Geração Z teve suas economias muito impactadas pela pandemia
A crise sanitária atingiu em cheio as finanças de pessoas de todas as faixas etárias, porém os jovens adultos foram os mais impactados, segundo uma pesquisa nos EUA
A Geração Z, formada por jovens de 16 a 24 anos que estão entrando agora no mercado de trabalho, foi a mais impactada durante o período mais crítico da pandemia mundial do coronavírus.
Essa foi a constatação de um estudo feito nos EUA pelo Instituto de Política Econômica,
O qual mostrou que, apesar dos esforços para economizar online e poupar as reservas financeiras, as pessoas que estão começando a vida profissional têm menos chances de conseguir um emprego remoto.
A maior taxa de desemprego entre os jovens se deve ao fato de que eles, geralmente, encontram a primeira oportunidade de emprego nos setores que foram mais abalados pela crise sanitária, como comércio, turismo e entretenimento.
Neste artigo, vamos entender melhor qual foi o impacto da pandemia na vida dos mais jovens, que, mesmo tendo um nível de escolaridade maior que o de seus pais, acabaram sendo mais afetados pelo drama do desemprego.
Jovens adultos estão no grupo de trabalhadores que mais sofreram com a pandemia
Milhões de trabalhadores de todas as faixas etárias sofreram perdas devastadoras de emprego durante os piores momentos da crise sanitária, já que governos de todo o mundo impuseram duras restrições econômicas e de locomoção como forma de conter a disseminação do vírus da covid-19.
No entanto, algo que chamou a atenção das autoridades foi o fato de que os jovens entre 16 e 24 anos, pertencentes à chamada Geração Z, registraram uma proporção maior de situação de desemprego e de queda de renda durante esse período.
De acordo com um estudo realizado nos EUA, cerca de um quarto dos jovens adultos que estão iniciando a vida profissional acabaram ficando sem opção de trabalho por causa dos diversos bloqueios econômicos impostos pelas autoridades para reduzir os níveis de contágio e evitar um colapso do sistema de saúde.
Especialistas explicam que essa faixa da população está menos propensa a exercer funções remotas e, geralmente, encontra sua primeira oportunidade de trabalho em setores como comércio, turismo, hospitalidade, lazer e entretenimento, justamente os mais afetados pela redução do deslocamento das pessoas e pelos lockdowns.
Apesar de esses jovens estarem hoje mais escolarizados e versados em tecnologia do que as gerações anteriores, especialmente a de seus pais, isso não se traduziu em maiores níveis de empregabilidade, especialmente em funções que permitam trabalhar remotamente.
A pesquisa mostrou, ainda, que os jovens de baixa renda registraram níveis muito maiores de desocupação,com destaque para as mulheres, que, muitas vezes, precisam enfrentar a realidade da gravidez precoce e da evasão escolar, sobretudo no momento em que as escolas ficaram fechadas.
Outro dado preocupante é que os níveis de subemprego também são maiores entre as pessoas da Geração Z.
Um terço da população de jovens adultos costuma trabalhar mais horas e ganhar menos do que as gerações mais velhas, o que se agrava nos momentos de crises econômicas, já que os jovens precisam competir com pessoas mais experientes.
Millennials sofrem perda de renda e estão mais endividados
Já entre os millennials, isto é, pessoas na faixa de 25 a 40 anos de idade, o maior impacto da pandemia foi em seus níveis de renda, já que mais da metade declarou ter sofrido alguma perda salarial durante o período.
O estudo mostra que essa população também acumulou um nível maior de dívidas, especialmente no cartão de crédito, e teve de rever seu padrão de vida em decorrência da menor renda familiar,
Abrindo mão de benefícios, como plano de saúde e escola particular para os filhos.
Os especialistas apontam que esse também é um dos efeitos da crise econômica, já que a recessão e o aumento da desocupação interferem no planejamento financeiro das famílias,
obrigando-as a mudar o comportamento de consumo e o padrão de vida.
Embora os programas de auxílio emergencial tenham contribuído para evitar perdas maiores de renda, sobretudo da população mais vulnerável financeiramente, os distúrbios causados pela pandemia, como o aumento da inflação,
Acabam deteriorando o poder aquisitivo das pessoas e, consequentemente, sua capacidade de poupança.
Por fim, é preciso salientar que a pesquisa foi realizada nos EUA, país que registrou uma robusta recuperação econômica, atingindo o nível de pleno emprego, o que não aconteceu no Brasil,
onde cerca de 12 milhões de pessoas ainda se encontram desempregadas ou em situação de subemprego.