15/03/2017

Estado Mínimo

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Como é sabido, toda educação é um ato político e não tem como desvencilhar este ato da verdadeira função de educar, já que o educar implica na transformação do ser e no desenvolvimento de seu senso crítico.

            Estamos passando por um turbilhão de mudanças, mas não são mudanças vindas por bons ares. As mudanças estão sendo impostas pelas canetas de políticos usurpadores que se preocupam apenas com o seu bem comum, enxergando opovo como gado a compor um rebanho, fazendo alusão a música Admirável Gado Novo de Zé Ramalho quando diz “povo marcado é povo feliz”.

            As mudanças impostas pelo poder da caneta farão o Brasil sangrar. Tais mudanças são: Reforma da Previdência, PEC 241 ou PEC 55 renomeada para iludir a sociedade, e a PL 4.330 que simplesmente permite a terceirização de atividades fim, além de alguns malefícios à classe trabalhadora.

            Estamos mudando nosso regime político a caminho de um neoliberalismo que além da diminuição do Estado, reforça as desigualdades e as contradições sociais bem explicitadas por Lakatos e Marconi no livro Sociologia Geral, publicado pela Editora Atlas em 1999.

            É sabido que as medidas arbitrárias implicarão em uma desertificação do futuro, roubando a dignidade do povo e esterilizando toda e qualquer perspectiva.

            Azambuja em seu livro Introdução a ciência política publicado pela Globo em 2003 ressalta que quando o poder no seu exercício não visa o bem público, deixa de ser poder do Estado e passa a ser uma força, uma violência das pessoas que estão no governo.

            Estas medidas estão fazendo o Brasil perder o seu Estado Social, ou seja, fazendo o povo perder os poucos direitos conquistados a base de sangue, suor e lágrimas, e o pior, tudo isso na, “calada da noite” ou com estratagemas para tirar o foco do problema.

            Uns podem pensar que se trata de uma ideologia baseada em uma ilusão, mas é certo que se trata de uma ideologia baseada na corrupção envolvendo os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.

            Estamos caminhando para uma segmentação, ou seja, para um apartheid não de raça, mas de classes sociais a serem esmagadas por esta elite que representa a escória da humanidade, o que há de mais vil no ser humano reforçando as falas de filósofo inglês Thomas Hobbes ao afirmar que o “homem é o lobo do homem”

            Tais mudanças estimularão o sistema de semiescravidão, o analfabetismo funcional, o fim do Estado Social e o investimento de estrangeiros que vivem da exploração dos países miseráveis, pois, estamos nos tornando um país miserável sem mão de obra qualificada e sem pessoas críticas.

            A educação pública está totalmente estéril e isto tirou a força do povo, pois são 37.826.565 alunos matriculados em escolas públicas sendo que a grande maioria se encontra sem senso crítico da situação vivenciada no país.

            O Estado Mínimo reforça a barbárie do povo em nome da corrupção ditada pela arrogância dos banqueiros e empresários a roubarem o sonho de uma nação, fazendo com que percamos o pouco que conquistamos a duras penas e fazendo nossos heróis serem esquecidos, tendo morrido em vão por um país que está se vendendo como Judas se vendeu.

            Hoje somos uma nação doente pela corrupção e em estado cataléptico como povo anestesiado pela ignorância causada pela proposital esterilidade da educação pública. 

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