03/07/2017

Educação Pública e a Síndrome de Gabriela

 

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Um problema enfrentado pela educação pública é o medo de mudanças e isso nos remete a Síndrome de Gabriela, uma música composta por Dorival Caymmi em 1975. Um de seus trechos diz o seguinte: "“eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim, vou ser sempre assim…".

Quando se faz alguma mudança na educação pública, saiba que não é para mudar, e sim para iludir a massa, visto que são ações estéreis que não tem intuito de tirar o povo da alienação e desta forma, manter a massa cada vez mais idiotizada.

Tais mudanças não passam de projetos idiotizadores vertendo para uma domesticação subalterna que ceifa o sonho e a dignidade de seu povo.

Assim sendo, faz-se mister ousar, ter coragem para lutar por um ideal em que a educação possa implicar em uma transformação na vida do educando e assim, este possa se tornar em um cidadão protagonista cognoscente.

São muitos os professores engessados pelo sistema sofrendo a síndrome de Gabriela, e os que querem ousar, são colocados no ostracismo para que fique no esquecimento.

Na educação podemos seguir a letra da música Gabriela de Dorival Caymmi, ou ser ousado e seguir a letra da música Tente Outra Vez de Raul Seixas quando diz " Queira! (Queira!), basta ser sincero e desejar profundo, você será capaz de sacudir o mundo, vai! Tente outra vez!".

Precisamos com a Educação Publica, sacudir o mundo, fazer nossos alunos pensarem por si só. Precisamos fazer deles, seres questionadores e não docilizados, e assim também devemos ser.

Como exigir algo de nossos alunos se não podemos ser exemplos? Nós professores temos que ser referência de qualquer mudança, como exemplo de Gandhi.

Existe uma história sobre este ícone de não a violência que certa vez, uma mãe muito preocupada com seu filho, que comia muitos doces, pediu a Gandhi que o aconselhasse a largar seu vício. Ele respondeu: "volte aqui em duas semanas". Passado este tempo, quando se encontrou com o menino, Gandhi disse: "Você deve parar de comer doces, isso fará muito mal a sua saúde". Então a mãe do menino perguntou: "Porque o senhor nos pediu para esperar este tempo para aconselhar meu filho?" Ele respondeu: "Porque há duas semanas eu mesmo ainda comia açúcar".

Para exigirmos algo de nossos alunos, precisamos ser referências para eles e não falarmos da boca para fora, logo, se quisermos que nossos alunos sejam realmente questionadores, cabe a nós educadores, sermos também e ousarmos sempre.

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