08/09/2022

Gestão Escolar e Gestão do Conhecimento: um Binômio para Educação de Qualidade

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Como afirmado no livro Educação um Ato Político, é sabido que gestores de instituições educacionais das redes públicas municipais não passam em sua maioria, de indicações políticas, o que descarta qualquer possibilidade de uma gestão democrática, fazendo prevalecer assim uma autocracia. 
Em relação a estas gestões, ficam-se as trocas de favores inclusive para se manterem em novos mandatos, fazendo a máxima maquiavélica na qual os fins justificam os meios, e com isso, quem perde são os alunos e principalmente os professores por encontrarem-se em um ambiente vil, no qual o narcisismo e a prepotência falam mais alto.
Raras exceções acontecem, ao qual um gestor busca em parceria com seu corpo docente uma forma de gerir a escola, desenhando assim um mosaico de disciplina, qualidade de vida, motivação, ensino de qualidade e parceria com a família.
Interessante é quando estes gestores buscam um binômio com a gestão do conhecimento, gestão esta que foca o capital intelectual, o conhecimento tácito e a informação semântica, variáveis estas para que possamos nos manter na sociedade do conhecimento ao qual nos encontramos.
Bom gestor é sinônimo de bom líder, que motiva e acredita no potencial de sua equipe e não mede esforços para que cheguem a um denominador comum que é o ensino de qualidade em concomitância com a valorização do corpo docente.
Trabalhar gestão do conhecimento em uma instituição educacional pública municipal exige habilidades para que o gestor lide com vaidades por parte de outros gestores que se incomodarão com sua autonomia, já que estes encontam-se totalmente passivos, omissos com a educação de qualidade, focando apenas o bom salário em relação ao salário do professores e com egos inflados pela arrogância, apesar de um déficit no quesito liderança.
O interessante que a gestão do conhecimento pode ser trabalhada em todas os tipos de liderança, obviamente que uma liderança democrática torna-se o terreno ainda mais fértil, assim sendo, trabalhar esta gestão implica em revermos quais tipos de informações estamos passando para nossos educandos, e com isso, pode-se até fazer uso do método aplicado por Paulo Freire que é o método dialógico, ou seja, fazer com que o aluno busque as próprias respostas, desenvolvendo neste, a autonomia.
Trabalhar a gestão do conhecimento é importante para que o corpo docente consiga transformar o conhecimento tácito em conhecimento explícito, ou seja, transformar aquele conhecimento que é pertinente a ele em um conhecimento explícito por meio de informações, de forma com que o aluno possa também possa adquirir este conhecimento e até mesmo fazer adequações de acordo com o seu contexto.
Cabe ressaltar que as informações devem ser semânticas, isto é, informações com certo conteúdo que contribuirá com o desenvolvimento do conhecimento e não informação sintática que é aquela que não acrescenta nada na vida do educando, e infelizmente são justamente estas informações que as escolas se encarregam de passar para seus educandos.
Como dizia Paulo “o sistema não teme o pobre que tem fome. Teme o pobre que sabe pensar”, e a gestão do conhecimento vem justamente desenvolver este pensar de forma democrática, o que para nosso sistema educacional manipulador, falho e sofrível, o pensar passa a ser um grande problema para a elite.

Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×