20/11/2014

Estrutura moderna garante qualidade a ginastas

Centrotreinamento

Investimento integra um pacote de 13 centros de ginástica pelo País, com R$ 7,3 milhões de investimento do Ministério do Esporte

 

A nova estrutura do Centro de Treinamento de São Bernardo do Campo (SP) permite ginastas como Caio Souza e Diego Hypólito sonharem com desempenho ainda melhor que o sexto lugar conquistado pela equipe masculina brasileira no Mundial deste ano.

“Agora temos uma das melhores aparelhagens do mundo. Com essa estrutura, com esse ginásio, a gente tende a melhorar e trazer resultados. A conquista do sexto lugar da equipe no Mundial foi um marco histórico, e isso sem tanta estrutura. Agora que a gente conta com ela, é só esperar para ver o que vai dar”, afirma Caio Souza.

O investimento integra um pacote de pelo menos 13 centros de ginástica em pontos diversos do País, com R$ 7,3 milhões de investimento do Ministério do Esporte para criar uma rede nacional de treinamento da modalidade.

Uma das vantagens apontadas em treinar com equipamentos iguais aos utilizados nas competições internacionais é a facilidade de adaptação. “Quando a gente treinava num aparelho inferior e chegava para competir num aparelho bom, havia uma mudança na questão do movimento. Agora, vamos competir nos mesmos aparelhos. Os acertos tendem a ser maiores”, diz Fred Oliveira, terceiro no paulista individual e no brasileiro por equipes deste ano.

As diferenças entre aparelhos antigos e modernos também são perceptíveis, segundo os atletas, em itens como segurança e maleabilidade. “A barra antiga não era tão flexível, o solo não jogava tanto e a esteira de correr faz diferença: dá confiança para executar movimentos. Além disso, agora há mais aparelhos, o que possibilita que vários ginastas treinem ao mesmo tempo”, afirma Fred.

Outro fator apontado é a queda no risco de contusões, o que possibilita fazer mais sequências de exercícios. “Nos aparelhos antigos o número de repetições que o ginasta podia fazer era pequeno, porque havia risco de lesões. Hoje, temos aparelhos oficiais, que estarão no Rio 2016. Eles preservam mais a integridade física”, explica o treinador da equipe de São Bernardo, Fernando Carvalho.

“Essa aparelhagem nos possibilita sonhar com medalhas em campeonatos olímpicos e mundiais. É uma estrutura em nível internacional. É bom fazer parte desse momento da ginástica, com a maior compra de equipamentos da história”, diz o bicampeão mundial Diego Hypólito. 

“Isso possibilitará que crianças possam sonhar. É um benefício para a sociedade. A partir do momento em que você dá a oportunidade para a criança ter um local de treinamento, você dá a oportunidade para ela pensar em coisas melhores, no futuro, no esporte”.

Peneiras

O centro de ginástica de São Bernardo será utilizado tanto por atletas de alto rendimento quanto para a iniciação esportiva.

Campeão olímpico nas argolas, Arthur Zanetti, que treina em São Caetano num outro centro equipado pelo Ministério do Esporte, prevê uma evolução na modalidade.

Treinador há 16 anos, Fernando Carvalho vislumbra um projeto de médio e longo prazo, que aproveita as Olimpíadas de 2016 como oportunidade de alavancar o esporte.

Rio 2016

Os atletas da seleção brasileira estão otimistas e prometem treinar forte para a Olimpíada do Rio de Janeiro. “Temos boas perspectivas, mas temos que pensar em 2015, que vai ser a classificatória. Fazer nossa parte e repetir o feito deste ano, que é uma final por equipes”, comenta Zanetti.

Fernando Carvalho explica a rotina dos atletas rumo às Olimpíadas. “A preparação já começa a partir do Mundial do ano que vem, que é pré-olímpico. Acho que a gente tem bastante chance de classificar a equipe e levar cinco atletas para as Olimpíadas”, projeta Hypólito.

Se depender da rotina de treinos em São Bernardo, o sonho não é utopia. “Temos atletas de seleção e representantes da cidade e do clube. Os da seleção têm um trabalho diferenciado, porque a carga de competições é maior. É feito um plano específico para o objetivo de cada atleta. Eles treinam em média de seis a sete horas por dia. O trabalho é bem intenso”, afirma Fernando Carvalho.

O treinamento inicia com 40 minutos de fisioterapia, para prevenir lesões. Em seguida, há um aquecimento e a preparação física, durante quase uma hora.

Dependendo do período do ano, há um trabalho mais pesado de musculação, ou um trabalho específico, quando se está próximo das competições.

Os atletas fazem uma média de quatro a seis aparelhos diariamente – solo, cavalo, argolas, salto, paralela e barra.

A complementação dos exercícios é feita no tumbletrack e na cama elástica. Nestes equipamentos, os atletas aperfeiçoam a noção espacial.

Por fim, há mais uma sessão de preparação física e outra de fisioterapia.

Fonte: Ministério do Esporte

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