Educação, Saúde e Esporte: A Tríade do Fracasso

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Estas três palavras norteiam a trajetória política de alguns parlamentares e principalmente de nosso Governo Federal.

Não precisamos sequer adentrar na economia, segurança, serviço social, moradia dentre outros "jargões" que usam como demagogia para conseguirem os votos dos mais alienados.

O desenvolvimento da sociedade se mede pela educação publica oferecida a ela e pela valorização de seus profissionais, logo, pode-se perceber que ainda temos muito a evoluir, já que nossa educação pública é sucateada e com a Lei da Reforma do Ensino Médio as coisas complicarão ainda mais para alunos cujos pais não têm dinheiro para pagar um ensino particular.

Esta Lei foi criada para beneficiar os grupos empresariais que usam da educação como uma forma de enriquecer, já que a mesma deveria ser um serviço oferecido com qualidade pelo Estado, e este, que tem tentado implantar o Estado mínimo, transforma os serviços públicos como educação em máquinas de lucros para as empresas que especulam com a educação.

Como é sabido pelos verdadeiros educadores, a Lei da Reforma do Ensino Médio torna obrigatória somente a matemática e português, e as demais disciplinas serão vistas apenas como competências ou habilidades, e isto implica em dizer que algumas escolas poderão se eximir em ter que oferecer disciplinas que desenvolvam o senso crítico do aluno e que alavanca o seu protagonismo e cidadania como no caso da sociologia, filosofia, história, geografia, etc...

Alguns pseudoeducadores denominam esta Lei do Ensino Médio de currículo flexível, todavia, é uma ação intencional e nefasta com o intuito de favorecer uma elite, e em concomitância, aumentar a massa de manobra, gerando assim uma mão de obra barata, sem discernimento, docilizada e totalmente subalterna.

A situação é tão complexa que se faltar um professor, o governo não terá obrigatoriedade em oferecer a disciplina, sem contar que esta flexibilidade de disciplinas trará danos irreparáveis aos educandos das escolas públicas, pois aumentará gritantemente a diferença social, já que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) cobrará todas as disciplinas ministradas pelas instituições privadas, e com isso, os educandos da rede pública não alcançará uma nota aceitável e consequentemente, as universidades públicas serão frequentadas por alunos oriundos das escolas particulares.

Em relação a saúde, esta pandemia mostrou a sua triste situação, pois o Sistema Único de Saúde, que já foi pauta do atual governo para ser privatizado, e assim efetivar o Estado Mínimo, mostrou a sua importância tanto para os pobres quanto para os ricos que até fizeram campanha para o seu fim.

Tivemos um personagem que saiu dos Estados Unidos para fazer um tratamento pelo SUS, veja que paradoxo é a vida das pessoas. Justamente quem fomenta o fim de um dos melhores sistemas de saúde pública do mundo, no final das contas, acaba fazendo uso dele.

A saúde em nosso país da mesma forma que a educação, anda sucateada, mas felizmente ela também tem inserida em sua estrutura profissionais que fazem jus ao juramente de hipócrates: "Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: [...] Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam. Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário  [...] ".

A força dos profissionais de saúde foi tão intensa que mesmo faltando oxigênio dentre outros recursos[1] para o enfrentamento do Covid-19 em algumas regiões, e na maioria das vezes por omissão do governo, médicos e enfermeiros lutaram e fizeram o seu melhor.

Em relação ao esporte ele tem que ser visto como um agente transformador social, já que ele é um dos caminhos para que o jovem não perca a dignidade e consiga sair da sua zona de risco, isto é, para que este jovem não seja presa fácil para o aliciamento nas redes de prostituição, tráfico de drogas dentre outros males sociais que assolam nosso país, fazendo-os virar estatísticas de homicídios, ressalta junto com a saúde e educação a nescidade do atual governo[2].

Veja que interessante, qualquer governo considerado no mínimo mediano, teria investido e acreditado nesta tríade que pode ser considerado um cartão de visita, agora pense, se a educação, saúde e esporte encontram-se a na omissão e na prevaricação, imagine o resto?

Como disse o Barão de Itararé "se há idiotas no poder, é porque os que os elegeram estão bem representados".