04/10/2016

EXPECTATIVAS NA ESCOLHA DA PROFISSÃO: UM ESTUDO COM ACADÊMICOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

EXPECTATIVAS NA ESCOLHA DA PROFISSÃO: UM ESTUDO COM ACADÊMICOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Expectations in the profession of choice: a study with education academic course physical

Magali Facco Biguelini [1]

Vania Mari Rossato [2]

RESUMO

Este é um estudo descritivo de opinião, que tem como objetivo investigar os motivos e as preferências da escolha profissional de acadêmicos do curso de Educação Física, Licenciatura e Bacharelado. Neste estudo abordamos quais são as expectativas na escolha profissional na área de Educação Física, identificamos o que é a Educação Física, seu processo de formação com uma retomada geral desde o principio. Participaram deste estudo 97 acadêmicos, de semestres distintos, com idades entre 17 a 44 anos, do curso de Educação Física, Licenciatura e Bacharelado, da Universidade de Cruz Alta do município de Cruz Alta/RS. O tratamento estatístico foi de forma quantitativa através da inferência percentual e qualitativa através da organização a partir de categorias de análise. O estudo identificou os motivos pelos quais nos acadêmicos escolheram o curso de Educação Física como escolha profissional. A maioria dos investigados justifica sua escolha pelo fato de gostar das atividades práticas que o curso proporciona; a sua expectativa para o exercício da profissão é ser um bom professor. Os acadêmicos investigados compreendem qual são as atribuições de cada profissional nas distintas formações, licenciatura e bacharelado.

Palavras-Chave: Educação Física. Escolha Profissional. Licenciatura. Bacharelado

ABSTRACT

This is a descriptive study of opinion, which aims to investigate the reasons for career choice and preferences of students of Physical Education and Bachelor Degree. In this study we address the issue of expectations about career choice in the field of Physical Education, identify what is the physical education process of their formation with a general recovery from the beginning. The study included 97 students from different semesters, aged 17 to 44 years, the course of Physical Education and Bachelor Degree from the University of Cruz Alta Cruz Alta / RS. Statistical treatment was quantitatively and qualitatively by percentage across the organization from analysis categories inference. The study identified the reasons why students chose the course in Physical Education as a professional choice. Most investigated justify their choice by the fact enjoy practical activities of the course provides; their expectations for the profession is to be a good teacher. The Academic investigated include qua are as assignments Each NAS Professional different backgrounds , and a BA degree.

Keywords: Physical Education. Professional Choice. Degree. Bachelor Degree

INTRODUÇÃO

A escolha da profissão é um fator decisivo na vida das pessoas, isso pode ser um processo natural e tranquilo ou cheio de dúvidas e inquietações. Esse momento que ocorre não só como privilégio das profissões relacionadas ao curso de Educação Física, mas de todas as áreas, pois quem faz a escolha necessita conhecer detalhadamente como será sua formação e qual seu campo de atuação.

Os primeiros momentos de ingresso no curso escolhido são cheios de expectativas no sentido de verificar (construir), se a escolha efetivada atende ao que era esperado ou imaginado como profissão que começa a se concretizar. A graduação em Educação Física, tanto a licenciatura quanto o bacharelado envolve o ato de ensinar, seja nas aulas de educação física na escola ou um programa de exercícios na academia.

O ensino tem como definição um processo intencional e interpessoal que essencialmente utiliza a comunicação verbal e o discurso dialógico finalizado em uma dada situação, provocando, favorecendo e levando ao êxito a aprendizagem. O profissional do ensino tem que ser reflexivo, pois “ele revê mentalmente seu trabalho e a situação por ele organizada e vivenciada ou que está sendo preparada para otimizar o conjunto de seus atos” (PERRENOUD, 2001. p, 42).

Para a formação docente em educação física, o currículo acadêmico de formação de professores de educação física é um dos eixos norteadores deve ter como meta a capacidade de reflexão, que em diferentes espaços institucionais possam discutir e anunciar possibilidades de intervenção pedagógica (KUNZ, 2004).

