Educação, Sudras e Justiça Social

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Hodiernamente estamos vivendo em um país polarizado, e isso tem ressaltado as diferenças sociais, já que a atual conjuntura política tem contribuído para aumentar cada vez mais o abismo entre as classes. 
Fazendo uma analogia com a Índia, parece que o Brasil atual vive sob um sistema de castas, ou seja, quem nasceu pobre não tem o direito de sonhar em ter um futuro digno e promissor, desta forma, nosso país está dividido em brâmanes (Brahmins) que representa a bancada evangélica sem ética e sem moral, como nosso chefe de Estado diz. extremamente evangélica. 
Temos também os xatrias (Kshatriyas) composto pelos militares, vaixias (Vaishyas) que têm inserido em nosso caso, pessoas ligadas ao agronegócio e latifundiários e os sudras (Shudras) que estão aqui apenas para servir as demais castas, ou seja, o próprio povo ignorado, humilhado e quase sem dignidade.
Cabe observar que nos dias atuais a educação tem deixado cada vez mais a desejar, pois é elucidado por Delors em seu livro Educação: Um Tesouro a Descobri, publicado pela Cortez em 2001, que a educação tem que ser trabalhada como um trunfo indispensável à humanidade na sua construção dos ideais da paz, da liberdade e da justiça social.
Paz, liberdade e justiça social são palavras que não fazem mais parte de nosso vocabulário, assim como ordem e progresso, pois nosso país tem regredido cada vez mais na educação, economia, qualidade de vida, segurança, saúde, pesquisa e principalmente no quesito geopolítico.
Falar em justiça social é algo delicado para nós brasileiros, pois ao dizer isso, somos taxados de comunistas, por néscios que sequer sabem o verdadeiro significado desta palavra, e apenas ecoam as imbecilidades ditas pelo chefe de estado.
Justiça social não tem nada a ver com comunismo, pois segundo Brasil Escola, a justiça social parte do princípio de que todos os indivíduos de uma sociedade têm direitos e deveres iguais em todos os aspectos da vida social. Isso quer dizer que todos os direitos básicos, como a saúde, educação, justiça, trabalho e manifestação cultural, devem ser garantidos a todos. 
Apesar destes direitos estarem resguardados em nossa Constituição, nossos políticos simplesmente ignoram a Lei Máxima e fazem do povo os verdadeiros sudras.
Hoje estamos sendo politicamente representados por um verdadeiro falastrão e hipócrita, pois parafraseando o Coronel da reserva Glauco Carvalho, o nosso Chefe de Estado é a pessoa mais despreparada para o exercício da função política e para a função militar, pois oriundo do militarismo, prega a ordem, todavia é indisciplinado por excelência; é moralista porém transgride preceitos éticos públicos, desdenha da doença e das dores alheias, agride verbalmente e ofende seus opositores, cria confusões e disputas que na realidade nunca existiram, detesta ser contrariado explicitando sua total imaturidade e procura valer-se de armas as quais foi alçado ao poder, e simplesmente quer o poder pelo poder.
Esta pessoa polariza o país e a sua polarização pontua o quão ignorante ainda é o seu cidadão e o quão a educação pública terá que melhorar para poder desenvolver neste o protagonismo cognoscente, a cidadania crítica e o conhecimento de que, todo poder emana do povo e que o bom político atende as necessidades deste.