Ensino Fundamental e a Lição das Pulgas
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Conforme ressaltado no texto Storytelling na Educação[1], publicado pela Revista Gestão Universitária em abril de 2021, é elucidado que o Storytelling se trata de uma técnica baseada em uma contação de história com o intuito de incentivar pessoas pela busca da excelência.
Assim sendo, esta técnica busca difundir valores e também os conhecimentos adquiridos por meio de narração de histórias, já que story significa historiar, narrar; e telling, significa de forma eficaz, notável, surgindo então a palavra storytelling, ou seja, a arte de narrarmos um fato de forma eficaz assegurando a assimilação dos ouvintes.
Dito isso, farei duas contações de suma importância para que as famílias fiquem cientes da importância do Ensino Fundamental e em concomitância, acreditem nos sonhos de seus filhos.
Existe uma experiência com pulgas, e elas são conhecidas como as campeãs em saltos na natureza podendo atingir 200x o seu tamanho e saltando 40cm de comprimento podendo chegar a 100cm de altura.
A experiência narra que o pesquisador pegou algumas pulgas e as colocou em um vidro com tampa e as deixou por três dias. Depois ao abrir o frasco, o pesquisador percebeu que as pulgas não saltavam mais tão alto quanto era antes da experiência, elas saltavam a altura do frasco e o mesmo aconteceu com os filhotes que nasceram durante esta experiência.
No caso dos filhotes, eles herdaram uma crença limitando de que àquela altura seria a máxima que eles conseguiriam saltar, e a mensagem por trás deste storytelling é que os pais não podem limitar os sonhos de seus filhos baseados em suas frustrações, já que uma frustração do pai não pode reverberá na vida de seu filho.
Assim sendo, os pais têm que acreditar nos sonhos de seus filhos e serem os primeiros a incentivá-los a realizarem tais sonhos e o mesmo com os professores do Ensino Fundamental, já que é na educação básica que os sonhos dos educandos são construídos e em contrapartida, desconstruídos, dependendo da situação.
Outra contação de história foi a de uma diarista que trabalhava em um bairro nobre e ficou sabendo que certa casa bonita era de um “médico preto”. Certo dia, este médico estava entrando em sua casa depois de uma caminhada e ela toda sem jeito perguntou se ele morava ali, e ele estranhando essa pergunta, afirmou que sim.
Ela toda humilde pediu desculpas por tal pergunta e disse que tinha um filho “pretinho como ele” e que sonhava em ser médico, porém as pessoas riam dele dizendo que seria difícil ter um médico preto, e depois da narrativa da senhora, houve um pedido por parte dela se haveria possibilidade de o filho conhecer este profissional.
Obviamente ele aceitou agendando um café com a tal criança e elucidou que as vezes somos referências para muitas pessoas que passaram por situações semelhantes às que nós passamos.
O fato é que quando crianças temos sonhos, e algumas dificuldades vão impondo certas crenças limitantes e o problema é que estas crenças algumas vezes são experiências vivenciadas por outras pessoas em outro contexto, assim sendo, cabe a nós, pais e/ou professores, acreditarmos na pessoa e incentivarmos por meio dos estudos as buscas de suas realizações com humanismo, dignidade e principalmente ética.
Dito isso, que a educação possa sempre ser o Norte às nossas crianças que sonham com um futuro promissor e que possamos por meio desta educação, fazer com que nossos educandos se transformem verdadeiros agentes protagônicos cognoscentes.
[1] http://gestaouniversitaria.com.br/artigos/storytelling-na-educacao