07/12/2018

Geração Nem-Nem

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            A educação é a mola propulsora para o progresso de um país e concomitantemente para o crescimento e desenvolvimento integral do ser.

            Ela abre portas e janelas para onde havia apenas muro. Muro da indiferença, do desprezo e da miséria.

            É essa mesma educação, que se trabalhada de forma correta, desenvolverá na pessoa toda a criticidade necessária para que este possa sair de sua inércia e se transformar em um cidadão protagônico cognoscente.

            Falando em cognição, no Boletim Diário do Linkedin, as notícias imprescindíveis para os profissionais brasileiros, foi relatado de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada que o Brasil é um dos países da América Latina cujos jovens de idades entre 15 e 24 anos estão contidos no grupo denominado como “nem-nem”.

            De acordo com os estudos, estes jovens são compostos por pessoas de sexo feminino e com baixa renda, e isso de acordo com o Ipea se dá por razões como falta de políticas públicas e problemas com habilidades cognitivas e socioemocionais, esta última pouco ou nada trabalhada nas escolas públicas.

            Boas notas não garantem o sucesso profissional de ninguém, isso é afirmado por Taleb no seu livro A Lógica do Cisne Negro publicado pela Best Seller em 2015.

            É preciso que as escolas trabalhem otimismo, resiliência e rapidez na socialização, desenvolvendo no aluno a sua inteligência emocional, pois como visto no texto Inteligência Emocional e a Educação, publicado pela Revista Gestão Universitária em 23 nov. 2018 (http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/inteligencia-emocional-e-a-educacao) é ressaltado que Trabalhar a Inteligência Emocional nas pessoas não é nada mais nada menos que colocar coragem na alma delas e fazê-las se sentir envolvidas e comprometidas com a vida.

            Infelizmente como salientado na pesquisa supracitada, esta geração “nem-nem” é a geração composta por pessoas que nem trabalham e nem estudam, e tem a sua maioria formada por uma classe já desvalorizada que é a mulher, pois o Brasil em pleno século XXI ainda é sexista, conforme relatado por algumas reportagens como da Agência Patrícia Galvão em que retrata o assédio, abusos psicológicos e físicos no ambiente profissional, de confidências indiscretas a toques íntimos, estupros que segundo Ipea apenas 10% dos casos são conhecidos pela polícia.

De acordo com Baracho publicado no O Diário de Pernambuco, as brasileiras recebem salários, em média, 30% menores do que os dos homens e a taxa de desemprego também é maior entre elas, que ainda correspondem a 90% do total de empregados domésticos no país.

Infelizmente, não desmerecendo a atenção para os casos citados acima, temos no feminicídio o pior dos males, pois é ressaltado por El País (https://brasil.elpais.com/brasil/2018/11/24/actualidad/1543075049_751281.html) que a América Latina é a região mais letal para as mulheres. De acordo com a reportagem de 2018, nove mulheres são assassinadas na América Latina e destas três são só no Brasil, ou seja, 1/3 dos feminicídios acontecem no Brasil, levando em consideração que a América Latina é constituída de 20 países, ou seja, triste estatística que carregamos.

            A geração do “Nem-Nem” é uma geração que infortunadamente tende a engrossar as pesquisas citadas acima, todavia, que possa servir como incentivo para que a educação de qualidade seja a verdadeira prioridade dos governos para que assim, estes tristes casos fiquem apenas registrado na história e não façam parte mais de nosso presente.

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