30/11/2023

Especialistas debatem futuro da avaliação da educação básica

Seminário internacional amplia discussão sobre rumos das avaliações educacionais no Brasil. Evento segue nesta quinta (30), transmitido pelo canal do Inep no YouTube

O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) deram continuidade, nesta quarta-feira, 29 de novembro, ao Seminário Internacional de Avaliação da Educação Básica. O segundo dia de evento foi marcado por debates sobre as inovações a serem feitas quando o assunto é avaliação educacional no Brasil. Especialistas e atores relevantes do setor analisaram os desafios e propuseram aprimoramentos, a partir de referências nacionais e internacionais.  

A secretária-executiva do MEC, Izolda Cela, participou da mesa “Avaliação da Educação Básica: passado, presente e futuro”. Ao abordar o tema “A avaliação da educação básica em articulação com as redes e os sistemas estaduais”, ela compartilhou experiências vividas quando esteve à frente das Secretarias Municipal e Estadual de Educação no Ceará. Cela reforçou que “a avaliação, seja ela feita pela própria rede ou em âmbito nacional, abre perspectivas para que possamos olhar o desempenho e a evolução do sistema, além de conhecer e aprender com as boas práticas”. 

A secretária-executiva detalhou, ainda, que o esforço do MEC é melhorar a qualidade das avaliações sob uma perspectiva de equidade. Ela destacou que é preciso “enxergar” os grupos que estão com os piores resultados, e não apenas observar se há um crescimento na nota média dos avaliados. Para ela, um dos grandes obstáculos é o refinamento dos processos avaliativos: “Uma questão que é muito desafiadora é saber como refinar os processos de avaliação para conseguirmos captar competências mais complexas e muito desejadas. Isso é muito importante para que possamos verificar se os objetivos fundamentais da educação básica estão, de fato, sendo entregues à sociedade”. 

Manuel Palacios, presidente do Inep, falou sobre as perspectivas para a avaliação da educação básica, principalmente no que tange às atribuições do Instituto. Ele destacou algumas das iniciativas recentes, como a pesquisa Alfabetiza Brasil, por meio da qual o MEC e o Inep consultaram professoras alfabetizadoras e especialistas para definirem o conjunto de habilidades que devem caracterizar o perfil de aprendizagem da leitura e da escrita esperado ao fim do 2º ano do ensino fundamental.  

  • A partir dos resultados da pesquisa (um dos alicerces do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada), esse perfil foi interpretado considerando a escala de proficiência do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). 

Na esteira dessa iniciativa, o Inep começou os esforços para a integração entre o Saeb e as avaliações da alfabetização conduzidas pelas unidades da Federação. Há um acordo de cooperação técnica firmado entre o Instituto e as secretarias estaduais e municipais de educação. “Acreditamos que essa experiência abre um espaço muito significativo para a colaboração entre estados e União na produção de medidas de desempenho, por meio de instrumentos construídos a partir de referências técnicas compartilhadas”, afirmou Palacios. Segundo ele, “a perspectiva é avançar nessa colaboração técnica para criar condições de monitoramento da qualidade do trabalho desenvolvido pelos sistemas estaduais e fortalecer as equipes que atuam na avaliação”.  

Para além da alfabetização, o presidente do Inep falou sobre propostas de inovações no que diz respeito às avaliações dos ensinos fundamental e médio. Entre os aprimoramentos a serem pautados nas discussões, estão: 

  • Pesquisas de padrões desejáveis de desempenho; 

  • Inovação nos modelos de testes e de itens; 

  • Aprimoramento das matrizes de avaliação em alinhamento à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 

Para Luiz Roberto Curi, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), “é importante ter a perspectiva de que as avaliações do ensino médio, da educação infantil, da pré-escola, da primeira infância e da alfabetização sejam integradas às avaliações da educação superior e da pós-graduação”. Acrescentou que o intuito é ter “um modelo que aproxime a formação dos seus impactos em todos os níveis”. 

Seminário – Até a próxima quinta-feira (30), autoridades e especialistas no debate sobre avaliação educacional discutem temas e experiências internacionais sobre modelos de itens, tipos de testes e oportunidades de atualização, que poderão orientar inovações nas avaliações em larga escala no Brasil. O objetivo é instalar o debate em torno do assunto, além de gerar reflexão qualificada e interlocução para aprimoramentos futuros.  

O Seminário conta com uma página que reúne as principais informações e a programação na íntegra. Ele tem o apoio da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI); do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed); e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). 

*Evento para convidados, com transmissão aberta ao público nos canais do MEC e do Inep no YouTube. 

Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações do Inep - 29.11.2023

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