06/06/2024

Educação sob a Perspectiva Decolonial

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

Todos sabem que a educação é uma ação intencional e transformadora, todavia, ela tem que ser trabalhada sob uma perspectiva decolonial, que segundo Ávila[1] é uma prática de se trabalhar a educação de forma a desconstruir padrões, resistir a imposições, conceitos e perspectivas impostas aos povos subalternizados por décadas.

Segundo a autora, o decolonialismo dá voz e visibilidade as minorias, as pessoas excluídas, aos oprimidos, aos ignorados e a todos que durante anos, foram silenciados, sendo assim a educação sob a perspectiva decolonial é caracterizada como um projeto de libertação social, política, cultural e econômico que tem como cerne, o desenvolvimento da autonomia tanto aos indivíduos quanto aos grupos tantas vezes desprezados.

Interessante pontuar que a decolonização não se trata de um modismo, e visto pelo prisma da educação, este conceito pode ser percebido como um ato de rebeldia, já que o educar é um ato rebelde por simplesmente desenvolver o discernimento do educando bem como o seu protagonismo, o que converge com as ideias de Paulo Freire quando afirma que não podemos nos resignar com as injustiças sociais.

É percebido que o protagonismo cognoscente é uma forma de se trabalhar o decolonialismo, já que o indivíduo constrói em si uma blindagem cognitiva contra qualquer forma de alienação e/ou docilização imposta pelo sistema[2].

As autoras Oliveira e Lucini (2021)[3] são enfáticas quando afirmam que “a colonialidade do poder é contínua e marca a economia e política no sistema-mundo moderno”

Para as autoras supracitadas, este colonialismo é difundido até hoje por uma elite esmagadora que impõem suas regras e suas opressões, de forma a subtrair o povo do essencial que é o direito à vida com dignidade.

Cabe salientar que para acontecer uma educação sob a Perspectiva Decolonial, se faz necessário fazer o saber circular, acabar com a hegemonia que é o braço forte do elitismo, e uma forma de fazer isso acontecer, é proporcionado por meio da educação, a criticidade, o protagonismo, a politização dos educandos bem como o respeito as diversidades, fazendo valer a nossa própria Constituição no seu Art. 5 quando afirma que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.

 

 

 

[1] AVILA, Milena Abreu. Colonialidade e Decolonialidade: você conhece esses conceitos? Politize. Disponível em: <https://www.politize.com.br/colonialidade-e-decolonialidade/>

[2] Para mais informações vide a obra TAVARES, Wolmer Ricardo. Educação e a não neutralidade. Ícone 2024.

[3] OLIVEIRA, Elizabeth de Souza; LUCINI, Marizete. O Pensamento Decolonial: Conceitos para Pensar uma Prática de Pesquisa de Resistência. Boletim Historiar, vol. 08, n. 01, Jan./Mar. 2021, p. 97-115. Disponível em: <https://periodicos.ufs.br/historiar/article/view/15456/11639>

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