30/05/2018

Elaboração e Descrição de um Quadro de Treinamento Físico de Atletas de Jiu-Jitsu

ELABORAÇÃO E DESCRIÇÃO DE UM QUADRO DE TREINAMENTO FÍSICO DE ATLETAS DE JIU JITSU

 

EWERTON CARMO DO LEITE; LUCAS DE OLIVEIRA SIMPLÍCIO DOS SANTOS; RODOLFO QUINTELA AZEVEDO DE MESQUITA; ROVILSON DE SOUZA CAETANO

RESUMO:

As lutas e as artes marciais de forma geral são práticas competitivas, e cada vez mais aumenta o número de profissionais qualificados na área. Como em todos os esportes de competição, a preparação é fundamental e diferenciada aos atletas que competem, exigindo cuidados especiais na elaboração do treinamento que é diferente do utilizado aos alunos que apenas frequentam os centros de artes marciais com outros objetivos que não sejam a competição. Ao nos depararmos com o empirismo dos professores de artes marciais e das lutas, onde muitas vezes não tiveram capacitação profissional adequada, observa- se que necessita verificar conteúdo existente de treinos físicos especifico para cada um dos atletas, com o objetivo de descrever e elaborar treinos físicos para o guardeiro e o passador com base em suas capacidades físicas dentro dos conhecimentos científicos existentes, e com as principais características elencadas. Esta proposta tem o fim de descrever e elaborar o treinamento do lutador ao longo de seu calendário de luta, baseado num cronograma modelo com aa competições alvo mostrando uma possibilidade baseada em conhecimentos de treinamento conhecidos na literatura.

Palavras Chave: treino físico, capacidades físicas, lutas, jiu-jitsu.

 

Abstract:

Fights and martial arts in general are competitive practices, and the number of qualified professionals in the area are increasing. As in all competitive sports, preparation is fundamental and differentiated for athletes who compete, requiring a special training which is differentiated from those used for students who only attend martial arts centers for reasons other than competition. When confronting the empiricism of martial art’s teachers and the fights, where they often lack the capacity for professional training, it is observed that there is a need to review existing content of specific physical training for each athlete, with the objective of describing and elaborating physical trainings characteristics for the keeper and the dozer, based on their physical capabilities within existing scientific knowledge and with the main features listed. This proposal has the purpose of describing and elaborating the fighter’s training throughout his/hers fighting schedule, based on a model timeline with target competitions showing a possibility based on training knowledge known in literature.

Key Words: physical training, physical abilities, fights, jiu-jitsu.

 
  1. INTRODUÇÃO

O condicionamento físico ideal para um atleta depende do desenvolvimento de suas capacidades físicas (força, flexibilidade, velocidade, potência, velocidade e resistência) que estão diretamente relacionadas com a performance dentro de sua modalidade.  Quase todas as atividades físicas incorporam estes elementos, dessa forma, cabe aos treinadores analisar e identificar os melhores métodos de treinamento para aprimorar estas capacidades, tendo em vista a modalidade esportiva praticada, visando assim o sucesso de seu atleta durante as competições. (ARRUDA, 1999).

 Platonov, Bulatova (2003) esclarecem que a preparação física é um dos aspectos primordiais no desenvolvimento das qualidades físicas. Em atletas de alto rendimento o desenvolvimento adequado das qualidades físicas é fundamental, para isso é constante a busca cientifica e prática, exigindo grande dedicação de atletas, treinadores e pesquisadores. No treinamento moderno as metodologias visando o melhor aprimoramento das habilidades e capacidades físicas são temas de um grande número de pesquisas. A preparação física é um processo complexo, onde o treinador tem que conhecer muito bem a modalidade para poder montar um esquema de treinamento adequado, sempre objetivando melhorar a performance dos desportistas. Algumas dificuldades encontradas pelos treinadores durante a análise da melhor forma de conduzir o treinamento estão além do desenvolvimento das qualidades motoras também é preciso organizar o treino a fim de aperfeiçoar a técnica e tática. Nos esportes competitivos de alto rendimento, técnicos e treinadores sempre almejam que seus atletas atinjam o maior índice de desenvolvimento possível de suas qualidades físicas, para isso buscam embasamento em teorias e práticas desenvolvidas pela ciência esportiva e pesquisadores da área.