Além de possuir habilidades reflexivas os profissionais de Educação Física através do Conselho Nacional da Saúde são reconhecidos como profissionais da saúde por meio da Resolução CNS 218, 06 de marco de 1997. Os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs nos mostram que conteúdos relativos à saúde e doença, desde o século passado, foram sendo incorporados no currículo escolar brasileiro, assim disciplinas como Educação Física, Ciências Naturais e Biologia “divulgaram conhecimentos relativos aos mecanismos pelos quais os indivíduos adoecem ou asseguram sua saúde.” (BRASIL, 1997, p.257). Portanto, o profissional da Educação Física também deve atuar como mediador de um estilo de vida saudável possibilitando a prevenção e manutenção da saúde.

Segundo O Ministério da Educação - MEC e o Conselho Nacional da Educação - CNE estabelecem formações distintas para o curso Educação Física, licenciatura e bacharelado, constituindo assim dois cursos onde o profissional licenciado atuará nas diferentes modalidades de educação básica especifica e especializada com o componente curricular Educação Física, e o bacharelado (impedido de atuar na educação básica) está qualificado para analisar a realidade social, tendo por finalidade aumentar a capacidade de adoção de um estilo de vida saudável e fisicamente ativo, podendo intervir através de atividades físicas ou desportivas (STEINHILBER, 2006).

            Conforme mencionado o curso de Educação Física possibilita duas formações distintas, Licenciatura e Bacharelado, cada uma dessas formações possuem definições diferentes, porém ambas são profissões onde o profissional necessita atuar como mediador de seu conhecimento para benefício do seu aprendiz. Assim, tornar-se um profissional desta área requer uma escolha entre estas duas vertentes da Educação Física, escolha a qual deve ser estuda devido as diferentes formas e termos referentes a cada habilitação, ou ainda, pode-se escolher exercer as duas profissões tornando então a formação em Educação Física mais abrangente.

            Estudos (SOARES, 2002; MELLO, 2002; BARDAGI, LASSANCE e PARADISO, 2003 e ALMEIDA e MAGALHÃES, 2011) mostram que a escolha profissional em geral é um grande desafio devido à importância nela imposto para si próprio e para a sociedade em que se está inserido. Também é notável que os detentores desta escolha sejam em sua maioria adolescentes e esta fase é caracterizada por mudanças maturacionais que podem influenciar e, por vezes, confundir a escolha.

Concretizar a escolha profissional está relacionado com aspectos sociais e pessoais que podem variar devido a diversas razões e influencias do meio.  Considerando que as pessoas que fazem essa escolha são adolescentes, eles estão inseridos em um meio acadêmico onde uma escolha já foi definida, ou seja, escolher qual curso matricular-se, a escolha profissional no curso de Educação Física, em particular, se torna facilitada em virtude da personalidade existente em cada individuo como, por exemplo, um perfil de vida saudável e ativo favorável às atividades que o curso proporciona e de este curso possibilitar duas formações distintas, licenciatura e bacharelado ampliando desta forma o campo de trabalho.

            Com base no que foi mencionado este projeto vai investigar os motivos pela escolha profissional de acadêmicos do curso de Educação Física Licenciatura e Bacharelado, mostrando os termos e definições de cada formação e as expectativas dos acadêmicos para o curso escolhido.

            Considerando os enunciados acima se justifica a importância deste estudo que teve como objetivo analisar as expectativas dos acadêmicos da Universidade de Cruz Alta em relação à escolha do curso de Educação Física e o exercício da profissão.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

            Este estudo caracteriza-se como descritivo de opinião, conforme Gil (2002) as pesquisas descritivas tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.

            Fizeram parte deste estudo 97 acadêmicos, regularmente matriculados no segundo, quarto e sexto período do curso de Educação Física Licenciatura e segundo e oitavo períodos do Bacharelado em Educação Física da Universidade de Cruz Alta UNICRUZ no município de Cruz Alta – RS.

