01/09/2018

Evolução X Avaliação: A Educação no Brasil

Por Ivan Carlos Zampin – Professor Doutor, Docente no Ensino Superior, Ensino Fundamental, Médio e Gestor Escolar.

 

No processo de evolução da educação no Brasil o significado atribuído à avaliação tem sido evolutivo, ou seja, variadas formas de avaliar são implementadas e participam de uma transformação adequando-se ao processo de ensino-aprendizagem consagrando-se por ser um sistema diverso. Assim, interpreta-se a mesma possuindo uma forte ligação ou associação a uma ideia de medida ou dimensão, vista como um ato técnico ou endurecido, remetido para os peritos, este entendimento tem progressivamente vindo a deslocar-se para o de avaliação como um ato de comunicação, de interação e discussão entre pessoas e objetos dessa própria avaliação, que afinal ocorre num dado contexto social e é por ele determinado.

Neste sentido pode-se observar que o avaliador não é um instrumento de medida, mas o ator de uma comunicação com essa abrangência social, considerando também as funções da avaliação que tem a tendência de ampliar-se em outros sentidos. 

Com esta observação consistente fica essa direção norteada, marcada principalmente a uma função social, por meio da hierarquização, identificada na sala de aula e que faz a seleção e certificação do aluno, consequentemente junta-se uma função pedagógica e que encara a avaliação como um elemento essencial no processo de ensino e de aprendizagem.  Dessa forma, avaliação nesse contexto fica sendo considerada como um elemento integrante e regulador da prática educativa, onde nessa perspectiva de avaliação existe esse ato de regulação das aprendizagens.

Providencialmente partindo do entendimento de regulação da aprendizagem como sendo todo o ato intencional que age sobre os mecanismos de aprendizagem e que contribua diretamente para a progressão e/ou redirecionamento dessa aprendizagem pode-se falar dessa ação sobre esses mecanismos, como sendo considerado o papel central do sujeito, ou seja, daquele que aprende.

Afirmativamente, todo e qualquer ato ou forma de regulação tem necessariamente que passar por um papel ativo de aplicação ou de dedicação do aluno. Por este processo é possível então assumir as teorias cognitivas da aprendizagem que apontam que esta atividade implica inevitavelmente na ação do próprio aluno.   

Notoriamente neste contexto é percebido que nenhuma intervenção externa age se não for percebida, interpretada e assimilada pelo próprio aluno. Não perdendo do campo de visão este princípio, pode-se assinalar que a regulação das aprendizagens advirá de uma multiplicidade de processos interdisciplinarizados, dos quais são identificados dentro desse contexto extremamente abrangente, ou seja, a avaliação formativa; a co-avaliação entre pares; e a auto-avaliação.

Assim, a avaliação formativa se torna em definição, um processo de regulação externa ao aluno dado ser da responsabilidade do professor. Pode ocorrer em momentos diferentes abrangendo desde o início de uma tarefa ou de uma situação didática – regulação pró-ativa –, considerada ao longo de todo o processo de aprendizagem – regulação interativa – ou após uma sequência de aprendizagens mais ou menos longa – regulação retroativa podendo ser os três tipos de regulação adequados e pertinentes de acordo com o momento ou contexto real de ensino.

Portanto, considera-se então que uma intervenção por parte do professor que acompanhe o próprio processo de aprendizagem, como regulação interativa, ficando potencialmente mais promissora porque é uma regulação que não fixa etapas, assim podendo se tornar mais significativa para o aluno. 

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