Para Matveev (1997) esclarece que o treinamento desportivo é definido como um processo pedagógico pertencente à educação física que visa diretamente o alcance de resultados desportivos superiores. Outro conceito sobre treinamento desportivo é proposto por Barbanti (1979) O treinamento esportivo é um processo organizado de aperfeiçoamento, que é conduzido com base em princípios científicos, estimulando modificações funcionais e morfológicas no organismo, influindo significantemente na capacidade de rendimento do esportista.

 Gomes (2002) ressalta que a origem do trabalho orientado no sentido de aumentar as capacidades de rendimento na atividade física é tão antiga como o próprio desporto. Existem poucos estudos relacionados com a organização de treinamentos focados especificamente para o Jiu-Jitsu, percebendo esta carência o presente trabalho foi direcionado a área de preparação desportiva de alto rendimento, de acordo com Callister et al. (1990) o judô e o jiu-jitsu são artes marciais praticadas em quase todos os continentes. Entretanto, apesar de serem bastante difundidas e também ser um esporte olímpico, no caso do judô, o número de artigos científico abordando essas modalidades esportivas são muitos reduzidos.

Na modalidade do jiu-jítsu que é uma luta de origem japonesa que tem como objetivo arremessar o adversário ao solo e dominá-lo através de técnicas de imobilização, estrangulamento ou chave articular. As técnicas de estrangulamento e de chave articular têm como finalidade fazer com que o adversário desista da luta. Nessa modalidade os atletas são subdivididos de acordo com a graduação e a massa corporal. Um dos princípios do jiu-jítsu é utilizar golpes que constituem alavancas mecânicas e nesse sentido possibilitam que um indivíduo com menor força muscular consiga vencer um adversário mais forte, porém com menor habilidade nas execuções das técnicas. (FRANCHINI; TAKITO; PEREIRA, 2003).

Os primeiros passos para um trabalho eficiente de preparação física passam pela identificação das particularidades do esporte. Ao organizar o processo de preparação física especifica, é indispensável não perder de vista as exigências específicas da modalidade esportiva em questão. (PLATONOV, 2003).

Deste modo, o objetivo do presente estudo é descrever e elaborar um programa de treino, direcionado à preparação física de lutadores de jiu-jitsu, sob o ponto de vista da posição na luta: Guardeiro e Passador. Metodologia desse estudo foi uma revisão de literatura através de artigos científicos de natureza descritiva, os conceitos analisados foram as capacidades físicas dos atletas de Jiu Jitsu, guardeiro e passador.

 

  1. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Caracterização dos Sujeitos

 A posição de luta passador de guarda no Jiu-jitsu são lutadores mais agressivos, e geralmente mais altos e mais pesados, afinal podem utilizar a força da gravidade a seu favor. O lutador que estiver passando guarda normalmente dita o ritmo da luta, e está constantemente em busca de passar a guarda e buscar uma finalização. Porém necessário manter o foco, pois qualquer descuido pode ser fatal. Suas características são, velocidade, Força, potência e capacidade aeróbia, com ataques comuns como pegada de Costas, estrangulamentos, arm-lock, mata-leão, Katagatame (GRACIE, 2003).

Já a posição de luta guardeiro no jiu Jitsu, o atleta apresenta características de estrategista, afinal ele precisa esperar o momento certo para explodir e dar o bote raspar ou finalizar a luta. Ter uma boa pegada e o quadril solto é pré-requisitos necessários para que o guardeiro se dê bem ao executar as posições de raspagem e finalização no Jiu Jitsu. Além disso, uma boa dose de flexibilidade pode ser um diferencial para este atleta. Suas características são, Resistência, flexibilidade potência anaeróbia e seus ataques mais comuns pegada pelas costas, arm-lock, triângulo e estrangulamento. Fazer guarda no Jiu Jitsu eu considero uma arte. Afinal, é muito comum presenciarmos lutadores pequenos e leves, vencerem lutadores mais fortes e pesados apenas fazendo guarda. O lutador guardeiro, tem que ser um bom estrategista, afinal ele precisa esperar o momento certo para explodir e dar o bote raspar ou finalizar a luta. Ter uma boa pegada e o quadril solto são pré-requisitos necessários para que o guardeiro se dê bem ao executar as posições de raspagem e finalização no Jiu-Jitsu (GRACIE, 2003).

