16/05/2023

Escola Inclusiva ou Integradora?

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

A falta de empatia é algo Costumaz em nossa sociedade, gerando frustrações e desequilíbrios emocionais, afetando de tal forma, a saúde mental das pessoas que não conseguiram entrar no mundo dos proscustos, sendo assim, estereotipadas pelos “ditos normais”.

Friedrich Nietzsche era enfático ao afirmar que aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música e, acredita-se que com base nestas falas, surgiu a música cantada por Oswaldo Montenegro intitulada “mudar dói, não mudar dói muito” e nesta música, tem um trecho que diz quem não ouve a melodia acha maluco quem dança, e assim tem sido a nossa sociedade, julgando as pessoas por não fazerem parte de suas normalidades, claro, usadas por suas réguas.

Com isso cabe aqui elucidar diferenças entre integração e inclusão, diferenças que são relevantes principalmente quanto a inserção de alunos com Necessidades Educacionais Especiais em relação ao seu processo ensino aprendizagem.

Quanto a isso, Soler (2005)[1] é bem esclarecedor ao diferenciar inclusão de integração, assim sendo, na inclusão exige uma ruptura do sistema já que na integração há na verdade concessões aos sistemas, e é justamente estas concessões que acontecem nas escolas que se dizem inclusivas.

Interessante perceber que as comparações não param por aí, embora seja um item relevante.

Nas falas de Soler (2005) cabe pontuar que na inclusão as mudanças beneficiam toda e qualquer pessoa quanto que na integração, as mudanças focam as pessoas com deficiências, causando assim um certo distanciamento dos que se encontram nas escolas sem alguma especificidade, achando que tais mudanças prestigiam apenas os indivíduos com Necessidades Especiais Educacionais.

Cabe observar que uma escola que trabalha com inclusão, as transformações são profundas se adaptando para atender às necessidades das pessoas com deficiência e, com isso, se torna mais aberta às necessidades de todos, quanto que na integração, os educandos com deficiência se adaptam às necessidades dos modelos que já existem na sociedade, que faz apenas ajustes.

Uma situação interessante é que escolas inclusivas trazem para dentro dos sistemas os grupos de “excluídos” e, paralelamente, transforma esses sistemas para que se tornem de qualidade para todos, e em contrapartida, a integradora insere nos sistemas os grupos de “excluídos” que provarem estar “aptos”.

Cabe salientar nas falas de Soler (2005) que as escolas inclusivas não buscam disfarçar as limitações, isso porque elas existem e são reais, não obstante, as escolas integradoras tendem a disfarçar as limitações para aumentar a possibilidade de inserção, observe que a palavra usada foi inserção e não inclusão.

Enfim, muitas escolas se dizem inclusivas mas na verdade não passam de instituições integradoras o que causa um déficit no processo ensino aprendizagem dos alunos com Necessidades Especiais Educacionais.

 

[1] SOLER, Reinaldo.  Educação Física Inclusiva na Escola: Em busca de uma escola plural. Rio de Janeiro: Sprint, 2005

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