25/07/2022

Entenda como um novo modelo de educação pode reestruturar o futuro dos jovens brasileiros

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As mudanças no que diz respeito à educação tem gerado dúvidas nas pessoas, afinal, busca-se compreender quais as reais mudanças que ocorrerão e qual será o impacto a longo prazo. Nesse contexto o novo modelo de educação se destaca, sendo uma mudança que abrange os alunos do ensino médio e a devida profissionalização.

O chamado novo ensino médio começou a ser implementado oficialmente em 2022 nas escolas públicas e privadas. O processo de mudança se iniciou com o 1º ano médio desta etapa de ensino e deve atingir os outros graus até 2024.

Essa reformulação foi anunciada pela primeira vez em 2017 e visava grandes transformações no ensino, sendo as principais:

  • Os estudantes poderão escolher parte das disciplinas;

  • Carga horária passa de 800 horas anuais para 1000 horas anuais;

  • Foco no mercado de trabalho.

Com isso, dentre os principais focos dessa mudança é possibilitar que o estudante já consiga identificar seus interesses e aptidões, seguindo com uma formação técnica em diferentes áreas, obtendo informações precisas para a futura atuação com a administração ou com a produção de filtros a vácuo mais efetivos.

Reformulação no ensino médio

A necessidade e discussões sobre mudanças no ensino médio não é uma novidade

Há anos, o grande desafio é manter os jovens na escola, principalmente nos anos finais do ensino médio, para que o Brasil possa universalizar o acesso à educação básica e criar profissionais mais qualificados.

É diante deste cenário cheio de desafios que surge a proposta de modificar um modelo único de ensino.

O intuito é reduzir as disciplinas obrigatórias para um modelo de ensino que seja mais flexível e estruturado em qualificar profissionais e desenvolver temas voltados aos gostos e aptidões. Para isso, estabelece-se critérios como: 

  • Valorização da aprendizagem;

  • Ampliação das cargas de estudos;

  • Desenvolvimento de um projeto de vida;

  • Garantia de direitos de aprendizagem aos jovens;

  • Diretrizes definidas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular).

Em 2014, o Brasil decidiu pela renovação do ensino médio entre algumas das estratégias do PNE (Plano Nacional de Educação), uma lei que estabelece metas, diretrizes e estratégias para o desenvolvimento estadual, municipal e nacional da educação.

Posteriormente, no ano de 2017, foi aprovada a Lei nº13.415/2017, conhecida como Reforma do Ensino Médio, que alterou as Bases Nacionais da Educação e Lei de Diretrizes estabelecendo mudanças na estrutura do ensino médio com um currículo mais flexível. 

No ano seguinte, com a aprovação da BNCC definiu os conteúdos a serem ofertados e, com isso, surgiu o Novo Ensino Médio.

O que é o Novo Ensino Médio?

Como pode ser percebido a partir das informações já abordadas, o novo ensino médio é um modelo de aprendizagem mais amplo e flexível.

Para que isso seja possível, ele visa proporcionar diversas áreas do conhecimento para que o jovem escolha aquelas que mais se identifica e considerando aquelas que se direcionam para a carreira que deseja seguir.

Nesse sentido, por exemplo, pode recorrer a uma formação técnica e profissionalizante para a produção de gabinete personalizado, focando em atividades de matemática e atividades manuais.

No fim do ensino médio, o aluno recebe um certificado que cursou o ensino regular e um certificado do ensino profissionalizante que cursou, tendo um destaque para se posicionar no mercado que se desenvolveu.

Basicamente, o aluno cursa as matérias básicas, mas com o tempo pode optar se deseja ter uma formação que o prepare para o mercado de trabalho, permitindo trabalhar tanto na indústria como empreender com uma máquina de fazer velas preço.

Quais são as matérias do Novo Ensino Médio?

