INSERÇÃO DE CADEIRANTES NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Renata Lopes de Freitas Ramos, Wellington Andrade Gomes, Itamara Silva de Lucena, Rodrigo Gomes Martins, Daniela Moraes Scoss
Centro Universitário Ítalo Brasileiro
freitas.l.renata@gmail.com
RESUMO
Este artigo foi desenvolvido no âmbito de analisar quaisquer dificuldades que o profissional de educação física possa enfrentar em sua carreira profissional, dentro do ambiente escolar, com isso foi apontado nesta análise uma das várias dificuldades que o mesmo provavelmente irá se deparar. Tentando entender de uma forma geral como funciona, mesmo sabendo que cada indivíduo reage a diferentemente mediante aos estímulos recebidos, por isso não se deve criar uma maneira só de trabalho, pois terá que sentir qual será a melhor maneira de se trabalhar com esse deficiente físico, para que ele possa se desenvolver de uma forma mais natural e prazerosa, assim sendo incluído e visto perante todos como iguais. Deu-se como justificativa pelo fato da observação durante as experiências vividas pelos integrantes deste estudo. A metodologia aplicada à este trabalho foi a revisão de literatura baseada em outro artigos já publicados e sua delimitação temporal foi dos últimos 8 anos.
Palavras chave
Inserir, Educação Física, Cadeirante.
ABSTRACT
This article was developed in the scope of analyzing any difficulties that the professional of physical education can face in his professional career, within the school environment, with this it was pointed out in this analysis one of several difficulties that it will probably come across. Trying to understand in a general way how it works, even knowing that each individual reacts to differently through the received stimuli, so do not create a single way of work, because you will have to feel the best way to work with this physically deficient , so that it can develop in a more natural and pleasurable way, thus being included and seen before all as equals. It was given as justification by the fact of the observation during the experiences lived by the members of this study. The methodology applied to this work was the literature review based on other articles already published and its temporal delimitation was of the last 8 years.
Key words
Inserting, Physical Education, Chairperson.
INTRODUÇÃO
Os profissionais da Educação se deparam com alunos com diversas deficiências entre auditiva, visual e motora entre outras deficiências e também têm que lidar com as crianças que não tem nenhuma dessas deficiências ou que não apresentam déficit de aprendizagem motora nem social. A inserção de alunos cadeirantes nas aulas de Educação Física foi o tema escolhido de acordo com a nova demanda que tantos os professores de Educação Física como de outras matérias do currículo de uma escola no ensino regular estão recebendo.
A justificativa se deu por conta do que verificou-se durante a vivência dos estágios realizados, pode-se supor que a criança cadeirante não recebe a atenção necessária para seu desenvolvimento motor em Educação Física quando inserida em uma escola de ensino regular e quando recebe o auxílio, esta criança é acompanhada por um (a) estagiário (a) que não possui formação específica para lidar com a capacidade motora do aluno ou que não tenha experiência para atuar com esse tipo de situação. O tema foi escolhido justamente no intuito de compreender como o professor deve participar da preparação e desenvolvimento de um indivíduo, com esse tipo de necessidade especial. Pretende-se analisar o quanto o professor está preparado para trabalhar com a inclusão social, quais métodos utiliza e o quanto conhece sobre esta desordem do desenvolvimento e das características de pessoas cadeirantes. Este artigo visa conhecer esse tipo de trabalho que também poderá se tornar cada vez mais frequente na vida profissional desse professor de Educação Física. A metodologia utilizada neste trabalho foi a de revisão de literatura. Como bases de dados foram utilizadas a Biblioteca Dante Alighieri, o Scielo e Sophia. A delimitação temporal foi dos últimos 8 anos. Os descritores foram: como planejar uma aula para um aluno cadeirante, alunos cadeirantes em escola de ensino regular, como adaptar uma aula para um cadeirante.
ALUNO CADEIRANTE
De acordo com Vasconcelos e Pagliuca et al. (2006 apud KRÜGER, FERREIRA, 2013), portadores de deficiência apresentam limitações físicas, mentais ou sensoriais, responsáveis por dificultar e impedir ações que para as outras pessoas são comuns.
No que repercute o assunto relacionado à deficiência física, partindo de informações procedente de Umphred et al. (1994, apud KRÜGER, FERREIRA, 2013), são evidenciadas algumas patologias, tais como; paraplegia; tetraplegia; hemiplegia; esclerose múltipla; esclerose lateral amiotrófica; paralisia cerebral; mielomeningocele; traumatismo raquimedular; traumatismo crânio-encefálico e distrofias musculares.