Quanto às características gerais, o grupo da amostra foi constituído de aproximadamente 51% acadêmicos de sexo feminino e de 49% acadêmicos do sexo masculino com idades entre 17 a 44 anos, foram adotados como critérios de inclusão estar regularmente matriculado no curso de Educação Física Licenciatura e Educação Física Bacharelado, que se dispor a responder o questionário perante a apresentação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, devidamente assinado pelo próprio acadêmico ou responsável legal.

Os cursos, em estudo, apresentam reconhecimento do Ministério da Educação e Cultura – MEC, com conceitos três para a licenciatura e quatro para o bacharelado.

Os acadêmicos foram convidados a participar deste estudo e 49 acadêmicos manifestaram aceitar à participação, foi atingido um total de 50,5% de investigados.

            Como instrumento para coleta dos dados foi utilizado um questionário composto por questões abertas, elaborado para esta finalidade e validado por três profissionais da área, conforme prevê (LINDELMAN, 1978 e VIANA, 1976).

            A coleta dos dados foi efetuada no período de aula dos acadêmicos, sendo solicitada a permissão dos professores para a aplicação do questionário.

            O tratamento dos dados foi de forma quantitativa através da inferência percentual e qualitativa, através da organização a partir de categorias de análise descritas em matriz de análise.

            A coleta dos dados está respaldada pelos cuidados éticos, por isso foi efetuada mediante solicitação de autorização à coordenação do Curso de Educação Física, bem como mediante a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

            Todos os acadêmicos investigados estudam na Universidade de Cruz Alta e são ingressantes a partir da mudança de estrutura curricular que determinou a divisão do curso de formação em Educação Física de características generalistas para duas terminalidades, ou seja, em licenciatura e em bacharelado. A tabela a seguir apresenta o perfil dos acadêmicos.

 Tabela 1: Perfil dos acadêmicos investigados

Caracterização dos acadêmicos

Educação Física UNICRUZ

Percentual (%)

Sexo

Masculino

Feminino

49

51

Trabalha

Sim

Não

95

5

Estado Civil

Solteiro

Casado

81

19

Filhos

Sim

Não

20

80

Habilitação

Licenciatura

Bacharelado

Ambas

47

10

43

 

Os acadêmicos que participaram da pesquisa possuem idade de 17 a 44 anos, e espontaneamente responderam o questionário sugerido, entre eles 51% são indivíduos do sexo feminino e 49% do sexo masculino, 81% são solteiros e 19% casados e ainda 80%  não tem filhos e 20% tem filhos. Entre todos os acadêmicos 5% afirmam não trabalhar e 95% deles trabalham, dentre estes 43% já atuam como professores em escola e 6% atuam como instrutores em academia, ou seja, 49% dos acadêmicos já atuam no mercado de trabalho na área do curso escolhido, e 46% atua em outras funções fora do campo profissional de Educação Física.

Quando questionados sobre qual habilitação de sua preferência os acadêmicos apontam como resposta de sua preferência, em sua maioria, pelo Curso de Educação Física Licenciatura apresentando 47% do total, seguido de 43% acadêmicos que tem preferência por ambas às habilitações e apenas 10% alegam sua preferência pelo curso de Educação Física Bacharelado.

Sendo que uma boa escolha é avaliada pela maneira como é tomada e pelas implicações cognitivas e afetivas que produz, a formação da identidade profissional complementa a identidade pessoal e colabora para a integração da personalidade. (BARDAGI; LASSANCE; PARADISO, 2003).

            A respeito de suas escolhas profissionais, estudos realizados entre jovens, sempre têm preconizado concentrações em torno de profissões socialmente conceituadas, já que estas se integram a valores como contentamento, maior segurança, melhor rentabilidade, maior autonomia e maior realização pessoal (COUTINHO et al. 2005). Mesmo sabendo que esta opção profissional pode ser demudada o futuro de um indivíduo não dependa excepcionalmente desta opção, as questões vocacionais têm se tornado cada vez mais importantes para as pessoas (BARDAGI; LASSANCE; PARADISO, 2003).

