22/06/2022

Educação,Realidade e Autonomia Intelectual

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Faz-se mister perceber os nuances da educação e o que o Estado faz para oferecer uma educação de qualidade para seus cidadãos, já que a cada dia que passa, sentimo-nos a beira de um abismo, embora muitos já estejam nele sem forças para escalá-lo e assim prosseguirem.
É notório perceber as dificuldades em se falar de educação sem perpassar pela política, pois como ressaltado por mim no livro educação um ato político, educação e política estão tão vinculadas como o conhecido e típico para nós, arroz com feijão.
Hoje existe uma polarização política o que leva a atitudes imbecis por parte de alguns ignóbeis que se comprazem em defender o que é indefensável e a justificar atitudes abjetas e vis oriundas de um chefe de Estado insensível, desumano e sem o mínimo considerável de empatia para lidar com o sofrimento alheio, e o pior, este chefe de Estado é um dos responsáveis pela a situação em que nos encontramos.
Batemos recordes na produção de grãos, na exportação de carnes bovinas, o que já foi comentado no texto outrora publicado, mas algo que denigre nossa sociedade, foi em saber que o Brasil triplicou o registro de arma de caça, armas como as que assassinaram Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips; e conforme ressalta a reportagem feita por Carlos Madeiro sobre o crescimento de número de armas, encontramo-nos mediante uma necropolíticaque reforça a prática da milícia, atuação do crime organizado na Amazônia, extermínio dos indígenas que tiveram suas terras invadidas por garimpeiros que se não tiverem o apoio do governo federal, tem a sua negligência e omissão quanto aos seus atos.
Outra realidade está nas pessoas que se encontram excluídos da sociedade, conhecido como andarilhos, moradores de rua, etc...
Uma triste reportagem pontua que muitos destes preferem ser presos porque sabem que na prisão encontrarão abrigo e alimentação, como é ressaltado na reportagem “É menos ruim”: para não passar fome, pessoas preferem ir para prisão. 
O povo brasileiro está cada vez mais perdendo a sua dignidade o seu brio e se deixando levar pelas circunstâncias nada agradáveis politicamente.
Temos hoje ricos ficando cada vez mais ricos e os pobres tornando-se miseráveis, e como dizia Rousseau, “a miséria é a mãe dos grandes crimes e são os soberanos que fazem os miseráveis”.
As falas acima são corroboradas por Demo em sua obra Saber Pensar, publicado pela Cortez em 2000. Segundo o autor, a pobreza não implica no cidadão estar privado de bens materiais, mas na privação em construir suas próprias oportunidades. 
Dando continuidade nas falas do educador supracitado, passar fome é grande miséria, mas uma miséria ainda maior é saber que a fome foi inventada e imposta, como tem acontecido hoje com nossos 33 milhões de brasileiros passando fome.
Dito isso, Rodrigues em seu livro Ética e Cidadania, publicado pela Moderna em 1994, faz uma referência a uma reportagem realizada com Herbert Souza, um sociólogo que foi e é para muitos um ícone a iluminar e buscar soluções para os problemas sociais, e para Herbert Souza, a fome é o atestado de miséria absoluta e o grito de alarme que sinaliza o desastre social de um país. 
Nosso país precisa de verdadeiros estadistas, pessoas que se preocupam com o seu povo e buscam uma equidade para ele e não de hipócritas que se sujam de farinha para conquistar simpatia de seu povo, que se diz cristão,mas prega o ódio e afirma que “Jesus Cristo "não comprou pistola porque não tinha" e principalmente de pessoas com um grande desvio de caráter e com Transtorno de Personalidade Narcisista.
Precisamos de bons líderes e que estes possam ter na educação a solução para nossos problemas socais, mas para isso acontecer, o sucateamento das universidades públicas e das escolas deverão cessar e seus profissionais serem reconhecidos profissionalmente.
Precisamos perceber que a educação é uma forma de se rebelar e sabemos que nos dias de hoje, buscar uma autonomia intelectual é uma forma de rebeldia, já que nossa conjuntura política faz uso da máquina do Estado para difundir desinformações por meio de fakenews criando um contingente cada vez maior de cidadãos subalternos, docilizados e totalmente idiotizados e em concomitância, aumentando o seu gado de manobra. 

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