FACULDADE AGES - Paripiranga Bahia
Jayme Ferreira Bueno*
Um fenômeno raro e feliz para o ensino no Brasil é a Faculdade Ages de Ciências Humanas e Sociais, localizada na pequena, mas agradável, cidade de Paripiranga, no Nordeste da Bahia, a 8 km da divisa com o estado de Sergipe. Encravada em um micro-região que engloba municípios dos dois estados limítrofes, nutre-se dessas localidades para reunir um seleto corpo discente, que a eleva sempre nas avaliações oficiais do Ministério da Educação. Em 2006, foi a primeira, entre as Faculdades nas provas do ENADE - Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, no contexto do SINAES - Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior.
Agora, na avaliação das Instituições de Ensino Superior, aparece a Faculdade Ages de Ciências Humanas e Sociais como a primeira colocada entre as setenta e duas Instituições congêneres. É um feito para a Bahia e um caso a ser estudado. É um caso, talvez isolado, por ser Instituição distante 360 km da capital, em local que não se pode considerar de grandes recursos, mas de pequenos agricultores, que praticam lavoura de subsistência, a mais comum e tradicional nos centros afastados deste nosso amplo e múltiplo país.
Os números apresentados na avaliação do MEC que se referem à Faculdade Ages de Ciências Humanas e Sociais impressionam, quando se considera que ela é a primeira IES do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, entre públicas e privadas; é a décima sexta Faculdade do Brasil, entre 1.540 outras; e é a vigésima segunda Instituição do Brasil entre Universidades, Centros Universitários e Faculdades. Há a se considerar ainda que alcançou pontuação superior à da Universidade de Brasília - UNB e igual à da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.
A própria Faculdade se credita tal êxito pelos motivos seguintes: Planejar e avaliar os processos administrativos, acadêmicos e pedagógicos e conseqüentemente acompanhar os resultados; possuir currículo orientado por competências profissionais, que visa à formação integral e humanística do estudante e que prioriza o ensino de qualidade. Tudo isso é complementado pela prática da de atividades de extensão, educativas e, nos campos específicos, práticas jurídicas, contábeis e administrativas; os estágios supervisionados, a produção de conhecimento e o envolvimento do corpo docente e do corpo discente em todos os acontecimentos acadêmicos realizados anualmente na Instituição. Assim torna-se um trabalho acadêmico coeso, bem definido e orientado para a boa educação.
A Faculdade Ages se propõe um paradigma inovador em sua forma de ensinar, em que o corpo docente se envolve e se empenha a discutir todas as atividades, no sentido de construir novas competências para a aula, com base na relação teoria e prática e, principalmente, com o uso de metodologias ativas e pró-ativas, como o PBL, que em resumo simplificado é a técnica da problematização, análise de situações-problema e estudo de casos aplicada à educação. Assim, consegue-se uma educação e um ensino que se firmam e que podem alcançar merecidamente esses elevados índices nas avaliações oficiais do Ministério da Educação.
Seria bom que outras Instituições de Ensino Superior do Brasil tomassem o exemplo da Faculdade Ages de Ciências Humanas e Sociais, de Paripiranga, Bahia, como exemplo salutar de enfrentar o ensino superior como algo sério, para o bem dos estudantes e da educação brasileira, tão sacrificada por críticas e más avaliações muitas vezes.
*Jayme Ferreira Bueno é professor universitário de Literatura, com prática em avaliação institucional e avaliação da educação superior.
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