 

 

 

  1.  Característica da modalidade

            O jiu-jitsu é um esporte de origens indiana e japonesa do século XVII. Inicialmente era uma forma de luta com a intenção de garantir a defesa pessoal de quem a praticava. Baseia-se no equilíbrio corporal, nas articulações corporais e nas alavancas. Como modalidade esportiva, o objetivo principal de cada um dos lutadores consiste na derrubada de seu oponente, bem como na imobilização. Dessa forma, pode-se dizer que não são usados objetos para a prática desse esporte, e sim apenas o próprio corpo. É exigido apenas que os participantes estejam vestindo a roupa adequada. Trata-se de um kimono, de cor preta, azul ou branca, composto por um paletó e uma calça. As lutas são realizadas em um espaço quadrado denominado tatame, cujas medidas variam de 6,4 metros x 10,0 metros quadrados quadrados. O jiu-jitsu não é uma modalidade dos Jogos Olímpicos. Projeção ou queda é qualquer desequilíbrio causado ao oponente que o leve ao chão. Passagem de guarda é quando o lutador se encontra em cima do adversário, estando entre suas pernas, e passa para o lado do adversário, ficando em posição transversal e mantendo-o dominado. Joelho na barriga é quando um lutador está por cima de seu adversário e põe o joelho sobre sua barriga, imobilizando-o. Montada é quando o lutador monta em seu adversário tendo seus joelhos e seus pés no solo Pegada pelas costas movimento em que o lutador pega seu adversário pelas costas utilizando os pés. Raspagem movimento em que o lutador está por baixo, com o adversário entre suas pernas, e consegue inverter as posições. (GRACIE, 2003). As lutas são fiscalizadas por um árbitro. A duração de cada luta depende de uma série de fatores, sendo os principais a faixa etária em que os lutadores se encontram e a faixa usada por eles. Ao longo da luta, o participante pode ganhar ou perder pontos de acordo com o que executar. As punições podem acarretar a perda de 1, 2, 3 ou 4 pontos, de acordo com sua gravidade. As vantagens são igualmente variáveis. Quanto aos movimentos, o participante pode ganhar 2 pontos por queda, raspagem e joelho na barriga; 3 pontos por passagem de guarda e 4 pontos por montada e pegada pelas costas. O vencedor da luta é aquele que, ao final da partida, obtiver a maior soma final (GRACIE, 2003).

 

2.3 Princípios de treinamento

O termo treinamento desportivo corresponde à adaptação psico-morfofuncional que é alterada durante o período de treinamento, onde a organização, a estruturação e o controle do treinamento auxiliam de forma decisiva o ganho da performance e alto rendimento (GOMES, 2002). Bem como um processo de treinamento que visa diretamente o alcance de resultados desportivos superiores (MATVEEV, 1997).

Segundo Barbanti (1997), super compensação é o termo utilizado na teoria do treinamento para designar as adaptações estruturais, funcionais, ou ambas, que ocorrem em virtude de submeter o corpo a um estimulo de treinamento. Todo gasto energético para a realização de um movimento traz em si um estimulo para a reconstituição de energia, que se faz acima da condição anterior. A quantidade ou condição reconstituída acima da condição anterior é a super compensação, caracterizando as substâncias vivas de um notável poder de adaptação a esforços físicos. Respeitando o tempo de descanso muscular correto o organismo do atleta terá recuperado a energia e a sua performance do atleta será maximizada (HERNANDES JR., 2000). O treinamento específico que os atletas de jiu jitsu são submetidos direciona a treinamentos físicos com muita intensidade, e tem como base movimentos próprios da modalidade, bem como o treinamento físico com a utilização de pesos, equipamentos para treinos físicos (GOMES, 2002).

