Gestão Escolar e o Efeito Hawthorne
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
É sabido que uma escola é o reflexo de sua gestão, ou seja, o gestor através de seu trabalho poderá fazê-la se sobressair ou denegrir suas atividades.
Liderar pessoas difere de comando autoritário e exige mais que conhecimento acadêmico, é necessário ter senso de humanidade, porque quando prevalece o interesse do líder refletindo a sua autopreservação seu narcisismo, os seus liderados sofrem e até adoecem.
Geleman em seu livro Inteligência Emocional, publicado pela Objetiva em 1995, pontua que liderar não é dominar, mas convencer ou persuadir as pessoas sem coação para que estas possam trabalhar focando um objetivo comum.
E em uma instituição educacional ou até mesmo uma secretaria de educação, faz-se mister ter liderança e não política de controle, assim, Hunter em seu livro O Monge e o Executivo, publicado pela Sextante em 2004, elucida que Liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem coletivo.
O verdadeiro líder não satisfaz vontades, ele satisfaz necessidades, pois na vontade existe um anseio que desconsidera as consequências físicas ou psicológicas daquilo que se deseja quanto a necessidade, por outro lado, é legitimada por uma exigência física ou psicológica para o bem estar do ser-humano.
O autor citado acima, complementa ao aduzir que o verdadeiro líder incentiva e dá condições para que seus liderados se tornem melhores do que podem ser.
Um bom líder conhece e aplica técnicas que alavancam tanto a produtividade como a excelência no que é feito, assim sendo, ele aplica o efeito Hawthorne que segundo Hunter, o aumento da produtividade está ligado com a atenção às pessoas, ou seja, ouvi-las ativamente.
Mattar em seu livro Filosofia e Ética em Administração, publicado pela Saraiva em 2008, enfatiza alguns tipos de lideranças sendo algumas disfuncionais o que se faz desprender certa atenção para que não ocorra problemas na liderança em si.
A liderança disfuncional pode causar impactos negativos na equipe e elas são vistas como liderança manipuladora, no qual o líder é adepto as falas de que os fins justificam os meios e a liderança burocrática é muito comum nas instituições educacionais e/ou Secretarias de Educação.
Nesta, o líder tem pouca ou nenhuma autonomia, já que se trata de uma indicação política que nem sempre leva-se em consideração as habilidades, aptidões e formação do líder. Ele ocupa o cargo apenas para comunicar e cumprir as regras.
Observe que em ambas lideranças ocorrem a verticalização que é caracterizada pelo controle e comando, uso e abuso e consequentemente, autoritarismo.
Dito sobre as lideranças disfuncionais, o bom gestor, deve seguir outras linhas que convirja para um ambiente saudável, como liderança transformadora a qual o líder é conhecedor do potencial de seus funcionários e assim, faz com que eles ofereça o seu melhor em suas atividades.
Outra liderança positiva está relacionada à liderança democrática na qual conta com a parceria, cooperação, envolvimento, cumplicidade, confiança, gentileza e decisões conjuntas com seus liderados.
Para Mattar, o líder precisa ser gentil, e gentileza é cuidar. É uma atitude de zelo, preocupação com os seus liderados e exige afetividade, o que exige humanidade que se resume em simpatia e empatia.
Não tem como desvencilhar liderança de relacionamento, pois em uma liderança saudável, é ressaltada
Um bom relacionamento conquista nos liderados a aceitação, o comprometimento, a confiança além de influenciá-los.
Um bom gestor é um bom líder e não um déspota castrador de relacionamento, sonhos e ceifador de bons relacionamentos.
Assim sendo, para liderar qualquer instituição educacional, faz-se necessário colocar ênfase no capital humano, pois este é o seu maior bem.