Incra abre novas salas de aula para assentados em Goiás
Objetivo é dar oportunidade a moradores de 16 cidades - cerca de 900 pessoas - de concluírem segmento do Ensino Fundamental
A partir de outubro, o Incra em Goiás abrirá 45 salas de aulas de Educação de Jovens e Adultos (EJA). As instalações serão em assentamentos de 16 cidades: Araguapaz, Baliza, Bom Jardim de Goiás, Caiapônia, Doverlândia, Faina, Ipameri, Iporá, Itajá, Itarumã, Itauçu, Jataí, Nova Crixás, Novo Planalto, Porangatu e São Miguel do Araguaia*. A iniciativa é uma parceria entre a Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão e a Secretaria Estadual de Educação,
Cerca de 900 alunos, a maioria com mais de 40 anos de idade e não alfabetizados, terão oportunidade de concluir o primeiro segmento do Ensino Fundamental em salas instaladas nos assentamentos à luz da Pedagogia da Alternância. Isto significa que serão computadas como horas-aulas atividades realizadas em sala (três dias da semana) e o tempo de estudo desenvolvido nas comunidades onde residem os estudantes (dois dias).
Um diferencial deste EJA é que, ao final dos 200 dias letivos (aproximadamente dois anos), a certificação será concedida pela Secretaria Estadual de Educação. Isso torna os agricultores alunos regulares da rede estadual.
Professores
Outro dado relevante com relação às novas turmas de EJA é que dos 33 professores e três coordenadores aprovados nos testes para assumirem as salas de aula, a maioria, 20, é formada por assentados ou filhos de assentados com nível superior em Licenciatura, como Pedagogia, Matemática, História, etc (15 pessoas), ou nível médio em Magistério (5). Todos os aprovados passaram por prova de títulos e arguição oral. Ainda serão selecionados mais 12 professores para completar as 45 classes de alfabetização e escolarização.
“As pessoas procuram voltar para sala de aula, principalmente, para escrever o nome”, intui a professora Luciana Duarte de Oliveira, filha de agricultores familiares do assentamento Cachoeira Bonita, no município de Caiapônia. Ela disse que fez o curso de Pedagogia da Terra, que também foi resultado de uma parceria entre o Pronera e a UFG, para tentar mudar a realidade da escolarização no campo.
Formação
Antes de iniciar as atividades, os 33 professores e três coordenadores selecionados para conduzirem o curso de EJA nos assentamentos participaram de um seminário de formação em Goiânia, entre os dias 8 a 12 deste mês. Durante esta semana, foram realizadas oficinas sobre português, matemática, ciências, história, geografia, coordenação pedagógica e uma palestra sobre questão agrária e a Educação do Campo, sob o enfoque da Pedagogia da Alternância e Teoria de Paulo Freire.