De acordo Carmo et al. (2002 apud AFONSO, MUNSTER. 2017), relata que mesmo com o crescimento da profissão, ainda existem profissionais da área de Educação Física, com o conhecimento ínfimo para a prática atividades recreativas, desportivas e esportivas para alunos cadeirantes.
Isto pode estar relacionado com o fato de muitos professores, em sua formação, não obtiveram conteúdos propícios a Educação Física Adaptada e inclusiva. Visto que a Educação Física Adaptada manifestou-se oficialmente nos cursos de graduação da resolução 3/87 do Conselho Federal de Educação, pressupondo que o professor de Educação Física venha a intervir junto a pessoa com deficiência (CIDADE, FREITAS 1997 et al. apud AFONSO, MUNSTER. 2017).
De acordo com Guedes e Guedes et al. (1997 apud LEHNHARD, MANTA, PALMA,, 2012), a adoção de hábitos saudáveis e a qualidade de vida estão justamente ligadas à Educação Física escolar, mesmo não havendo como meta principal a promoção de saúde, oferta aos alunos acessibilidade a um universo de informações que o possibilita a prática de exercícios físicos ao longo da vida.
INSERÇÃO DO ALUNO
Palma e Lehnhard (2012 apud AIME, SENA, AWAD 2016) pesquisaram em uma escola estadual de Santa Maria- RS e constataram que um aluno do 1º ano do ensino regular com deficiência física, pode e deve ser inserida nas aulas de Educação Física, desde que, o professor adapte sua aula, para que toda turma possa participar das atividades propostas
Conforme Falkenbach, Ordobás, Machado (2008 apud FREITAS, 2017), a postura e atitudes do professor são ferramentas fundamentais para linguagem e expressão, auxiliando no processo de aprendizagem e inclusão. Acentua-se uma resistência por parte dos demais alunos em aceitar o aluno cadeirante, desta forma o professor fica imbuído de intermediar o convívio de todos, realçando que todos são iguais, porém, sem coagir a aceitação das diferenças físicas, pois a aprendizagem será a mesma. E assim, os professores devem se dedicar para inserir o aluno cadeirante no grupo, focando anular as diferenças aparentes.
De acordo com Detzel et al. (2011 apud FREITAS, 2017), para que haja a inclusão desse aluno cadeirante, deve-se investir em equipamentos e profissionais capacitados na área de Educação Física, para inserção do mesmo em aula. Para a escola ser considerada inclusiva, deve proporcionar uma integração sem discriminação, ou exclusão dos indivíduos considerados normais ou não. Ela oferece uma educação volvida para todos, independente da sua condição física, promovendo assim condições para ser, aprender, conhecer e viver num ambiente sem preconceito e distinção, desenvolvendo seu potencial e sua consciência analítica.
Pessoas com deficiência são as que apresentam restrições de longo prazo, sendo, mental, física ou sensorial. Portanto também e descrita a deficiência física como bloqueio para a realização de movimentos considerados padrões. Entretanto há relato que a deficiência é congênita ao nascer ou no decorrer de seu desenvolvimento, sofrendo lesão de origem cerebral, medular, muscular e osteoarticular. (BRASIL 2007, DIEHL 2006, DUARTE, WERNER 1995, apud LEHNHARD, MANTA, PALMA, 2012).
INSERÇÃO DE CADEIRANTE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA.
Conforme Mayeda (2005 apud SERNAGLIA, DUARTE, DÉA, 2010), uma pessoa que adquire uma deficiência física ao longo da vida, além de se adaptar às alterações físicas, necessita ajustar sua vida social e psicológica. Isso garantirá sucesso agregando à reconstrução do seu autoconceito e entendendo sua nova situação, tornando a cadeira de rodas uma extensão do seu corpo. Esse auxílio lhe trará uma nova percepção sobre a forma de viver e o mundo, o que resulta em maior ou menor grau a mudança.
Segundo Winnick (2004 apud SERNAGLIA, DUARTE, DÉA, 2010), uma boa opção para esse público é o esporte adaptado e seus benefício físicos, além da interação social e conscientização positiva no aspecto psicológico. O esporte adaptado é caracterizado “o esporte modificado ou criado para suprir as necessidades especiais dos portadores de deficiência”. O autor declara que ele pode ser praticado em ambientes integrados, ou seja pessoas com deficiência interagem com pessoas sem deficiência, ou ambiente segregados onde há participação esportiva somente com deficientes físicos.
