Gamificação no Processo Ensino-Aprendizagem
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Sabendo que a educação é uma ação intencional, Lakatos e Marconi em seu livro Sociologia Geral, publicado pela Atlas em 1999, esclarecem que ela deve suscitar e desenvolver certos números de estados físicos, intelectuais e morais no educando.
Assim sendo, devemos perceber que o ato de educar deve ser então uma ação revolucionária, desenvolvendo no educando todo seu discernimento e protagonismo cognoscente para que o mesmo saia da inércia em que se encontra no status quo.
Gadotti em seu livro História das Idéias Pedagógicas, publicado pela Ática em 2004, ressalta que a educação é a reconstrução da vida e a sua base está na atividade, ou seja, na auto-atividade decidida, o que é complementado por Campos em seu livro Psicologia da Educação, publicado pela Vozes em 1987, ao afirmar que o aprendizado leva o indivíduo a viver de acordo com o que aprende, pois cada indivíduo é o que é em sua extensão.
À guisa das informações acima, as metodologias ativas de aprendizagens serão vistas como uma forma de fazer com que o educando deixe essa domesticação subalterna e se torne agente protagônico de sua própria existência, ou seja, se torne um ser crítico e ativo, transformando o seu entorno e nele interagindo em prol dos demais.
Através da Metodologia Ativa de Aprendizagem, teremos uma forma de contribuir no processo formativo do educando como ser pensante e não tão manipulado a ponto de se tornar plenamente submisso e ignorado pelo sistema. Sendo assim, teremos nesta metodologia uma maneira de contribuir com esse processo, tanto voltado para o lado cognitivo quanto social, além da própria personalidade do educando, contribuindo com o desenvolvimento harmonioso de todas as capacidades físicas e intelectuais do educando.
Será através da metodologia ativa que alavancaremos a educação pública para que o educando alcance um protagonismo cognoscente, além promover a criticidade do educando auxiliando-o em seu desenvolvimento social e cognitivo.
Em meu livro Educação um Ato Político publicado pela Autografia em 2019 enfatizo que o educar transcende o instruir e o ensinar, e muitas escolas pecam neste ponto, visto que está na educação a transformação do sujeito.
E esta transformação precisa acontecer e nós educadores precisamos vislumbrar nas metodologias ativas, formas de instigar nossos educandos a buscar cada vez mais o seu próprio conhecimento, para que este não faça parte de um gado de manobra e totalmente alienada com a atual conjuntura.
Dito isso, temos na gamificação uma forma de alavancar o processo ensino-aprendizagem de nossos alunos, já que esta gamificação engloba aplicação de técnicas de jogos em diferentes contextos e finalidades, tendo como foco a motivação das pessoas bem como mudanças comportamentais.
Cordeiro, Mestre em Tecnologia Educacional[1], deixa claro que não podemos confundir gamificação com o simples ato de jogar, pois a gamificação possibilita a criação de regras, transformando as aulas em um grande jogo, o que permite os alunos criarem avatares de identificação e utilizar sistemas de pontos e recompensas de forma a motivá-los a aprender de forma lúdica.
As atividades são vistas como missões e cabe ao professor, visto na gamificação como mentor, tornar as aulas e o processo ensino-aprendizagem mais atraente.
Esta nova metodologia melhora o desempenho do educando fazendo com que o mesmo se torne mais produtivo, efetivo e motivado, com soluções de problemas, mudança comportamental e construção de bons hábitos no ambiente ao qual se encontra inserido, potencializando assim aprendizagens nas diversas áreas do conhecimento, efetivando as transdisciplinaridade.
[1] Para mais informações vide https://blog.qedu.org.br/blog/2018/12/12/a-gamificacao-como-estrategia-de-aprendizagem-e-engajamento/