Escola já foi Extensão de Casa

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

A educação tem que ser sempre repensada e em concomitância, reavaliado o seu critério de aprovação, suas metodologias e principalmente sua política educacional, fazendo uso de um ciclo modelo PDCA, oriundo da língua inglesa que significa Plan (planejar), Do (fazer), Check (checar) e Act/Adjust (agir ou ajustar).

PDCA trata-se de uma ferramenta de suma importância para quem busca excelência, termo este totalmente subtraído da educação pública e que em nossa contemporaneidade, virou uma simples utopia.

A maioria dos leitores deste singelo texto faz parte de um tempo em que se dizia que a escola era uma extensão de nossa casa e assim crescemos com este entendimento, todavia, hoje a escola não tem mais este conceito.

A escola tem que ser uma instituição na qual o aluno não pode pensar ser uma extensão de sua casa, já que em muitas casas de alunos com problemas comportamentais é comum não ter disciplina e tampouco respeito.

Pode parecer uma fala forte, mas é a mais verdadeira realidade, isso porque como profissional da educação conheço quase todos os contextos educacionais, lecionando em escolas públicas, privadas, Fundamental II, Técnico, Superior, Pós-Graduação Lato Sensu e Strictu-Sensu, e isso me faz ter uma visão mais crítica de como anda a nossa sofrível educação pública.

Pude perceber que muitas pessoas dizem que se o aquele(s) aluno(s) estivesse(m) na escola particular seria(m) diferente(s), ledo engano. Se ele(s) estivesse(m) na escola particular continuaria(m) sendo o(s) mesmo(s) porque falta o principal, a educação não formal, a educação oriunda da família e o exemplo dos pais.

Observe que alunos mais problemáticos tem pais inconsequentes, levianos, irresponsáveis, ausentes, displicentes e coniventes com as atuações de seus filhos.

Para se ter ideia, já ouvi relatos de professores recebendo conselhos de pedagogos e até mesmo diretores para deixar tal aluno agir da forma que ele quiser, porque a mãe deste indivíduo agrediu uma professora porque esta profissional que tem a obrigação de ensinar, chamou a atenção de seu rebento sem educação, e para agravar, foi dito para esta profissional que a mãe faz parte do tráfico e que não adianta chamar a polícia porque ela não vai no bairro ao qual encontra-se a escola.

Ou seja, a mãe ou o pai que deveriam dar apoio ao profissional fazem uso da força contra este profissional para mostrar ao seu filho como se deve resolver qualquer conflito, demonstrando completa bestialidade.

Quando se fala hoje que a escola é uma extensão de casa, este mesmo aluno fará tudo que faz em sua casa e por isso, a escola não deve ser vista desta forma, pois é nesta instituição que se deve imperar a amabilidade com os colegas e as diversidades, o zelo pelo bem público, a gentileza com os funcionários, o respeito com os professores e principalmente a disciplina quanto as regras e obrigações, enfim, tudo que lhe falta na educação não formal, educação essa negligenciada por seus pais que acreditam ser obrigação da escola em fornecê-la.

Interessante levantar um questionamento: Um aluno muito indisciplinado ele também seria em uma escola privada? A resposta é sim, já que ele só reflete a educação que recebeu dos pais, entretanto, na escola privada tem suas particularidades para tratar de comportamentos não aceitáveis e tenha certeza, não é negligenciando como acontece nas escolas públicas e tampouco ouvindo desculpas de pais irresponsáveis que tentam justificar a falta de educação de seu filho.

Como dizem os mais velhos, a vida é a melhor escola para estes alunos rebeldes, pois ela cobrará suas ações e nem sempre terão os pais para defende-los fazendo jus as falas de Pitágoras há mais de 5 mil anos quando disse “educai as crianças e não será preciso punir os homens”, ou seja, somos herdeiros de nossos atos e a vida se encarrega de cobrar.