Gestão Afetiva como Cerne para Educação Socioemocional
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
A gestão afetiva é a relação de atenção, carinho, afeto que servirão de pedra angular para que o educando demonstre suas emoções e sentimentos, já que nos primeiros anos de vida de uma criança, afetividade e inteligência se misturam. Todavia o predomínio é da afetividade e com o passar do tempo, a afetividade reflui permitindo que as atividades cognitivas se sobressaiam, entretanto, isso só acontece depois que o educando atinge um grau de maturação do sensório-motor necessário para a exploração da realidade.
É elucidado no livro Gestão Afetiva: Sistema Educacional e Propostas Gerenciais que a gestão afetiva é uma maneira de possibilitar uma educação mais eficiente quanto ao futuro do educando, minimizando ou até mesmo erradicando futuros problemas como indisciplina, desrespeito com o próximo, falta de compromisso, falta de empatia, depredação do patrimônio público ou privado, bullying dentre outros ligados ao desvio de caráter.
Gerir uma instituição educacional não se limita apenas a parte burocrática, é necessário trabalhar mais e melhor a gestão afetiva de forma a perceber a relevância em se trabalhar a essência do ser humano, como valores éticos e morais, responsabilidade, persistência, equilíbrio emocional, pensamento autônomo e crítico, protagonismo cognoscente dentre outras características que variarão de educando para educando de acordo com suas peculiaridades.
Pode-se pontuar que a educação deve acontecer pela vida e para a vida e o seu processo deve ser dinâmico, exigindo releituras, bem como novas metodologias de forma a alavancar o desenvolvimento da sociedade, transformando o contexto do educando além de resguardar sua cidadania e dignidade, já que a mesma se trata de uma ação intencional com o intuito de desenvolver em nossos discentes seus estados físicos, intelectuais e morais. Logo, trata-se de um processo social que faz com que o aluno ultrapasse as barreiras da racionalidade limitada, oferecendo desta forma, melhores oportunidades na vida do indivíduo e não restritiva que leva a dominação.
Faz-se mister perceber que a educação é vista também como um fator de coesão e quando esta coesão está alicerçada nas habilidades socioemocionais o educando desenvolve em si a aversão a qualquer tipo de preconceito, desenvolvendo assim empatia, respeitando a diversidade dos indivíduos, abstendo-se assim de qualquer fator de exclusão social.
Obviamente que a gestão afetiva deve ser trabalhar em parceria com a família já que é nela que ocorre os primeiros laços sociais e assegura o elo entre o afetivo e o cognitivo em concomitância a transmissão de valores e normas, conteúdos estes que moldarão o caráter do educando.
É sabido que a educação sozinha não pode transformar a sociedade, mas ela exerce um papel de suma importância no próprio processo de humanização e transformação social e para que isso ocorra, a gestão afetiva deve imperar de forma que os educandos se tornem mais respeitosos, empáticos e éticos, já que se educa para a vida.
Dito isso, poderá ser constatado que pela gestão afetiva se alcançaram as competências socioemocionais contempladas pela nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que são autoconsciência sendo esta direcionada para o autoconhecimento, já que um indivíduo se torna conhecedor de suas limitações e de seus pontos fortes que auxiliarão para um crescimento pessoal, já que o educando aprenderá a lidar com seus estresses, impulsos e metas que possam ser alcançadas por ele observando suas características.
Outro ponto abordado pelas competências citadas acima está relacionado a consciência social que se encontra intrínseco nela a empatia e o humanismo, desta forma, os educandos aprendem a respeitar as diversidades e a se colocar no lugar do outro, o que é visto como um endereço mais difícil do mundo.
É notável que pela gestão afetiva fica também explicitado a habilidade de relacionamento, já que o educando no momento certo encontrou afeto, este não terá tantos obstáculos para lidar com o outro e/ou coletivo, dito isso, esta habilidade está compreendida no escutar pedagógico como citada anteriormente e conforme conta na obra Gestão Afetiva, sistema educacional e propostas gerenciais, publicado pela WAK em 2020.
Outra competência socioemocional que a gestão afetiva contribui está ligada a relacionada a tomada de decisão responsável, já que toda tomada de decisão envolve escolhas e nestas escolhas, um educando que foi bem amparado, principalmente no lado afetivo não terá inseguranças ao lidar com escolhas.
Mediante as informações acima, ele perceberá padrões éticos e morais para que suas decisões não sobreponham a dignidade das pessoas e tampouco seja o motivo de desgraça destas.
Enfim, a gestão afetiva quando efetivada na instituição escolar proporcionará ao aluno mais saúde mental assim como uma qualidade de vida cognitiva e/ou emocional mais equilibrada.