Escolas Inovadoras: Ressignificando o Processo Ensino-Aprendizagem
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Uma educação de qualidade deveria ser um direito inalienável de qualquer cidadão, todavia, ela passa a ser alvo de políticos que visam a ignorância da sociedade para proliferarem suas arbitrariedades e perpetuarem suas corrupções.
É sabido da existência de censura e intimidação nas escolas, instituições educacionais que tem como cerne, tirar o educando do limo da ignorância por meio do discernimento, autonomia, autoconhecimento e protagonismo cognoscente, entretanto, existe uma força contrária e de maior proporção que leva estas mesmas instituições públicas a serem apenas um depositório de informações estéreis para a formação de jovens alienados, docilizados e porque não afirmar, subalternos prontos para defender um sistema manipulador[1], já que estas mesmas pessoas sequer tem consciência de classe, sendo assim, as escolas inovadoras configuram as instituições educacionais que tentam se subtrair desta manipulação.
Faz-se mister observar que não é preciso ser um sociólogo para perceber o quão abismal tem sido a nossa educação pública municipal e/ou estadual em relação as instituições privadas e isso tem sido um fator de grande diferencial na formação até mesmo profissional, já que para estas, são separadas oportunidades que necessitam um pensar, um capital humano mais lapidado quanto para a outra, uma mais valia relativa e absoluta, na qual imperará sempre a mão de obra, isto é, o pensar não é necessário, apenas o executar.
Escolas inovadoras têm feito esforços hercúleos para romper esta forma imposta pela sociedade no pensar e agir de nossos educandos, fazendo assim pequenas diferenças nas vidas dos educandos em relação as multidões de néscios que as instituições públicas já mencionadas colocam na sociedade.
Para Ambrósio, Dalben e Gomes (2024) [2], as escolas inovadoras têm sido uma forma de rever as experiências pedagógicas, metodológicas e o processo de ensino-aprendizagem bem como os currículos,
As autoras acima reforçam várias características necessárias para uma escola inovadora que são: escola democrática e inclusiva; novos tempos e espaços escolares de vivências estudantis; valorização da diversidade cultural, formação contínua do corpo docente; promoção e práticas pedagógicas inovadoras; novas propostas avaliativas; aprendizagem relacionado ao papel das políticas sociais bem como metodologias ativas com foco no educando.
Obviamente outras características podem e devem ser inseridas neste contexto valendo a observação de que elas são vistas como complementares e nunca excludentes, dito isso, as escolas inovadoras ainda são embrionárias e quando surgem o sistema busca mudar a realidade delas, impondo neutralidade, mas como advertido por Tavares (2024)[3], a neutralidade nunca existirá, já que quando se opta por ela, está explicito a sua conivência com o sistema opressor e a sua “mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa”.
Já dizia Darcy Ribeiro, “fracassei em tudo o que tentei na vida. Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu”, assim sendo, que sejamos bons soldados nesta verdadeira guerra para uma educação de qualidade e se fracassarmos, que caiamos atirando, no sentido metafórico, claro.
[1] https://www.dw.com/pt-br/o-clima-de-intimida%C3%A7%C3%A3o-e-censura-na-educa%C3%A7%C3%A3o-brasileira/a-61943388
[2] AMBRÓSIO, Márcia; DALBEN, Ângela Imaculada Loureiro de Freitas; GOMES, Suzana dos Santos. Escolas Inovadoras: revisando as experiências pedagógicas in Boas Práticas Pedagógicas e Gestão Inovadora / Organizadoras Inajara de Salles Viana Neves e Márcia Ambrósio. Coordenadora Márcia Ambrósio. – São Paulo: Pimenta Cultural, 2024.
[3] TAVARES, Wolmer Ricardo. Educação e a Não Neutralidade. São Paulo: Ícone, 2024,