Tabela 2: Motivos que levaram a escolha do curso

Motivos que levaram a escolha do curso

Percentual (%)

Gostar de praticar esportes

51

Gostar de atividades físicas

36

Atuar na promoção de saúde

26

Atuar na docência

16,3

Vivências de atividades físicas e esportes na infância 

10,2

Influencia familiar

8,1

Crescimento profissional na área

6

Gostar de trabalhar com crianças e idosos

4

Por segunda opção

2

 

             A tabela 2 mostra os motivos que levaram os acadêmicos investigados a escolherem cursar Educação Física, apresentado dados em porcentagem foi possível observar que a maior influência mencionada tem relação com o prazer pelas atividades que o curso propõe aos alunos como, por exemplo, 51% dos acadêmicos mencionam o apreço pela prática de esportes e 36% por gostar da prática de atividades físicas sendo os motivos mais citado entre os investigados, seguido de (26%) que afirmam gostar de atuar na promoção da saúde, já 16,3% pretendem atuar como docente, 6% crescimento profissional na área e gostar de trabalhar com crianças e idosos 4%. A escolha deve buscar adquirir grande importância no plano individual, já que abrange a definição dos futuros experimentos profissionais, significando, sobretudo, a definição "de quem ser", muito mais do que a escolha "do que fazer". (BOHOSLAVSKY ,1987 apud COUTINHO et al. 2005).

            Há diversos fatores de ordem social, familiar e pessoal que intervêm na escolha de uma profissão. Estes se tornam carro-chefe e decisivos mesmo que, em alguns casos, não correspondam à vontade do futuro professor. Entretanto, a professora da fase de entrada na carreira afirmou que o motivo de escolha pela profissão docente estava diretamente relacionado à identificação com a influência de sua professora de Educação Física do ensino fundamental nas séries iniciais. (FOLLE et al. 2009). Considerando a influencia devido à experiência vividas na infância 10,2% relatam alguma vivencia com atividade física que entusiasmou a escolha pelo curso de Educação Física, a influência familiar foi citada por 8,1% dos acadêmicos.

Outros motivos mencionados são crescimento profissional na área 6% os investigados já conhecem e trabalham nesta área e creem que este é um caminho de sucesso a ser seguido, citam também por segunda opção 2% pelo fato de na época ser apenas este curso ofertado pela instituição. A escolha deve considerar os anseios pessoais sem, contudo, desconsiderar a realidade do mercado de trabalho. GATI et al. (apud COUTINHO et al. 2005). Entretanto Frigotto, (2000 apud COUTINHO et al. 2005), analisa a escolha profissional como uma "válvula de escape" em casos difíceis (COUTINHO et al. 2005).

É possível observar na tabela 3 as expectativas dos acadêmicos na escolha da habilitação, Educação Física Licenciatura e Educação Física Bacharelado, no exercício da profissão, uma parte considerável de 42% dos acadêmicos desejam ser bons professores/docentes. O ser professor é constituído por um longo processo que comporta vários momentos integrantes e consecutivos, sugerindo que nem começa e nem termina na graduação, pois a docência, por sua própria complexidade, demanda um contínuo desenvolvimento pessoal e profissional (BAEZ, STOBAUS, 2012).

 

Tabela 3: Expectativas na escolha da habilitação para o exercício da profissão

Expectativas na escolha da habilitação para o exercício profissional

Percentual (%)

Ser um bom professor

42

Dar aula em escola

16,3

Possibilidades de atuação na área

14,2

Contribuir para uma melhor qualidade de vida

12,2

Passar em um concurso público

12,2

Mudar a concepção de educação física

10,2

Dar aula em academia

8,1

Atuar no ensino superior

6

Atuar no esporte

6

Atuar na área de envelhecimento humano

4

 

            Os acadêmicos também consideraram como expectativas quanto às instituições que anseiam trabalhar, sendo que esperam exercer sua profissão em (16,3%) escolas, (8,1%) academias. Contudo, (14,2%) dos investigados compreendem que há expectativas positivas quanto às possibilidades de atuação na área englobando os distintos campos de formação de Educação Física, conforme esclarece acadêmico de licenciatura: “Primeiramente trabalhar em escolas rede publica ou privada, continuar a formação buscando a pós-graduação para futuramente trabalhar no ensino superior”.