A capacidade física velocidade de movimento, é a capacidade que o indivíduo tem de realizar movimentos rápidos com mudança de direção e sentido, seus principais fatores influenciadores são a força, velocidade sendo totalmente visualizadas quando da realização da passada de guarda e finalização do lutador (MARINS, 2003). Em uma luta é exigido do atleta que execute inúmeros ataques, defesas, contragolpes de forma sistemática e em um ritmo e momento apropriado, normalmente são executados ataques e bloqueios simultâneos ou em ataques em resposta aos estímulos do adversário e ainda são utilizados ataques combinados que utilizam lados opostos do corpo demandando grande velocidade, que aqui já foi definida por Carnaval (2000) como a capacidade que o indivíduo tem de realizar movimentos rápidos com mudança de direção e sentido. Nas categorias mais leves é muito mais intensa a aplicação dessa valência, já nas categorias de peso mais altas é menos observada, porém não menos importante em uma luta.

Nos atletas/praticantes é notada uma pequena melhora pós treino o que vai colaborar com a necessidade de se fazer um trabalho específico de pré luta. É também uma qualidade que deve ser associada ao treino técnico, pois quanto mais ágil o praticante, maior sua capacidade de executar movimentos diversos em varias situações da luta (CARNAVAL, 2000).

 A força muscular é das valências físicas a mais importante de todas, pois ela é elemento indispensável na realização de qualquer tipo de movimento, dos mais elementares aos mais complexos, sendo no contexto das artes márcias, elemento primordial quanto na realização dos golpes. No que se refere à competição quando há enfrentamento, dar-se-á para “decidir” quem é o mais forte e ágil, no caso do passador, o confronto geralmente ocorre visando além da impressão de golpes precisos no adversário vindo a finalizar a luta (MOREIRA, 2003).

A flexibilidade que é uma característica do guardeiro é definida como grau de amplitude de uma articulação. Diversos fatores estão diretamente ligados a ela: superfície óssea, músculos, ligamentos, tendões, maleabilidade da pele entre outros. Porém, dificultam ainda mais o desempenho da flexibilidade a idade, o sexo, o aquecimento, temperatura ambiental e principalmente a tolerância a dor. Tornando-se esta última, fator relevante no treino e aquisição dessa valência física. O guardeiro utiliza inúmeros golpes com os membros inferiores, tendo assim a flexibilidade como valência física indispensável para execução correta desses movimentos, agindo diretamente no resultado da performance, mostrando-se imprescindíveis principalmente nas finalizações, que exigem uma maior amplitude de movimento na articulação do quadril e uma maior flexibilidade e alongamento dos músculos bíceps femorais, semimembranáceo, semitendíneo, os ísquios tibiais, assim como os adutores. Os atletas/praticantes demonstraram uma pequena melhora na flexibilidade, chamando-nos atenção da necessidade de treino especifico dessa valência física visando sua melhora significativa, e nos alertando da exigência da preparação dos grupos musculares mais exigidos (CARREGARO, 2007).

 Bompa (2002), diz que resistência é a capacidade de sustentar uma atividade física por períodos longos e que é necessária para a maioria dos atletas, pelo qual seu principal benefício é suportar o esforço do treinamento e da competição.

    De acordo com Tubino e Macedo (2005) existem três tipos de resistência, sendo elas. Resistência muscular localizada (R.M.L.): A capacidade individual de realizar durante um período longo a repetição de um determinado movimento num mesmo ritmo e com a mesma eficiência (TUBINO; MACEDO, 2005). No jiu-jitsu, podem ocorrer situações em que um grupo muscular será exigido de forma repetitiva em um curto espaço de tempo, em que o bom treinamento da musculatura localizada do atleta faz com que ele resista a este esforço, obtendo sucesso em seu movimento.

Howley; Franks (2008) definem Resistência anaeróbia como a capacidade de um indivíduo sustentar uma atividade física em débito de oxigênio o maior tempo possível. Já resistência aeróbia é aquela em o atleta realiza a atividade utilizando o oxigênio como principal fonte energética (BOMPA, 2002). A Potência aeróbia máxima, VO2máx, é uma medida reproduzível da capacidade do sistema cardiovascular de liberar sangue a uma grande massa muscular envolvida num trabalho dinâmico (POWERS; HOWLEY, 2000). Capacidade aeróbia é a capacidade máxima de transportar e utilizar oxigênio. Considera-se o poder aeróbio um importante indicador de aptidão física cardiovascular (LATIN, 1997).