No entanto Paula (1996 apud RIBEIRO, 2009), nas últimas décadas do século XIX até os dias atuais, diz que as sociedades tornaram-se mais complexa, convertendo urgentemente atitudes sociais baseadas na solidariedade e na reciprocidade, resgatando valores e permitindo ao homem viver em sociedade com dignidade.
De acordo com Ciampa ( 1998 apud RIBEIRO, 2009), a identidade da cidadania repousa nas vínculos sociais, num método multideterminado e dinâmico de concepção, que ocorre durante todo o tempo de vida do ser humano em correspondência com o meio em que ele vive, por intermédio de trocas e experimentos partilhados com o grupo social. Ao longo dos séculos pessoas com deficiência ficaram excluídas das práticas sociais, ocorrendo uma justificativa histórica ausência da identidade social e sua não contribuição na construção da sociedade.
Considerando que o movimento se faz necessário, não somente para aqueles providos do desenvolvimento motor, considerado nos parâmetros normais, mas de qualquer forma o indivíduo (cadeirante) precisa sempre estar em movimento para a continuidade da vida (JACQUARD, 1998 apud SOUSA, FARIA, 2015).
Constata-se que há professores inserindo esses alunos, que apresentam essa deficiência física (cadeirante) em suas aulas, de maneira que ele não se sinta excluído. Em contraponto, há também professores que demonstram dificuldades, em atuar com esse público nas suas aulas. Esse profissional acerca-se de dúvidas que o possibilita fazer a inclusão desse cadeirante (MATOS, 2006 apud AIME, SENA, AWAD 2016).
De acordo com o IBGE (2010 apud AIME, SENA, AWAD 2016) nas aulas de Educação Física encontra-se cerca de 23,9% de alunos portadores de alguma deficiência. Conforme Jacquard (1998 apud AIME, SENA, AWAD 2016), o fato de realizar tarefas, atividades ou apenas viver a vida cotidiana já é um desafio enorme, mesmo para as pessoas que não apresentam deficiência, imagina para os alunos que apresentam alguma característica que necessitam de uma atenção especial, isso gera uma reflexão para que possa facilitar e possibilitar a execução de movimentos simples, ou até mesmo estar integrado e interagindo com o grupo de aula.
DISCUSSÃO
No estudo de Mengue, Meinerz,(2010) que como objetivo entender como fazer a inclusão de um aluno nas aulas de uma escola de ensino regular e sua metodologia foi feita através de revisão de literatura e o resultado que ora foi satisfatório e vezes que foram abaixo do esperado e o professor necessita ter um jogo de cintura para saber lidar com essas adversidades, pois por muitas vezes esse aluno cadeirante sofre de preconceito ou ele mesmo acaba se excluído dos demais.
De acordo com estudo de Giraldi e Souza (2011), que teve escopo analisar e avaliar formas de cadeirantes dançar. E sua metodologia foi desenvolvida através da pesquisa de campo com dois cadeirantes, foi ensinado a dança de maneira adaptada para esses indivíduos, obtiveram os seguintes resultados, pode-se notar que houve o aumento da autoestima, confiança e sua aceitação perante aos demais.
CONCLUSÃO
Por se tratar de um tema que não é muito abordado, foi muito difícil levantar material específico. Verifica-se, portanto, que mais estudos na precisam ser realizados.
Conclui-se que por mais tenha os planos de aulas pré-estabelecido pela secretaria de educação, nota-se que cada indivíduo apresenta um grau de dificuldade deste modo não aprendem da mesma maneira, ou seja, não assimilam a aula da mesma maneira assim cabe ao profissional de educação encontrar uma forma eficaz de lidar com esse aluno e ajudá-lo a se desenvolver, e adquirir habilidades básicas que irão ajudar ao longo do seu amadurecimento.
Conclui-se que o professor de educação física pode contribuir para o crescimento evolutivo das crianças com deficiência locomotora.
É nítido que são crianças que irão se desenvolver diferentemente das crianças sem deficiência, mas é possível obter uma evolução.
De acordo com o que foi visto de evolução nos estudos de 8 anos atrás, pode-se concluir que houve um avanço bem significativo para a inclusão de alunos cadeirantes nas aulas de Educação Física. Porém, ainda existem professores que apresentam certas dificuldades em adaptar-se e trabalhar com esses alunos.
Desta forma entende-se que essa inclusão está sendo feita para o próprio avanço do aluno deficiente. Claro que nessas aulas de conhecimentos básicos não vão fazer com que o mesmo tenha uma melhora de 100%, mais terão uma evolução bem significativa para suas atividades do dia-a-dia.
REFERÊNCIAS
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