            Entre os investigados 12,2% têm expectativas de contribuir para a melhora da qualidade de vida da população, ou seja, pretendem contribuir para a prevenção e manutenção da saúde das pessoas, formando uma sociedade mais saudável.

            Somente por meio de uma alicia de todos profissionais da área de Educação Física, alcançaremos uma reestruturação da sua imagem perante a sociedade e a comunidade escolar. Cabe a nós, professores, darmos bons exemplos provarmos a importância desta área. (BAEZ, STOBAUS, 2012), e dos acadêmicos investigados 10,2% pretendem fazer parte desta aliança declarando como expectativa para exercício profissional mudar a visão da sociedade mostrando o que a Educação Física realmente representa.

            Outras expectativas acrescentadas às respostas dos acadêmicos investigados são 12,2% passar em um concurso público 6% atuar no ensino superior, 6% atuar no esporte e 4% atuar na área de envelhecimento humano.

Tabela 4: Conhecimento prévio sobre Educação Física Licenciatura

Conhecimento prévio sobre Educação Física Licenciatura

Percentual (%)

Profissionais que atuam em escolas

63,2

Profissional que atua em ensino superior

8,1

Profissional que atua nas dimensões biopsicossociais

2

Desenvolvem as praticas corporais de movimento

2

 

            Presentemente a sociedade reivindica considerável papel a universidades na formação dos docentes. Então, as universidades procuram cada vez mais definir um perfil desejado para o profissional, esperando assim atender às necessidades do mercado de trabalho (AZEVEDO, PEREIRA, SÁ, 2011).

Os investigados foram questionados sobre o quanto ou o que conheciam sobre o campo de atuação da habilitação licenciatura do curso de Educação Física, 63,2% dos acadêmicos entendem que este profissional tem como ambiente de atuação as escolas, 8,1% atuação em ensino superior, ambos atuam como docentes confirma isso, a fala a seguir: “Entendo que a licenciatura é o ramo que visa as escolas basicamente o professor é o centro (referencia), para as demais séries e anos do ensino médio e também visando o superior quando com especialização em determinada área para a faculdade”.

            O professor de Educação Física precisa lançar um conhecimento organizado e evidenciado que permite, nos mais variados contextos, compreender o homem em movimento. É preciso formar um profissional que não seja somente o detentor do saber, mas um profissional que se proponha a compartilhar o poder para fazer surgir o saber múltiplo. Essa competência passa necessariamente por uma formação criativa e histórico-crítica, na qual pensar sobre as próprias ações compõe técnica fundamental da didática (BAEZ, STOBAUS, 2012).

Há também um pequeno percentual 2% dos acadêmicos citam dimensões biopsicossociais e 2% acredita que esta profissão desenvolve as praticas corporais de movimento. Os mesmos acreditam que estes sejam os deveres/compromissos que os profissionais que atuam nesta área devem ter.

            A Resolução 01/2002 institui Diretrizes Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, em curso de licenciatura, e graduação plena, mostra formas de orientação à formação para atividades docentes e princípios norteadores para o exercício profissional específico. A Resolução 02/2002 estabelece a carga horária dos cursos de licenciatura de graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior. Com no mínimo 2800 horas (duas mil e oitocentas) articuladas entre teórico pratico (CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2002).

Tabela 5: Conhecimento prévio sobre Educação Física Bacharelado

Conhecimento prévio sobre Educação Física Bacharelado

Percentual (%)

Profissionais que atua em academia, clubes, empresas...

