Educação Pública e a Pedagogia do Erro
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
A educação tem em si, toda uma intenção e uma causalidade, ou seja, é um ato efetivado para que o indivíduo possa desenvolver todas suas habilidades necessárias para, segundo Smole em seu livro Múltiplas Inteligências na Prática Escolar, publicado pelo Ministério da Educação, Secretaria de Educação a Distância em 1999; criar, resolver problemas e contribuir em um contexto cultural.
Dito isso, Júlio Furtado no artigo Pedagogia do Erro, publicado pela Revista Presença Pedagógica na Sala de Aula, Ed. 176, Ano 26, Maio 2021, elucida que os erros ocorrem de 4 formas, sendo elas o erro por distração, erro conceitual, erro por dificuldade na interpretação da instrução e erro construtivo.
Para o autor, o primeiro erro ocorre quando há uma falta de concentração, e o segundo, é o momento em que o educando ainda não construiu conceito necessário para solução das questões. O terceiro erro ocorre por causa diversas e o último erro ocorre devido a lógica subjetiva.
Interessante perceber que os erros também ensinam e se analisarmos, somos a soma de nossos erros e acertos.
O ser humano tem uma incrível capacidade de aprender e este processo de aprendizagem implica na mudança de atitude, todavia, alguns encontram-se no caminho do erro cíclico, isto é, formando-se um looping de erros, sendo eles o erro instrutivo que se baseia na lógica subjetiva em concomitância com o erro conceitual que ocorre devido a falta de conceitos necessários para o discernimento da própria realidade.
É como se este indivíduo tivesse um bloqueio ou até mesmo uma Deficiência Intelectual que o priva de assimilar certas informações mesmo sendo explicitadas. São pessoas totalmente alienadas, tornando-se um paradoxo, pois neste universo de alienação, encontram-se cidadãos pseudo instruídos.
Para entendermos melhor, basta analisarmos nossa atual conjuntura política. Somos governados por um cidadão que faz uso da prevaricação, falácias, fakenews, descaso com a vida alheia, destemperança, fomento ao ódio e tudo o que é vil e ardiloso em um ser humano, entretanto, estas pessoas não conseguem perceber suas ações nefastas, encontrando assim, defensores sempre a culparem alguém pela sua incompetência.
Estes indivíduos erraram em escolher tal cidadão para representar o povo, mas o maior problema é não perceber este erro crasso e idolatrá-lo, mesmo com tantas sandices
Chegamos a uma polarização e isso tem feito mal para a sociedade, o que nos faz refletir no seguinte questionamento: O povo brasileiro no meio deste discurso de ódio tem perdido seu valor ou apenas demonstrado realmente oseu vil caráter, retirando de vez a máscara da hipocrisia?
Temos como contraexemplo um DJ que teve seus vídeos publicados nas redes sócias, e estes vídeos explicitam ele espancando a esposa na frente da própria filha, em várias situações, inclusive com ela segurando a filha no colo e sendo espancada.
É um ato covarde e machista, mas que repercutiu de forma contrária, dando a este DJ mais de 250 mil seguidores, ou seja, pessoas que compactuam com a violência e veem no próximo um nada.
A educação pública terá um árduo trabalho para fazer seus alunos serem críticos e desenvolverem uma inteligência emocional, para que todos possam viver em um país mais humanizado e digno de seu povo.
Hoje a popularidade está para quem adora publicar nas redes sociais “CPF cancelado” e/ou instigar a violência e a intolerância, marca registrada de nosso governo.
No livro Gestão Afetiva: Sistemas Educacionais e Propostas Gerenciais, publicado pela WAK em 2020 de minha autoria, é ressaltado a importância da afetividade nas escolas, e é justamente isso que está faltando em nossa sociedade: afetividade, empatia e humanização.
As escolas públicas precisam desenvolver em seus alunos todo o seu senso crítico, embora nosso Ministro da Justiça e Segurança Pública, seja favorável que se use a lei de segurança nacional para punir quem fizer protestos contra o governo, ou seja, eles estão sendo divergentes com o verdadeiro objetivo da educação.
Eles estão buscando efetivar uma educação que torne seus educandos pessoas alienadas, domesticadas e subalternas.
Que vejamos nos erros uma forma de aprendermos e que possamos ter hombridade em sermos o que somos, lembrando que precisamos rever nossas atitudes, pois elas nos dirão quem somos