Educação um Exemplo Finlandês
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Todos sabem que a educação pública no Brasil é falha e sofrível e uma prova cabal disso, como diz o professor Pierluigi Piazzi em uma de suas apresentações é que o “sistema educacional não presta”, ora, se seu filho precisa fazer cursinho para conseguir uma boa nota no ENEN é sinal de que a instituição escolar não cumpriu o seu devido papel que é ensinar e desenvolver as habilidades e competências de seus discentes, como interpretar textos, entender gráficos, desenvolver raciocínio lógico e/ou matemático, dentre outras capacidades que em nosso sistema educacional são simplesmente desconsideradas.
É obvio que a causa dessa péssima educação pública perpassa o sucateamento das escolas, a falta de infraestrutura, a desvalorização do professor além claro, da falta de vontade política, já que são vários os projetos realizados por alguns parlamentares que norteariam para uma educação de excelente qualidade, como a de Cristovam Buarque[1], que em uma de suas falas afirma que “o vetor do progresso é a educação” e com base nesta almejada educação de qualidade, o seu projeto que em momento algum encontrou apoio de outros parlamentares, obriga filhos de políticos a estudarem em escolas públicas.
Cristovam tentou buscar por meio deste projeto, resolver o problema da educação pública como a degradação do ensino e evidente que isso incomodou muitos parlamentares e donos de escolas e até mesmo cursinhos, corroborando desta forma, com as falas de Darcy Ribeiro ao elucidar que “a crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto” e com isso, Cristovam erradicaria a constante crise educacional.
Notório perceber que existem outros meios de fazermos a educação pública ter a devida qualidade e uma delas é observar alguns modelos aplicados em outros países como a Finlândia que por anos tem a sua educação entre as melhores do mundo.
Segundo Mella Filho[2] as escolas finlandesas tem ensinado seus alunos a identificarem notícias falsas e desinformações, situações que foram e tem sido evidentes em nosso dia a dia.
Uma disciplina para combater a desinformação e instigar o discernimento do aluno é por meio da disciplina “alfabetização midiática” inserida no currículo escolar desde as séries primárias.
Por meio desta disciplina os professores desenvolvem a autonomia de seus alunos para criação e edição de seus próprios vídeos e imagens, com o intuito de demonstrar o quão é fácil a manipulação da informação.
Interessante pontuar que os alunos aprendem sobre funcionamento de algoritmos, a forma correta de ler notícias, analisarem artigos bem como o objetivo dos autores.
Mella Filho cita as falas de Saara Martikka, professora da cidade finlandesa de Hameenlinna, ao jornal New York Times, ao explicar que “só porque é uma coisa boa ou legal, não significa que seja verdadeira ou válida”, explicou
Dito isso, pode-se perceber que temos muitos outros exemplos que poderíamos seguir, mas cabe observar que para todos os países em que a educação encontra-se nos primeiros lugares, todos levaram a sério a valorização do professor.
[1] https://extra.globo.com/noticias/brasil/cristovam-buarque-causa-polemica-ao-propor-que-filho-de-politico-seja-obrigado-ir-para-escola-publica-638055.html
[2] https://www.linkedin.com/posts/gerson-mella-filho-%F0%9F%8F%B3%EF%B8%8F%E2%80%8D%F0%9F%8C%88-293516_nas-escolas-da-finl%C3%A2ndia-aprender-a-identificar-activity-7033963092619210752-tlre?utm_source=share&utm_medium=member_desktop