53

Profissionais que atua fora da escola

12,2

Profissão a qual sua procura esta em alta

10,2

Nada

8,1

Profissional que atua a prevenção e promoção de saúde

4

Profissional que trabalha com a estética corporal

4

Profissional que atua no desempenho desportivo

2

 

             A tabela 5 apresenta em percentual a questão em que foi perguntado aos investigados o que lhes já era conhecido sobre Educação Física Bacharelado e (53%) dos acadêmicos responderam que o profissional desta área atua em academias, clubes, empresas e clinicas, (4%) atua na prevenção e promoção da saúde, (4%) trabalha com a estética corporal e (2%) atua no desempenho desportivo.

O campo de atuação do profissional de Educação Física é pleno nos serviços à sociedade, nas suas diversas formas de manifestações no âmbito da cultura e do movimento humano intencional, através das atividades físicas, esportivas e similares, sejam elas formais ou não formais. (PPC, 2014. p,30),

Os acadêmicos (12,2%) também manifestam que o este profissional atua fora do ambiente escolar, sem mencionar o ambiente o qual faz parte, 10,2% afirmam que esta é uma profissão que atualmente sua procura esta em alta. Há 8,1% dos investigados que admitem não ter nenhum conhecimento desta área de atuação da Educação Física.

A preparação dos profissionais para uma Educação Física de qualidade deve ser rediscutida, comparada e ampliada: rediscutida, para que haja harmonia entre os currículos acadêmicos de preparação com as ultimas renovações conceituais ocorridas na Educação Física, congregando inclusive, perspectivas da Educação Continuada, para que seja possível o profissional acompanhar os avanços técnicos e científicos da área, a cada momento de suas trajetórias de atuação; comparada, à preparação de profissionais de Educação Física de países vizinhos, por meio de indicadores efetivos, para que os futuros Tratados de correspondência acadêmica nos blocos socioeconômicos da América Latina sejam nivelados em padrões considerados de qualidade; Ampliada, com as preparações complementares resultante de cursos, eventos, estágios clinicas etc., apresentados por organizações de distintas naturezas, apresentando como compromisso de qualidade (CONFEF, Carta Brasileira de Educação Física, 2014).

CONCLUSÃO

Neste estudo foi abordado o tema, expectativas na escolha profissional na área de Educação Física, focando na área de formação em Educação Física, assim como os campos de atuação do profissional. A pesquisa teve como objetivo analisar os motivos que levou os acadêmicos à escolha do curso em andamento para o exercício da profissão. Constatou-se que a maior parte dos investigados justifica sua escolha pelo fato de gostar das atividades práticas que o curso proporciona. Outros motivos tem relação ao interesse nos campos de atuação como, por exemplo, na saúde, na docência, com crianças e idosos, além da influência familiar, vivencias da prática de esportes e atividades físicas na infância que contribuíram para esta escolha.

            Como expectativa na escolha da habilitação para o exercício da profissão os acadêmicos investigados em seu maior percentual afirmam desejar ser bons professores e também através desta formação atuar em prol de uma mudança de concepção da Educação Física, além da contribuição para a prevenção e promoção da saúde, atuação no ensino superior, em academias, escolas, atuação na área do esporte e do envelhecimento humano, passar em um concurso publico.

Os investigados têm a concepção de que cada habilitação possui atuações distintas, ou seja, Educação Física Licenciatura entende-se por atuação em escolas de educação básica e ensino superior e Educação Física Bacharelado atuação em academias, empresas, clinicas e instituições não escolares, se sabe que o campo de atuação na área de Educação Física é muito amplo. A Educação Física ocupa os espaços já citados, atuação em escolas e instituições não escolares, e outros não tão divulgados como revelação e descoberta de pequenos atletas e notavelmente hoje a Educação Física é grande aliada na prevenção e promoção da saúde por exemplo.

            Este estudo cumpriu com o objetivo que foi proposto, visto que o mesmo demonstrou as expectativas de forma clara e sucinta, permitindo seu entendimento. A partir deste estudo fica possível entender de maneira geral o quão é complexo o processo de escolha, apesar de ser bem restritivo, é visível que implica várias atribuições, atitudes, compreensões, ou seja, um entendimento de si e do que ser quer pra si.

