Educação Socioemocional
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Gerações anteriores as nossas buscavam um ideal homérico, ou seja, tentar ser o melhor em tudo e conservar-se superior aos outros, o que fomentava muito a rivalidade entre os jovens.
Em tal época, era oferecida uma educação tecnicista cujo interesse imediato era preparar o educando para o mercado de trabalho, entretanto, pode-se dizer que metaforicamente este ideal nos remete ao filme tempos modernos em que a pessoa não precisava pensar muito, apenas apertar parafusos.
Este tipo de pensamento foi muito reforçado nas linhas de montagem, conhecido como emergência das massas, ou massificação aplicada pelo Fordismo/Taylorismo.
Friederick Taylor ressaltava que quanto menos “distraídos” pela compreensão, mais eficientes seriam em seus trabalhos e assim foi a nossa educação.
Os educandos eram vistos como depósitos, o que levou pensadores a conceberem novas metodologias e pedagogias, como a de Paulo Freire conhecida como Pedagogia Libertadora, já que esta questionava a relação do homem com os outros homens e tinha o seu cerne na própria transformação, levando a uma educação crítica.
Podemos perceber que a educação hoje precisa trabalhar com conteúdos concretos e não abstratos, e estes conteúdos trabalhados precisam ser indissociáveis as realidades sociais, valorizando também a sua significação humana e social.
Conteúdos estes que além de promover, potencializa o desenvolvimento das habilidades, que segundo Smole em seu livro Múltiplas Inteligências na Prática Escolar. publicado pelo Ministério da Educação, Secretaria de Educação a Distância em 1999, tais habilidades são para criar, resolver problemas e para contribuir em um contexto cultural.
Estas competências socioemocionais estão contempladas na nova BNCC, que são autoconsciência; autogestão; consciência social, habilidades de relacionamento e tomada de decisão responsável.
A primeira está direcionada para o autoconhecimento, sabendo de suas limitações bem como seus pontos fortes para um crescimento pessoal.
A autogestão relaciona-se em como o educando deve lidar com seus estresses, assim sendo, o educador deve trabalhar seus educandos a lidarem com seus impulsos bem como desenvolver metas para que sejam alcançadas.
A consciência social está ligada a empatia e ao humanismo, dito isso, nossos educandos precisam aprender a respeitar as diversidades e a se colocarem no lugar do outro, que é considerado o endereço mais difícil do mundo.
As habilidades de relacionamento estão compreendidas no escutar, e conforme o livro de minha autoria intitulado Gestão Afetiva, sistema educacional e propostas gerenciais, publicado pela WA em 2020 é uma escuta denominada escuta pedagógica, que desenvolve a autoestima e faz com que o educando acredite em si mesmo.
Pode-se perceber que a escuta não se limita ao campo da fala, ou seja, a audição. Ela se baseia nos detalhes que o indivíduo não disse, mas expressou, seja consciente ou inconscientemente por meio de sua linguagem corporal.
E a última habilidade ligada a educação socioemocional é a tomada de decisão responsável, pois toda tomada de decisão envolve escolhas pessoas e cabe ao educando perceber padrões éticos e morais bem como medidas de segurança para que sua decisão não seja motivo de infelicidade de outros.
Quando a educação socioemocional é efetivada, pode-se ter certeza que o aluno terá mais saúde mental, ou seja, um nível de qualidade de vida cognitiva e/ou emocional mais equilibrada, o que implica em dizer que a saúde mental tem forte relação em como o educando lida com as exigências da vida e como o mesmo consegue harmonizar desejos, capacidades, ideias, emoções e frustrações.
Uma boa saúde mental implica em dizer que a pessoa está bem consigo mesmo e consequentemente com os demais.