Efeito Dunning-Kruger Alavancado pelas Redes Sociais

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

As redes sociais foram precursoras das imbecilidades em massa, isso porque elas deram vozes a idiotas e a liberdade de se falar sobre qualquer assunto sem propriedade com um agravante de fazer com que inverdades fossem aceitas refutando inclusive a própria ciência.

Por meio das redes sociais o negacionismo ecoou e instigou a uma sociedade de imbecis, formada por pessoas sem discernimento e autonomia intelectual.

Praticamente uma terra de ninguém, onde tudo é permitido e a desinformação é banalizada ou vista como fonte irrefutável de saber.

Como ressaltado no livro Educação uma Questão de Politizar, publicado pela Ícone em 2022, o Efeito Dunning-Kruger que se trata de um viés cognitivo, pelo qual pessoas incompetentes e incapazes de reconhecer tal incompetência e as próprias limitações cognitivas, fazem uso de uma superioridade ilusória.

Pessoas que “sofrem” deste efeito ostentam um desconhecimento típico da ignorância, desconhecendo a própria incompetência, e para os incautos, estas pessoas conseguem dissuadi-los a ponto de pensarem que estão falando com propriedade, mas basta um mínimo de conhecimento para perceber os chorumes a saírem pela boca em forma de palavras.

São pessoas que não conseguem ficar sem opinar e tampouco se preocupam em passar informações equivocadas, pois o que elas querem é ser o centro das atenções com a ilusão de que são verdadeiros conhecedores, mas na verdade são simplesmente ilusionistas do saber.

Cabe a educação oferecer base para que seus alunos fujam da armadilha do saber superficial por meio da humildade intelectual, visto que o próprio Edgar Morin[1] trabalhava a impossibilidade de uma onisciência afirmando ser o conhecimento inacabado e incompleto.

Para o autor supracitado, todo conhecimento está sempre exposto ao risco de um erro e da ilusão, por isso se faz necessário estimular a autonomia intelectual.

A ilusão de um saber anda de mãos dadas com a leviandade e flerta com a desinformação e em concomitância, faz um exército de imbecis a ecoarem estultices e até mesmo idolatrar pessoas.

Tivemos vários casos como pessoas negacionistas defendendo a teoria do terraplanismo ou que um refrigerante em particular tinha como composição células de fetos abortados em sua produção; enfim, são verdadeiros imbecis a se autodenominarem coaches ou filósofos.

Dessa forma, que a nossa educação pública possa por meio do conhecimento, desenvolver em nossos alunos a curiosidade, o senso de ciência e autonomia intelectual para que não se deixem levar pelos ilusionistas do conhecimento e tampouco entrem nas estatísticas do Efeito Dunning-Kruger.