            O estudo contribuiu para formação de modo pessoal e profissional, de modo a maximizar o entendimento da importância de buscar conhecer o caminho que quer ser seguido, compreender os significados e atribuições que ele possui.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Maria Elisa Grijó Guahyba de; MAGALHAES, Andrea Seixas. Current Occupational choice: individual project and family project. Revista Brasileira de Orientação Profissional. v. 12, n. 2 p.205-214. São Paulo.  2011 .  

AZEVEDO, E. S; PEREIRA, B. O; SÁ, C. A Percepções docentes acerca da formação inicial na atuação pedagógica: estudo de caso dos professores de educação física. Revista Ibero-americana de Educação n. 56, v. p, 201-226. 2011.

BAEZ, Marcio Alessandro Cassio; STOBAUS, Claus Deiter. Relatos de Discentes de Educação Física da PUCRS Campus Urugaiana sobre sua Formação. In: IX ANPED SUL SEMINARIO DE PESUISA EM EDUCAÇÃO DA REGIÃO SUL, 2012, Caxias do Sul. Anais do... Caxias do Sul: UCS, 2012, 14p.

BARDAGI, Marúcia Patta; LASSANCE, Maria Célia Pacheco; PARADISO, Ângela Carina. Trajetória Acadêmica e Satisfação com a Escolha Profissional de Universitários em Meio de Curso. Revista Brasileira Orientação Profissional. v. 4, n.1-2, p.153-166. São Paulo, 2003.

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BRASIL. Ministerio da educação e do desporto. Secretaria de educação fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Saúde. Brasília 1997. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/saude.pdf>

Acessado em: 08 maio 2014.

CONFEF Conselho Federal de Educação Física, Carta Brasileira de Educação Física Disponível em: <http://www.confef.org.br/extra/conteudo/default.asp?id=21> Acesso em: 28 de novembro de 2014.

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FOLLE, A; FARIAS, O. G; BOSCATTO, D. J; NASCIMENTO, J. V; Construção da Carreira Docente em Educação Física: Escolhas, Trajetórias e Perspectivas. Revista Movimento. Porto Alegre v.15, n.1, p,25-49. 2009.

GIL, Antonio Carlos, 1946 – Como elaborar projetos de pesquisa/Antonio Carlos Gil. 4ed. – São Paulo: Atlas, 2002.

KUNZ, Eleonor. Didática da educação física – 2.ed. – Ijui: Ed. Unijui, 2004.

LINDELMANN, H.M. Testes em Educação. São Paulo: Ibrasa, 1978.

MELLO, Fernando Achilles de Faria. O desafio da escolha profissional. Campinas - SP: Papirus Editora, 2002.

PERRENOUD, P. PAQUAY, P. ALTET, M. CHARLIER, E. Formando professores profissionais: Quais estratégias? Quais competências? – 2.ed. – Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

PPC – Projeto Pedagógico do Curso de Educação Física – Bacharelado da UNICRUZ , 2014. Disponível em: <http://www.unicruz.edu.br/site/cursos/educacao_fisica_bacharelado/downloads/PPC%20Ed%20Fisica%20Bacharelado.pdf> Acesso em: 13 outubro 2014.

SOARES, Dulce Helena Penna. A escolha profissional: do jovem ao adulto – 2.ed. – São Paulo: Ed Summus, 2002.

STEINHILBER, Jorge. Licenciatura e/ou Bacharelado Opções de graduação para intervenção profissional. Revista Educação Física Ano VI, N.19. p,19-20, 2006. Disponível em <http://www.confef.org.br/extra/revistaef/show.asp?id=3613> Acesso em: 30 mar 2014.

 

[1] Acadêmica do curso de Educação Física da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ, Rio Grande do Sul – Brasil maga_fb@hotmail.com

[2] Professora ME do curso de Educação Física da UNICRUZ, Rio Grande do Sul – Brasil vaniarst@hotmail.com

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