Sendo a capacidade aeróbia é indicada pelo limiar anaeróbio, momento onde passa a prevalecer o metabolismo anaeróbio (POWERS; HOWLEY, 2000). Conhecer a zona de transição aeróbia/anaeróbia dos atletas de lutas se faz importante para controle do trabalho através da FC, individualizando o número de combates realizado por cada atleta na sessão de treino, pois uma sustentação por longo período do trabalho acima desta zona pode influenciar negativamente nos aspectos neuromusculares que exige a modalidade (LATIN., 2007).

No treinamento aeróbio é mais indicado que seja realizado se valendo de situações especificas de luta. Franchini; Del Vecchio (2008) indicam que exercícios gerais como corrida e ciclismo são mais indicados no período inicial da preparação quando o atleta apresentar baixa potência e⁄ou capacidade aeróbia; em recuperação de lesões; ou em período transitório. Entre tanto, o VO2máx não é o único determinante em eventos de resistência, tendo o limiar de lactato, que é ponto onde o acúmulo de LAC é maior que os níveis de remoção durante exercícios com incrementos constantes de intensidade; e a fração de VO2máx tem grande importância neste processo. A fração do VO2máx reflete a fração empregada na realização de uma atividade, sendo que atletas com o mesmo VO2máx podem realizar atividades iguais utilizando frações distintas do VO2máx. Esta distinção nas frações se deve à vantagem mecânica adquirida com aprimoramento técnico (BARBANTI et al., 2004; DENADAI, 2000).

Potência anaeróbia representa uma característica local de um músculo existir independentemente do suprimento de sangue e oxigênio (FOSS; KETEYIAN, 2000). Esta por sua vez é determinada pela capacidade de acelerar, pela magnitude da velocidade máxima e pela capacidade de suportar a fadiga (FLECK; KRAEMER, 2006). Para sua avaliação é essencial que o teste empregado envolva os grupos musculares envolvidos no esporte e inclua as vias energéticas utilizadas no evento. Os testes podem ser de dois tipos, teste de duração ultracurta o qual visa avaliar a capacidade máxima do sistema ATP-CP; e teste de duração curta, que tende avaliar a capacidade máxima da glicólise anaeróbia (POWERS; HOWLEY, 2000).

  1. Programa de Treino

Quadro 1: Representação de um programa de treino físico com especificidade do Jiu-Jitsu, voltado às categorias guardeiro e passador.

 

Capacidade trabalhada

Guardeiro

Passador

Força

Grupo Muscular: MMII/MMSS Intensidade:100%Máx.(50%MMSS/ 50%MMII)

 Nº. Séries: 3 a 4

Carga: alta. Instrumento: Maquinas /Exercicio livre (Supino/ Agachamento e Puxada Baixa)

GrupoMuscular:MMII/MMSS Intensidade:100%Máx(70%MMSS,30% MMII)

Nº. Séries: 3 a 4

Carga: alta. Instrumento: Maquinas /Exercicio livre (Supino,Agachamento,e Puxada Baixa)

Potência aeróbica

Grupo Muscular: MMII/MMSS Intensidade:100%Máx (80%MMSS, 20%MMII)

Séries: 3 séries

Carga: Alta Instrumento: Exercicio livre/ Agachamento com Saltos

Grupo muscular: MMII/MMSS Intensidade:100%Máx (50%MMSS,50%MMII)

Séries: 3 séries

Carga: Alta Instrumento: Maquinas /Exercicio livre Agachamentos com Saltos e Supino Jogando a Barra e Arranque (LPO)

Potência Anaeróbica

Grupo Muscular: MMSS/MMII Intensidade:100%Máx(50%MMSS<50% MMII)

Série:3 Series

Carga: Alta Instrumento: Isometria na Barra Fixa

Grupo Muscular: MMSS/MMII Intensidade:100%(50%MMSS,50%MMII)

Séries: 3 series

Carga: Alta Instrumento: Isometria na Barra Fixa

Resistência

Grupo muscular: MMII/MMSS Intensidade:100%Máx(50%MMII,50%MM SS)

Séries:3 a 5 Series

Carga: moderada Instrumento: Pliometria,Terra,Remo

Grupo Muscular: MMII/MMSS Intensidade:100%Max(50%MMII,50%M MSS)

