da tecnologia, desinformação, problemas de integridade acadêmica, problemas de interação, preguiça cognitiva por meio da busca que não exija o uso de pensamento de forma ativa e deliberada para criar, construir ou transformar algo.

Vale salientar que o cerne de qualquer pensamento crítico e/ou construtivo está na sua forma de processar as informações, no feeling do indivíduo e até mesmo nos erros cometidos que se tornarão aprendizagens, todavia, tem-se criado uma dependência tanto por parte do corpo discente quanto docente.

Temos exemplos de trabalhos acadêmicos feitos totalmente pela IA sem o mínimo questionamento do docente quanto ao conhecimento adquirido e em contrapartida, temos professores que fazem uso da IA na execução de seus trabalhos, ou seja, ministrar aula tem sido algo banalizado, levando inclusive o docente a uma dependência e até mesmo a um déficit cognitivo, pois muitos simplesmente apresentam trabalhos maravilhosos sem o mínimo de conhecimento quanto ao conteúdo.

E para complicar ainda mais a situação, se apropriam de um trabalho que se quer tem o seu intelecto e desconhecem por completo alguns conceitos abordados na elaboração do trabalho.

Docentes assim são vistos não como profissionais que andam junto com a tecnologia, mas como pessoas incapazes de construir algo inteligível com o seu próprio intelecto que com o tempo ficará fossilizado e subjugado, já que ao subtrair qualquer meio de se conseguir acesso a IA, mal escreverá algumas linhas inteligíveis.

O uso da IA tem criado uma dependência tanto por parte dos discentes quanto docentes, fazendo com que questionemos se os trabalhos apresentados pelos professores poderão ou não ser creditados a eles e caso não, este docente com toda certeza não será digno de ser um professor, tratando-se apenas de um usurpador de conteúdo, um sujeito vazio que vive em uma ilusão de um saber que nunca lhe pertenceu, já que ele mesmo sequer conseguiria manter uma conversa inteligível sobre o assunto apresentado.

Enfim, apesar de estarmos vivenciando a sociedade do conhecimento, estamos atrofiados nas imbecilidades de nossos egos.

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