Educação um problema cultural e social?
A educação ajuda a pensar tipos de homens, estas são as palavras de Brandão (1993) quando se refere a uma educação que oferece uma qualificação e uma especialidade, uma formação de crença e idéias. Kant ressaltava que o cerne de educação seria desenvolver nos indivíduos toda a perfeição de que ele seja capaz.
Tais afirmações convergem com os pensamentos de Delors (2001) quando este nos esclarece que a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, como espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal e espiritualidade; mas como oferecer essa educação com este sistema falho composto por políticos corruptos, corruptores e manipuladores amparados por pseudo-educadores criadores de números estatísticos para elevarem a popularidade destes charlatões?
Esse sistema falho tem sido uma constante em nossa sociedade e por isso tem se transformado em um problema de cunho cultural e social. Cultural porque de acordo com Hoebel e Frost (2001, p. 21) “a cultura tem uma definição em termos de sistema integrado de comportamento aprendido”, ou seja, são eles que definem o que temos e devemos aprender, ela é para Rios (1993) em primeira instância, como mundo transformado pelos homens.
Para Souza (2007) era tarefa da escola e dos mestres a função de ilustrar os indivíduos e desenvolver nestes as luzes da razão, mas que luzes são essas que estão faltando para melhorarmos nossa educação pública e alcançarmos toda a perfeição de nossos educandos? Porque temos cometido sempre os mesmos erros? Podemos afirmar que estamos de acordo com os autores acima, quando afirmam um ser a cultura um comportamento aprendido e essa aprendizagem está ligada a uma cultura de alienação?
Quanto ao problema social, podemos perceber que o mesmo ocorre porque apesar de algumas afirmações de renomados autores, de que a sociologia difere da ciência exata e que a mesma não pode contar com a previsibilidade matemática, fato inquestionável por se tratar de seres humanos, logo, podemos perceber que estamos tendo um paradoxo. Isto porque da maneira que caminhamos em relação a nossa falida educação pública (educação básica), continuamos a ser ainda um dos piores em educação. Informação esta de acordo com o Pisa (2012) – Programa Internacional de Avaliação de Alunos.
Este programa nos mostra que amargamos a 60ª posição em um ranking de 65 economias globais. Será mesmo que não poderemos contar com essa previsibilidade? Será que conseguiremos abolir a manipulação imunda dessa política manipuladora e aniquiladora de desejos e sonhos e sair de vez dessa situação humilhante que mostra estarmos “deitado eternamente em berço esplêndido”.