O novo ensino médio tem uma organização diferente. Nele, ao invés de matérias específicas a serem cursadas de forma obrigatória em toda a grade curricular, há a composição de 4 áreas de conhecimento e uma formação técnica.

Nessa nova estrutura a carga horária é composta por 1.800 horas, que contemplam competências e habilidades relacionadas às 4 áreas do conhecimento que são:

  • Ciências da natureza e suas tecnologias;

  • Ciências humanas e sociais aplicadas;

  • Linguagens e suas tecnologias;

  • Matemática e suas tecnologias

As outras 1.200 horas são reservadas e flexíveis para uma formação técnica e profissional que os alunos podem escolher conforme a oferta da escola.

Ou seja, das 3.000 horas totais obrigatórias para o ensino médio, as escolas deverão oferecer 1.800 horas destinadas para as disciplinas obrigatórias da BNCC, e as outras 1.200 horas para os itinerários formativos (ou seja, aulas técnicas).

Quais são as mudanças que o novo ensino médio promove?

Uma das principais mudanças do novo ensino médio é a carga horária dos estudantes, a adoção de uma base comum curricular  e a escolha da formação de itinerários formativos por parte dos alunos.

Para implementação desse novo sistema o novo ensino médio entrou em vigor em 2022 para os alunos do primeiro ano, de modo que de forma gradativa alcance os outros anos, acompanhando esses estudantes. 

A meta é que até 2024 esteja valendo para todas as turmas no país. 

A mudança também inclui a otimização da grade, visto que esse novo modelo de ensino é focado na formação e desenvolvimento de competências integradas às disciplinas das quatro áreas do conhecimento obrigatórias. 

Mais ainda, possibilitando o desenvolvimento mais específico dos alunos ao permitir que escolham os itinerários formativos conforme áreas de interesse, carreira e projeto de vida.

Deste modo, as escolas podem inserir conhecimentos de educação financeira, atividades industriais, sustentabilidade e inovação, ensino das leis trabalhistas, entre outras possibilidades para a formação profissional dos jovens, aumentando o interesse pelo conhecimento e permanência na escola.

Os professores de química, por exemplo, ao ensinar os conteúdos da área, podem explicar aos alunos que uma formação mais técnica e especializada permite que eles aprendam sobre decapagem química e outros assuntos que possibilitam atuar neste segmento ou com metalúrgicas.

O que muda para os professores?

Com essa mudança, os professores terão de planejar e executar suas aulas de modo integrado entre as diferentes disciplinas e áreas do conhecimento, promovendo mais alinhamento entre as matérias e aplicações em diferentes áreas de atuação. 

Ou seja, uma comunicação integrada será necessária.

No itinerário de formação profissional e técnico, as escolas podem investir na contratação de profissionais com conhecimento e reconhecidos pelo sistema de ensino para ministrar os conteúdos relacionados a experiência profissional, trazendo mais autoridade aos materiais propostos.

Um soldador, por exemplo, pode ministrar aulas práticas sobre como operar uma máquina de solda Mig Mag e outras práticas na rotina em metalúrgicas e outros espaços que demandam de um trato adequado de soldas e metais.

Com conteúdos integrados em áreas do conhecimento, mais flexibilidade no currículo e a possibilidade de itinerários formativos, os professores trarão aplicações mais rotineiras dos materiais e espera-se que os estudantes se interessem e se aprofundem mais nas áreas que se identificam e desejam trilhar, mas ainda mantendo plenos conhecimentos nas matérias formadoras de base.

Benefícios do novo ensino médio

A implementação do novo ensino médio proporciona benefícios para os professores e alunos.

O primeiro benefício é oferecer mais tempo para os estudantes se aprofundarem em conhecimento teóricos e práticos sobre a área de atuação que desejam seguir e as disciplinas regulares. 

Isso é muito positivo, pois agrega conhecimentos específicos que ajudam no futuro profissional e promovem mais compreensão das ciências obrigatórias.

