Instituto Federal realiza aula inaugural de projeto para EJA

O Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS) realizou nessa quarta-feira, 4 de setembro, a aula inaugural do projeto da educação de jovens e adultos (EJA) integrada à educação profissional e tecnológica (EPT). A inciativa já está em execução e oferece 10 cursos, com o objetivo de qualificar sete mil alunos da EJA. 

O projeto está sendo desenvolvido com o apoio das secretarias de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) e de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação (MEC). 

A cerimônia foi transmitida ao vivo pelo YouTube do IFSULDEMINAS e contou com a participação da secretária da Secadi, Zara Figueiredo; e do secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Marcelo Bregagnoli, além de alunos, professores e gestores educacionais dos 38 municípios parceiros, em mais de 40 escolas da rede estadual e municipal de ensino de Minas Gerais.       

Figueiredo anunciou que o projeto irá, em breve, ganhar escala nacional, com seu lançamento pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo ministro de Estado da Educação, Camilo Santana. A secretária também destacou a importância dos institutos federais de todo o País na execução do Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação na Educação de Jovens e Adultos e de outras políticas da Secadi.   

Para Bregagnoli, a educação profissional e tecnológica é, historicamente, inclusiva e expertise das instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica garantirá que a iniciativa seja expandida com qualidade. “Fico muito feliz de ver a efetivação desse projeto que vai beneficiar, sobretudo, os estudantes que mais precisam, abrindo possibilidades de emprego, geração de renda e melhoria da qualidade de vida. Serão muitos municípios atendidos e pessoas alcançadas”, comemorou. 

Contexto – Zara Figueiredo apresentou, durante sua palestra no evento, dados sobre o analfabetismo no Brasil. Segundo ela, em 1940, a maioria dos indivíduos, o que correspondia a 56% da população, não sabia ler nem escrever. Ao longo dos anos, esse quantitativo foi diminuindo e, em 2022, a porcentagem era de 7%.  

“Mas ainda não atingimos um bom patamar, porque, nesse momento, estamos discutindo a sociedade do conhecimento, a revolução tecnológica, falando de inteligência artificial... Tudo que nós precisamos resolver está escrito dentro de uma máquina. Então, em 2024, ter 7% do País não alfabetizado é muito grave, porque 7% representam 11,4 milhões de pessoas”.  

Ela observou que é preciso entender que pessoas não alfabetizadas não optaram por essa condição. “Não houve uma ação do Estado sobre aquele indivíduo, para que ele fosse alfabetizado, e é isso que queremos mudar com iniciativas como essa”, explicou. 

Projeto – O Projeto EJA-EPT do IFSULDEMINAS oferece cursos de qualificação profissional, como agente de gestão de resíduos sólidos; recepcionista em serviços de saúde; eletricista instalador predial de baixa tensão; operador de tratamento de águas e efluentes; e pedreiro de alvenaria estrutural. 

Os cursos são oferecidos nas modalidades presencial e educação a distância (EAD), com carga horária de 240 horas. Os professores são selecionados por meio de edital específico do projeto.  

A iniciativa também oferece um curso de formação de professores em metodologias ativas e tecnologias para a EJA, com carga horária de 200 horas. 

EJA-EPT – O Programa da Educação de Jovens e Adultos Integrada à Educação Profissional foi instituído pela Portaria 962/2021 do MEC. O objetivo é fomentar a EJA e atender à meta 10 do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê a oferta de no mínimo 25% das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional.  

Os principais objetivos do programa incluem: ampliar oportunidades de acesso, permanência e conclusão dos três segmentos da EJA; fomentar a oferta de EJA integrada à educação profissional, alinhada com os arranjos produtivos locais; apoiar o desenvolvimento de propostas pedagógicas específicas para o público de EJA, integrando educação, ciência, trabalho, tecnologia e cultura; e promover a elevação da escolaridade de jovens, adultos e idosos, articulada à educação profissional. 

Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Secadi e da Setec - 05.09.2024