Séries:3 a 5

Carga: Leve Instrumento:Pliometria,Terra,Remo

Velocidade

Grupo Muscular: MMII/MMSS Intensidade:100%(60%MMII,40%MMSS)

Séries: 5

Carga: Leve Instrumento:Maximo de um movimento

Instrumento: Próprio Corpode uma determinada técnica/tempo

Grupo Muscular: MMSS/MMII Intensidade:100%(50%MMII,50%MMSS)

Séries: 5 Carga: Leve Instrumento:Maximo de um movimento

Instrumento:  Próprio Corpode uma determinada técnica/tempo

Flexibilidade

Grupo Muscular: MMII/MMSS Intensidade:100% Máx(50%MMII,MMSS) Séries:Sessões de 30 a 45 seg Carga: Alta Instrumento: Próprio corpo

Grupo muscular: MMII Intensidade:50%Máx(25%MMSS,25%M MII)

Series:Sessões de 30 a 45 seg

Carga: moderado Instrumento: Livre

 

  1. DISCUSSÃO

O presente estudo teve como objetivo descrever e elaborar um quadro comparativo de treinos físicos determinantes para guardeiro e passador do jiu-jitsu, porém aplicando exercícios observados em várias academias, com sequências metodológicas para cada um. Com a expansão do jiu-jitsu pelo Brasil e pelo mundo o esporte foi se profissionalizando, e este cada vez mais competitivo, motivo pelo qual a preparação física se faz necessário para um bom desempenho de atletas e equipes de jiu-jitsu. O guardeiro na maioria das vezes dtende a ser mais flexível  e leve pois a grande maioria conta com o comprimento , seja na altua ou braços , somando a característica das coxas firmes, além da força em sua pegada para poder segurar seu adversário na guarda.ja o passador tende a ser maior e mais pesado, que são mais explosivos,e ágeis possuem pegada firme a muita força nos membro superiores. Esses exercícios varia de pessoa para pessoa pois o biotipo de cada um é difente um do outro

Guimarães (2001), afirma que a preparação física de lutadores em esportes amadores, é tradicionalmente feita com exercícios específicos, em geral utilizando o peso do próprio corpo baseado na experiência dos professores e sem nenhum tipo de embasamento científico.

No estudo de Thomas (2000), é descrito que a aula é dividida em quatro partes sendo: aquecimento, exercícios físicos, técnicas de lutas e o treino de lutas, independentemente da intenção do treinador ou da necessidade dos atletas quanto às capacidades físicas.

Todo treinamento físico deve ser realizado em função do objetivo descrição e da elaboração do treinamento que se encontra na programação que se é feita. Conforme ressalta Rigato (2008), no quadro acima mostramos que ambos os lutadores devem trabalhar as mesmas capacidades físicas, com especificidades diferentes, os guardeiros tendem a ser flexíveis, leves, cumpridos e fortes por isso dentro da luta, utilizam mais flexibilidade, força, explosão já os passadores tendem a ser menores, de baixa estatura, explosivos e ágil, devido as suas características biológicas trabalharmos as especificidades de cada estilo de luta.

 

CONCLUSÃO

 

São poucos os professores de lutas que possuem formação acadêmica em educação física, ou conhecimentos sobre fisiologia e treinamento desportivos, o que os leva a realizar a preparação dos seus atletas tal qual aprenderam com seus professores, enfim, se trata de reprodução de treinamento sem bases científicas ou baseadas na sua concepção pessoal, na qual acreditam que seus alunos terão bons resultados tornando-se padrão as aulas de lutas nas academias.

Mesmo o jiu-jitsu tendo conquistado notoriedade e despertando o interesse no Brasil e no mundo, são raras as pesquisas sobre a influência do treinamento de força, velocidade, flexibilidade, potência, e resistência, sobre suas capacidades físicas e sistemas energéticos, o que acaba obrigando a se buscar embasamento teórico na literatura de modalidades similares, ou perpetuar falsos paradigmas. Nem todo professor de Educação Física será professor de lutas, porém todo professor de lutas deveria ser professor de Educação Física, ter conhecimento científico e não ser apenas prático.

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