11/04/2019

Educação Política

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Como consta no livro Educação: um ato político, que se encontra no prelo a educação em si é um ato político o que reforça as falas de  Aristóteles quando afirmava ser o homem naturalmente um animal político, o que é reforçado por Rios em  seu livro Ética e Competência publicado pela Cortez em 1993 quando afirma que não há vida social que não seja política.

            Humberto Dantas em entrevista oferecida a FECOMERCIOSP[1] esclarece sobre a educação política como instrumento de transformação. Para Dantas, esta educação será o pilar para que o aluno perceba a responsabilidade que ele terá sobre o desenvolvimento do país. Assim sendo, podemos perceber que a formação política deveria ser essencial para que as pessoas possam defender suas ideias com um olhar ainda imaculado, ou seja, sem se deixar corromper pelo atual sistema político onde impera a cleptocracia.

            Não temos como nos abster da política, pois ela acontece em todos os lugares e todos os dias. Seja em nossa casa, nas instituições, na rua, no trabalho, enfim, ou estamos fazendo parte desta política ou estamos deixando nos levar por ela.

            Curioso perceber que na Grécia antiga surgia a palavra idiótes que eram as pessoas que podiam participar da vida em comunidade, mas optavam por assim não fazer. Esta palavra originou o termo idiota, e no Brasil, temos milhões de idiótes, mais precisamente verdadeiros idiotas se assim pensam.

            A política nos faz ter um penar racional sobrepondo um pensar mítico. É um poder laico que deveria acontecer de acordo com o interesse dos cidadãos que dele participa, mas infelizmente não é assim que acontece em nosso país. O povo raras vezes é ouvido.

            Souza em seu livro Introdução a Sociologia da Educação, publicado pela Autêntica em 2007, é enfático ao dizer que o homem educado é o homem livre, e o homem livre é aquele que prescinde da tutela ideológica, seja ela política, seja ela religiosa, sendo assim, Aranha em seu livro Filosofia da Educação, publicado pela Moderna em 1996 esclarece três aspectos importantes na formação de um professor que são qualificação, formação pedagógica e formação ética e política, ou seja, neste último, o professor deve educar a partir de valores tendo em vista sempre um mundo melhor.

            Para Rios (1993), a escola tem também uma missão política e esta só será efetivada quando seus alunos compreenderem a totalidade social ao qual se encontram inseridos, mas como uma escola fará isso se o governo quer os alunos menos politizados?

            O Presidente na posse de seu novo Ministro da Educação, deixou a seguinte mensagem: "queremos uma garotada que comece a não se interessar por política, como é atualmente dentro das escolas, mas comece a aprender coisas que possam levá-las ao espaço no futuro"[2].

            A sociedade não irá a lugar nenhum se não for pelo caminho da educação que trilhará pela ética e pela política.

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