01/04/2022

Educação Pós Isolamento

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Para escolas públicas e/ou privadas, o isolamento social resultou em 2 anos de reclusão de seus educandos, ocasionando hoje resultados sofríveis nas avaliações (primeiro trimestre).
Interessante perceber que para alguém mal informado, a culpa cairá no professor, óbvio, afinal de contas, o culpado pela inaptidão do aluno na avaliação tem que ser somente do professor, todavia, este profissional é o que menos tem culpa neste processo.
Foi ele que inovou, ele que teve que reaprender para ensinar, ele que teve que investir em tecnologias, cursos e horas extras não contabilizadas para oferecer sempre o melhor ao seu educando.
O Isolamento foi um momento ímpar para revermos nossas metodologias de ensino e criamos oportunidades para que o processo ensino-aprendizagem ocorresse além das paredes das escolas.
Caso haja um culpado, talvez seja o responsável pelo educando que ao receber as atividades avaliativas e/ou MAP (Material de Apoio Pedagógico) PET (Plano de Estudo Tutorado), resolveu fazer para seu filho ficar com um bom conceito ou até mesmo foi omisso mais uma vez quanto ao acompanhamento escolar de seu filho.
O isolamento poderia ter trazido consigo o sentimento de pertencimento do filho ao núcleo familiar, instigando o afetivo x cognitivo, e reforçando cada vez mais os elos entre família, escola e educação. 
Cabe ressaltar que o isolamento deveria ter feito a família assumir o seu verdadeiro papel, papel este que foi imposto à escola, e a mesma assumiu devido a omissão da família, entretanto, a própria família se esqueceu que valores são ensinados por ela mesma e que cabe a escola a educação de ensinos.
O que é corroborado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente no Art. 4º/ECA ao elucidar que a responsabilidade em cuidar e educar os filhos é da família. 
Assim sendo, dando continuidade as falas acima, mesmo as escolas trabalhando remotamente, cabe aos pais segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente no Art. 129, inciso V, [...]observar e participar da evolução escolar da criança ou adolescente, avaliando seus progressos individuais e estimulando-os para que o estudo lhes seja rendoso. 
Mesmo em pandemia, com quase todos os pais presentes em casa, ainda assim foram omissos ou até mesmo levianos ao fazerem as atividades para seus filhos, sem ao menos, instigar a autonomia destes para que pudessem aproveitar e se desenvolver um pouco mais.
Interessante perceber a força que tem o adágio ao pontuar que a educação dos filhos revela a virtude dos pais, já que isso tem sido uma verdade inquestionável, refletindo o quão estes responsáveis precisam também se educar, como ressaltado no livro Educação um Ato Político, publicado pela Autografia em 2019 quando afirmo que a família é a base de toda educação e caráter.
Desta forma, que nós professores possamos ter a consciência tranquila do dever cumprido com dignidade e profissionalismo e que as lacunas deixadas pelos familiares possam ser preenchidas com afetividade, algo que tem faltado nos lares de muitos educandos e que é primordial no processo ensino-aprendizagem, conforme elucidado no livro Gestão Afetiva: Sistema Educacional e Propostas Gerenciais, publicado pela WAK em 2020.
Cabe ressaltar que escolas boas e profissionais eficientes em momento algum suprirão as carências deixadas pelos pais ausentes.

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