17/04/2024

Educação Pública e os Projetos Antirracistas e Plurais

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

www.wolmer.pro.br

 

Entre os anos de 2019 e 2022 tivemos um aumento significado de racismo e intolerância, quanto ao racismo, só em 2022 foi registrado um aumento de 68%, refletindo a permissividade a favor do preconceito, da desinformação e da exclusão social[1].

É comum afirmações de que o povo brasileiro não é racista, mas é um conceito hipócrita, pois temos em nosso país um racismo estrutural com raízes profundas e históricas, que faz com que a elite que representa uma minoria na sociedade brasileira, imponha sua força, explorando e oprimindo uma classe periférica e marginalizada.

Como ressaltado no texto Educação Desnaturalizando o Racismo Estrutural, publicado pela Revista Gestão Universitária em agosto de 2022, o racismo estrutural tem sua origem na herança discriminatória da escravidão que agravou ainda mais com falta das medidas que integrassem os negros na sociedade, pois estes quando libertos, não tiveram como se sustentar, aumentando ainda mais a miséria e a exclusão social na sociedade por meio das discriminações.

É comum as sociedades segregacionistas manterem este preconceito não apenas com os negros, mas com os nordestinos, com os que têm outra religião que não convirja com a do status quo, com os homoafetivos, enfim, com tudo que seja diferente e não possa ser medido com as próprias réguas destes que fazem parte da elite.

Corroborando com as informações acima, em 2020 a Taxa de homicídio de homens negros no Brasil foi quase 4 vezes maior do que a de não negros, aponta estudo[2]

E quanto a violência policial, ela tem uma cor e essa cor é preta, pois “há cada quatro horas uma pessoa negra foi morta pela polícia em cinco Estados do Nordeste, dois do Sudeste e um do Norte. Como diz o boletim “Pele Alvo: a bala não erra o negro”[3].

Observe que temos um problema social em nosso país, apesar das pessoas não enxergarem o racismo estrutural e o Brasil ter uma forte miscigenação, os negros somam 56,1% de sua população e ainda assim, tem apenas 24% dos 513 deputados federais[4].

Este problema social deve ser combatido com esforço hercúleo pelas escolas públicas não apenas por meio de projetos, mas de forma atemporal, trabalhando com o currículo escolar e transdisciplinaridade dia a dia até que isso se torne senso comum.

A não aceitação do racismo faz-se mister já que implica no respeito e aceitação do pluralismo cultural, étnico, religioso e de ideologia, e como ressaltado no meu livro Educação e a não Neutralidade, publicado pela Ícone em 2024, quando o educador se omitir, intrinsecamente ele já terá escolhido o lado do opressor, e como Paulo Freire afirmava, a educação tem que ser libertadora.

 

[1]https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/07/casos-de-racismo-no-brasil-aumentaram-68-em-2022-mostra-levantamento.shtml#

[2]https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/11/19/taxa-de-homicidio-de-homens-negros-no-brasil-e-quase-4-vezes-maior-do-que-a-de-nao-negros-aponta-estudo.ghtml

[3] https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/11/19/taxa-de-homicidio-de-homens-negros-no-brasil-e-quase-4-vezes-maior-do-que-a-de-nao-negros-aponta-estudo.ghtml

[4]https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2022/11/19/negros-sao-56percent-da-populacao-mas-presenca-na-camara-federal-ainda-nao-chega-a-30percent-representacao-e-necessaria-para-toda-a-sociedade.ghtml

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