Educação Rompendo Trauma Geracional
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
O Dr. Daniel Bratan[1] relata uma experiência feita com pulgas na qual elas são colocadas em um pote com a tampa fechada. Durante três dias, elas tentam pular atingindo o limite imposto pela tampa.
Quando o pote é finalmente aberto as pulgas não pulam mais alto que o limite imposto pela tampa, e isso é o resultado de um comportamento aprendido por conta da limitação, e dessa forma, este comportamento acompanhará as pulgas pelo resto de suas vidas e com um agravante, quando as pulgas se reproduzem a sua prole também herda esta limitação sem nunca ultrapassar o limite definido mesmo sem ter conhecido a tampa e é uma maneira de explicar como ocorre um trauma geracional, que são limites invisíveis impostos pelo passado, mas que podem se perpetuar de geração em geração, com isso, podemos perceber que os traumas nos mantém presos.
Vale lembrar que uma pulga salta 200 vezes a sua altura[2] e o maior salto registrado foi de aproximadamente 33 centímetros o que é uma altura considerável devido ao seu tamanho diminuto.
Assim como acontece com as pulgas, acontece também com os seres humanos que tem suas crenças limitantes e mesmo não querendo, acabam passando para seus filhos.
É comum observarmos pais que tiveram toda oportunidade de estudos ceifada por diversos motivos, passando a acreditar e inclusive a fazer sua prole também acreditar que eles não poderão dar continuidade a seus estudos com uma boa graduação e até mesmo pós-graduação para sonharem em ter melhores perspectivas quanto ao futuro.
Fazendo uma analogia com o experimento Dr. Daniel Bratan, temos muitas pulgas nas escolas públicas, como abordado no livro Educação e a Não Neutralidade, publicado pela Ícone em 2024, temos alunos com suas crenças limitantes necessitando um olhar diferenciado por parte dos professores e também de profissionais que podem auxiliar na melhora destes alunos como psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, psicopedagogos, dentre outros que alavancarão o processo educacional deste educando assim como instigará todo seu potencial de transformação social.
Assim como aconteceu com o experimento, acontece com nossos alunos ao acreditarem que não conseguirão ir mais longe que seus pais foram. Aceitam isso como verdades absolutas, deixando-os vulneráveis a qualquer tipo de aliciamento e até mesmo manipulação.
Podemos observar nas falas de Sheila Danielle Czelusniak, em seu texto Na Contramão da Educação Financeira: A Crença Limitante, 2020 que os limites impostos são interpretações tomadas como verdadeiras, dessa forma, a autora adverte que o fato de acreditarmos em algo, não transforma esta crença em verdade inquestionável.
É de conhecimento a máxima que diz “o que te esclarece, te liberta”, e assim tem que ser a educação, uma ação intencional e libertadora, conhecimento que sobreporá a qualquer indício de limitação como preconceitos e prejulgamentos que não te deixam conceber a verdade que te dará discernimento e te subtrairá de qualquer subserviência.