Assim, o novo ensino médio contribui positivamente para o desenvolvimento de carreira e projeto de vida dos alunos, pois as escolas priorizarão atividades que promovem:

  • Cooperação;

  • Desenvolvimento de ideias;

  • Resolução de problemas;

  • Pensamento crítico;

  • Entendimento de novas tecnologias;

  • Respeito;

  • Atividades técnicas.

Estas, apesar de serem premissas fundamentais na formação de qualquer cidadão e profissional, não são consideradas uma aplicação obrigatória no modelo do antigo ensino médio.

Outro benefício interessante dessa nova metodologia é a possibilidade de ter menos aula expositivas e focar mais em cursos, oficinas, projetos e atividades práticas.

Essa mudança é muito significativa ao evidenciar um leque de possibilidades em relação à contratação de professores e profissionais cada vez mais capacitados para atuar no ensino técnico profissionalizante, tornando o processo de aprendizagem mais rico e interessante.

Benefícios complementares e características do modelo

O novo ensino médio traz o projeto de vida como um de seus pilares mais importantes.

Sendo assim, as escolas precisam se preparar para oferecer aos alunos um programa que ajudará a traçar os objetivos de vida, entender os próprios desejos e habilidades e conhecer melhor áreas que podem se tornar, no futuro, uma carreira e como se posicionar frente a ela.

Deste modo, a escola oferece o apoio necessário para que o aluno possa se preparar para atuar na área da indústria com peças para compressor de ar, com serviços contábeis, atividades legais ou em outras áreas conforme o desejo e aptidão dos alunos.

Outros benefícios do novo ensino médio são:

  • Conhecimento aprofundado;

  • Mais autonomia dos estudantes;

  • Flexibilidade curricular;

  • Reflexões sobre o futuro;

  • Exercício da cidadania.

Com uma grade curricular diversificada, as escolas ajudam na formação dos alunos.

As disciplinas básicas aliadas ao itinerário formativo permitem que os jovens reflitam sobre os problemas no meio em que estão inseridos ou desejam ingressar, encontrando soluções inovadoras e que contribuem para o bem-estar social geral, por exemplo, identificando formas de otimizar a reciclagem de cobre e os impactos no mundo.

Desta maneira, o aluno será muito mais do que um agente na comunidade, atuando como cidadão consciente e ativo, visando sempre o melhor para todos.

Quando entra em vigor e o que muda para as escolas?

Apesar de algumas escolas já estarem com as matrizes de referência curricular do novo ensino médio em funcionamento, o processo de mudanças obrigatório em 2022 se dá apenas para o primeiro ano da rede pública e privada de ensino.

O Ministério da Educação tem proposto o seguinte cronograma para implementação completa do sistema:

  1. 2022 a implementação dos referenciais no 1ºano do ensino médio; 

  2. 2023 começam a ser implementados os referenciais no 1º e 2º ano;

  3. 2024 o processo de implementação passa a valer em todos os anos.

Ou seja, o processo se dará de forma gradativa, acompanhando os estudantes ingressantes do primeiro ano em 2022, até que o sistema esteja integralmente implementado para os jovens estudantes.

De modo resumido, com as mudanças, as escolas passam a ter uma aprendizagem focada na prática e em soluções aliadas à sustentabilidade, criatividade, inovação e autonomia, visando estimular a visão profissional dos estudantes e um posicionamento mais claro na comunidade.

A matriz de referência pode ser ordenada por disciplinas ou as chamadas áreas de conhecimento, além dos itinerários formativos que ensinam sobre fabricantes de máquinas e equipamentos industriais e outros segmentos de atuação.

Portanto, o novo ensino médio é uma mudança que visa tornar o ensino mais diversificado e preparar os jovens para o mercado de trabalho e um excelente futuro profissional, algo muito positivo para a sociedade.

Texto originalmente desenvolvido pela equipe do blog Business Connection, canal em que você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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